Romaria Ecológica movimenta o Parque Estadual do Rio Doce no fim de semana
A expectava é de que a tradicional cavalgada reúna cerca de 600 cavaleiros como parte da comemoração dos 71 anos da reserva
Evandro Rodney
Objetivo da cavalgada é envolver a comunidade na proteção de uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica
Na reserva ambiental, os tropeiros se encontram para celebração da missa em homenagem ao bispo Dom Helvécio, fundador da Unidade de Conservação. A romaria relembra o ato de Dom Helvécio que levava, a cavalo, a imagem da protetora do PERD, Nossa Senhora da Saúde, pela estrada de Marliéria até o parque.
Segundo a bióloga Mirlaine Soares de Barros, coordenadora de Pesquisas Científicas do parque, o objetivo é manter viva a tradição e repassar para atual geração o esforço de Dom Helvécio para a criação do parque e envolver a comunidade na proteção de uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica. A celebração diocesana mobiliza as comunidades do entorno do parque e são esperadas mais de 2 mil pessoas, 600 só na cavalgada.
José Geraldo Torres, comerciante em Timóteo, participa todo ano da Romaria Ecológica. Entusiasta das cavalgadas, ele conta que ir até o parque a cavalo é como um “retorno às raízes”. “É um momento que nos leva a prestar mais atenção na natureza, além da confraternização com amigos”, afirma.
Durante o percurso, com duração de cerca de 6 horas, os cavaleiros têm pontos de parada para descanso, onde são servidos tropeiro, água, café e refrigerante. Além da romaria, a programação dos 71 anos do PERD inclui feira de artesanato e produtos típicos da região e apresentações musicais.
História
O Parque Estadual do Rio Doce foi criado no dia 14 de julho de 1944 em função da presença do ecossistema Mata Atlântica e de sua rica biodiversidade, apresentando várias espécies ameaçadas de extinção, como o jacaré do papo amarelo, onça pintada, mono-carvoeiro e o mutum do sudeste.
Na década de 30, o bispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, preocupado com a grande exploração da floresta pelas empresas siderúrgicas, registrou no livro de tombos da Arquidiocese de Mariana a área do parque com o objetivo de preservá-la.
O parque é reconhecido como Reserva da Biosfera pela UNESCO, possuindo a maior reserva genética de Mata Atlântica do estado. Possui área de aproximadamente 36 mil hectares de Mata Atlântica contínua, intercalados por um conjunto de aproximadamente 40 lagoas, sendo considerado o terceiro maior complexo lacustre do país.
Comentários
Postar um comentário