FLIP 2015 - Autor homenageado de 2015

Evento que acontece de 01 a 05/07 terá Mario de Andrade como homenageado Um autor para o século 21
Nos 70 anos de sua morte, Mário de Andrade é escolhido como homenageado da Flip 2015


A obra e a vida de Mário de Andrade ajudaram a moldar a cultura brasileira - entre os frutos indiretos de sua atuação estão, por exemplo, a preservação da cidade de Paraty e a própria Flip, que guarda muito de seu espírito irrequieto, festeiro e articulador. Nada mais justo que, em sua 13ª edição, a Festa Literária Internacional de Paraty homenageie o autor paulista, morto prematuramente em fevereiro de 1945, cuja vida e obra ainda iluminam o Brasil do século 21. A Flip acontecerá entre 1 e 5 de julho.

Poeta, romancista, crítico musical, gestor público, folclorista, agitador cultural - Mário foi, como diz seu celebrado poema, “trezentos, trezentos e cinquenta”. Se muito de seu legado hoje está assimilado - antropofagicamente, para usar a expressão de seu companheiro (e mais tarde desafeto) de geração Oswald de Andrade --, Mário trouxe questões centrais para novos debates sobre o país, a vida cultural e a literatura. Cultura popular e indústria cultural, patrimônio material e imaterial, fala brasileira e língua escrita, cultura indígena, literatura, identidade e gênero, a sua vida e obra parecem ter antecipado discussões atuais, que a Flip pretende pautar e atualizar em sua edição 2015.

A atuação de Mário nas questões ligadas a patrimônio - material, mas sobretudo imaterial - inspiraram a exposição Histórias e Ofícios do Território. Inaugurada em dezembro, com uma pequena jornada de debates entre paratienses e convidados de fora da cidade, a mostra está em cartaz no Espaço Experimental de Cultura - Cinema da Praça, em Paraty, até 8 de março. A exposição audiovisual, produzida pelo Museu do Território (que, assim como a Flip, é uma iniciativa da Casa Azul), focaliza, a partir de depoimentos da velha guarda da cidade, a vida em Paraty antes da construção da Rio-Santos, rompendo um isolamento de décadas.

O trabalho que estamos realizando no Museu do Território, mas também na Flip, deve muito a Mário de Andrade”, assinala o diretor geral da Flip, Mauro Munhoz. “Sua obra reverbera de maneira ainda mais intensa numa cidade como Paraty, que ainda vive em seu dia a dia os dilemas culturais da modernização.” Munhoz acrescenta que o espírito aberto, multidisciplinar, de interação entre as artes, é uma lição fundamental da Semana de 22.

Segundo o curador da Flip 2015, Paulo Werneck, “Mário é um autor para o Brasil do século 21, com vida e obra a serem redescobertas, rediscutidas, postas em debate.” A homenagem prevê, entre outras ações, uma conferência de abertura, mesas sobre o autor na programação principal e na FlipMais (programação da Casa da Cultura) e uma exposição. O curador também pretende levar novas gerações de intérpretes de sua obra literária e poética.

A editora Nova Fronteira, que publica a obra de Mário de Andrade, anunciará o lançamento de novos volumes, preparados pela equipe do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Entre essas edições, destaca-se a obra inédita Café, na qual Mário trabalhou durante anos, e cuja concepção inicial, conforme descreveu em carta de 1929 a Manuel Bandeira, era a de um “romance de oitocentas páginas cheias de psicologia e intensa vida”. Perto do final da vida do escritor, o projeto havia sido convertido numa ópera coral.

Mário de Andrade em cinco datas
1922. Participa da Semana de Arte Moderna e colabora com a revista literária Klaxon
1927. Realiza a sua primeira "viagem etnográfica": percorrendo o Amazonas e o Peru
1935. Chefe da Divisão de Expansão Cultural e Diretor do Departamento de Cultura de São Paulo (SP)
1939. Projeta a criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN)
1945. Morre em São Paulo

Bibliografia de Mário de Andrade (Fonte: Wikipedia)
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, 1917
Pauliceia Desvairada, 1922
A Escrava que não É Isaura, 1925
Losango Cáqui, 1926
Primeiro Andar, 1926
O clã do Jabuti, 1927
Amar, Verbo Intransitivo, 1927
Ensaios Sobra a Música Brasileira, 1928
Macunaíma, 1928
Compêndio Da História Da Música, 1929 (Reescrito Como Pequena História Da Música Brasileira, 1942)
Modinhas Imperiais, 1930
 Remate De Males, 1930
Música, Doce Música, 1933
Belasarte, 1934
O Aleijadinho de Álvares De Azevedo, 1935
Lasar Segall, 1935
Música do Brasil, 1941
Poesias, 1941
O Movimento Modernista, 1942
O Baile das Quatro Artes, 1943
Os Filhos da Candinha, 1943
Aspectos da Literatura Brasileira 1943
O Empalhador de Passarinhos, 1944
Lira Paulistana, 1945
O Carro da Miséria, 1947
Contos Novos, 1947
O Banquete, 1978 (Editado por Jorge Coli)
Dicionário Musical Brasileiro, 1989 (editado por Flávia Toni)
Será o Benedito!, 1992
Introdução à estética musical, 1995 (editado por Flávia Toni)

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