Colm Tóibín participa da Flip 2015

Colm Tóibín participa da Flip 2015

Autor irlandês, que volta a Paraty após 11 anos, lança novo romance no Brasil em junho
Crédito da foto: Jerry Bauer

“O mundo está dentro dos romances. Isso não significa que você deva fazê-los rasos como a vida. O que me interessa é a figura submersa, que você não encontraria na rua”, disse, em entrevista ao jornal The Guardian, o autor de romances, contos, ensaios e grandes reportagens, Colm Tóibín (Enniscorthy, Irlanda, 1955) sobre sua obra, marcada pela presença de mulheres fortes, questões familiares, políticas, literárias e religiosas que o escritor levará para a Flip 2015, que acontece de 1º a 5 de julho, em Paraty.

Nascido em uma família de origem católica, Tóibín teve a política sempre presente em sua vida, na luta de seu pai pela construção de uma república democrática na Irlanda. Formado em inglês e história, o então futuro escritor mudou-se para Barcelona, na região da Catalunha (Espanha), onde passou a dar aulas e, nos estertores da ditadura franquista, envolveu-se nas manifestações pela democracia e pela autonomia da região catalã. A paixão por Barcelona impulsionou o início de sua carreira como escritor, tendo dedicado à capital da Catalunha dois livros: O Sul (Record, 1978), seu primeiro romance, e Homage to Barcelona (1990).

De volta à Irlanda no mesmo ano da publicação de seu primeiro romance, Tóibín passa a se dedicar ao jornalismo. Torna-se editor do jornal In Dublin e da revista Magill. Em 1985, deixa a redação para realizar uma viagem de um ano pela América do Sul e África.

Sua obra jornalística passa a ser publicada em 1987 com Bad blood: a walk along the Irish borders. Em 1990, publica os relatos de sua viagem feita em 1985, The Trial of the Generals. Em 1994, The sign of the cross: travels in catholic Europe, obra jornalística e memorialística na qual a sua experiência - e de sua família - como um cristão irlandês se intercalam ao longo do livro por viagens realizadas por sítios históricos do catolicismo de toda a Europa.
A partir dos anos 1990, estabelece-se definitivamente como escritor com as publicações de The Heather Blazing (1992), The story of the night (1996), The blackwater lightship (1999).

Em 2004, participa da 2ª edição da Flip como escritor e crítico literário ao lado das escritoras Lídia Jorge (Portugal) e Siri Hutsvedt (Estados Unidos) na mesa Léxico Familiar, sobre as dores familiares que perpassam a obra dos três autores.
Como crítico literário, fez parte da mesa Basta um dia  dedicada ao centenário do Bloomsday, (o dia 16 de junho de 1904, em que se passa todo o romance Ulisses, de seu conterrâneo James Joyce).

A partir de então, publica alguns dos livros de maior densidade de sua carreira, editados no Brasil pela Companhia das Letras: O Mestre (2005), que tem a Henry James, um de seus escritores preferidos, como protagonista; A Luz do Farol (2006), a coletânea de contos Mães e Filhos (2008) e os romances Brooklyn (2011), O Testamento de Maria (2013), finalista do Man Booker Prize (adaptado para a Broadway e áudio-livro, interpretado por Meryl Streep), e Nora Webster, que será publicado no Brasil em junho. Os livros marcam pelas questões familiares e a presença feminina em sua obra.

Crítico literário, o autor escreve há 20 anos para o London Review of Books, e publicou, no gênero, os livros The modern library: the 200 best novels since 1950 (2000, com Carmen Calil), Lady Gregory’s toothbrush (2002), Love in a dark time: gay lives from Wilde to Almodóvar (2002), All a novelist needs: essays on Henry James (2010).

O escritor editou a coleção de ficção irlandesa da Penguin Books e escreveu a introdução da edição inglesa de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, sobre o qual publicou uma crítica no jornal inglês The Guardian. No artigo, o escritor compara a leitura do livro a “ser levado aos bastidores durante uma peça de teatro”, em virtude das reflexões sobre a escrita feitas pelo narrador Rodrigo SM. “Lispector, no final de sua vida, escreveu o livro como se ela estivesse começando, com a necessidade de impulsionar e chacoalhar a narrativa para ver para onde a levaria.” Do mesmo modo, Tóibín trabalha sua obra.


Colm Tóibín em 5 datas
1955. Nasce em Enniscorthy, Irlanda
1975. Muda-se para Barcelona, onde trabalha como professor
1978. Inicia a carreira jornalística em Dublin, Irlanda
1985. Viaja pela África e América do Sul
2013. Concorre ao Man Booker Prize, com o livro  O Testamento de Maria

Livros*
2005. O Mestre (romance)
2008. Mães e Filhos (contos)
2011. Brooklyn (romance)
2013. O Testamento de Maria (romance)
2014. Nora Webster (romance)

*de acordo com o ano de publicação no Brasil.


Site: http://www. colmtoibin.com/

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