Daniel Suarez conta sobre a relação entre Brasil e Cuba no Handebol
Técnico cubano das Seleções Femininas Júnior e Universitária veio ao Brasil como atleta e permanece até hoje no País
Santo André (SP) - Nascido em Pinar del Río, em Cuba, Daniel Suarez, também conhecido como Cubano, tem uma longa relação com o handebol brasileiro. Ele chegou ao País em 1996, atuou por oito anos como atleta da Metodista/São Bernardo (SP) e atualmente é treinador das Seleções Brasileiras Femininas Júnior e Universitária e do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (SP).

Consagrado no esporte, com cinco Mundiais disputados e três ouros nos Jogos Pan-Americanos com a camisa do país caribenho, Cubano foi uma das pessoas que ajudaram no desenvolvimento do esporte no Brasil. Mas, antes disso, segundo o próprio Daniel, os brasileiros já tinham o respeito dos cubanos. "Em Cuba, víamos o Brasil como uma potência no handebol já nos anos 90. Era questão de tempo até os resultados aparecerem. Só que, na época, nós tínhamos intercâmbio com os países socialistas, o que fazia a diferença, pois nos ajudava bastante na melhora do desempenho físico, técnico e tático. Mas a partir dos anos 2000 a história mudou. O Brasil vem desempenhando um papel importante no continente junto com a Argentina, enquanto Cuba entrou em uma crise econômica e estacionou", disse.

O intercâmbio, inclusive, é um dos pontos que Cubano citou para a evolução do handebol brasileiro. "No Brasil, os cubanos contribuíram, principalmente, na questão física e na entrega dentro de quadra, mas foi quando os atletas brasileiros foram jogar na Europa que o País deu um salto técnico. O intercâmbio é muito importante para a evolução dentro do handebol. O que sempre tento passar dos cubanos para as equipes que treino é não desistir nunca. Independente do adversário e do placar da partida, nós sempre temos que dar o máximo em quadra", afirmou ele. "Assim conseguimos conquistar o título Mundial com a equipe Universitária Feminina em 2014 e hoje temos dois técnicos estrangeiros campeões mundiais no comando de Seleções Femininas de Handebol no Brasil", completou Cubano, lembrando da conquista do Mundial da Sérvia, em 2013, pela equipe comandada pelo dinamarquês Morten Soubak, e do título do Mundial Universitário de Portugal, em 2014, quando ele levou a equipe ao também ouro inédito.

Mesmo com as conquistas recentes, o treinador ainda vê muito potencial de crescimento do Brasil no handebol. "O Brasil tem duas coisas muito boas: existe muita gente jogando handebol e os brasileiros amam a modalidade. O esporte ainda é pouco divulgado, mas isso está mudando desde a conquista do título Mundial de 2013. O Brasil já é visto pelos europeus com outros olhos nos naipes masculino e feminino. Teve uma grande evolução nos últimos anos e com certeza vai crescer mais. Existem muitos jovens com potencial espalhados pelo País", declarou.

Adaptado ao Brasil, Cubano ainda elogiou a forma dos brasileiros acolherem os estrangeiros e falou sobre a semelhanças entre a cultura dos dois países. "Acho que a simplicidade, simpatia e solidariedade dos cubanos se encaixa muito bem dentro da cultura brasileira. São povos muito parecidos nesse aspecto. Sou muito grato pelo Brasil e pelas pessoas que me acolheram e fazem parte da minha vida. Me sinto muito feliz de estar nessa terra que me acolheu como um filho e agora estou tentando retribuir o máximo possível para o handebol brasileiro como treinador", concluiu.

Além do técnico, atualmente três cubanos atuam no handebol brasileiro. O ponta Carlos Castillo, o Carlito, que joga pela Metodista/São Bernardo/Besni (SP), o goleiro Michael Bravet, que representa a equipe do São José (SP), e armadora a Roxana Marquez, que também atua pelo time do Vale do Paraíba.

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