Coral Lírico de Minas Gerais
interpreta composições com temática religiosa e trechos operísticos na série Lírico Sacro
Programa
destaca composições sacras nacionais e revela a relação entre as composições
operísticas e a música sacra
Série Lírico Sacro –
Coral Lírico de Minas Gerais
Data: 27 de agosto
Local: Catedral da Boa Viagem – Rua Sergipe, 175
Funcionários
Horário: 20h30
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400
O Coral Lírico de Minas Gerais
realiza mais uma edição da série Lírico
Sacro. Serão interpretadas diversas composições da tradição religiosa
judaico-cristã e, pela primeira vez, o público poderá ouvir a peça Ubi Caritas,
de Maurice Duruflé. O programa conta também com obras de Bach, Mozart, Pablo Casals e coros de conhecidas óperas. O repertório será dedicado às composições sacras nacionais, com
obras de Heitor Villa-Lobos e padre José Maurício Nunes Garcia.
Segundo o maestro Lincoln Andrade, a aposta em canções com temática religiosa para compor o
repertório é uma forma de evidenciar a versatilidade que tem marcado os
concertos que o Coral Lírico realiza ao longo do ano. “É importante realizar
apresentações como esta, porque nós mostramos a enorme versatilidade do Coral
Lírico e garantimos que as pessoas conheçam diferentes e belas canções sacras”,
disse.
Uma das formas de ampliar e
diversificar o repertório do CLMG é apostar em composições inéditas ou poucas
vezes interpretadas. Caso de Ubi Caritas, do compositor francês Maurice Duruflé. Composta em 1960, a peça faz parte de uma série que Duruflé
criou sobre temas gregorianos. “Neste trabalho, Duruflé mostra o seu talento
particular ao reunir elementos espirituais da melodia gregoriana num contexto
polifônico”, destaca Lincoln Andrade.
A
ópera e a música sacra –
Não só tragédias, traições e amores inspiraram os enredos de óperas. Algumas
delas possuem árias que revelam um forte tom religioso e, por esse motivo, o
maestro Lincoln Andrade também selecionou coros de famosas composições
operísticas para integrar o repertório do Lírico Sacro. O programa conta com o Coro dos
Prisioneiros, da ópera Fidelio, de Beethoven; o Coro dos Peregrinos,
de Tannhäuser, composta por Wagner; e Intermezzo, de Cavalleria
Rusticana, da obra de Mascagni.
O regente explica que os coros
selecionados possuem um contexto sacro muito marcante e que demonstram a
capacidade dos compositores em inserir temas religiosos em suas obras. “Há todo
um contexto religioso, mas não obrigatoriamente uma música sacra”, destaca o
maestro. Para ele, “o universo do compositor é compor para o maio número de
gêneros possíveis”. Assim como eles escrevem sinfonias, também podem escrever
concertos, óperas, músicas sacras”, aponta.
Brasilidades
sacras – O concerto
também abre espaço para composições sacras da música nacional, com destaque
para os trabalhos de Heitor Villa-Lobos
e padre José Maurício Nunes Garcia. De Villa-Lobos, o CLMG interpreta duas obras sacras, de
diferentes períodos do compositor: Ave
Maria, de 1918; e Pater Noster, de 1950. Já do padre José Maurício, a obra selecionada foi Judas Mercator. De acordo com o maestro Lincoln Andrade, estas duas obras
sintetizam a qualidade das composições sacras brasileiras.
“O Villa-Lobos escreveu muitas
músicas sacras, em diferentes graus de dificuldades e os trabalhos são sempre
surpreendentes. Já o José Maurício é o nosso grande músico sacro, o nosso
patrono. Ele está para a música sacra assim como Carlos Gomes está para a ópera”,
finaliza.
Coral
Lírico de Minas Gerais – Criado
em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis
Salgado, é um dos raros grupos corais que possui uma programação artística
permanente e que interpreta um repertório diversificado, incluindo motetos,
óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. As apresentações têm entrada
gratuita ou preços populares. O Coral já atuou com a Orquestra Sinfônica do
Estado de São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, entre outras. Dentro
da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas, o Coral
Lírico desenvolve diversos projetos que incluem Concertos no Parque, Lírico na
Cidade, Concertos Didáticos e participação nas temporadas de óperas realizadas
pela Fundação Clóvis Salgado. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz
Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Angela Pinto Coelho,
Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda e Márcio
Miranda Pontes. Seu atual regente titular é o maestro Lincoln Andrade.
Lincoln
Andrade – Possui
doutorado em Regência pela University of Kansas, EUA, mestrado pela University of
Wyoming, EUA, onde também foi professor assistente e ministrou aulas de canto
coral e regência coral. Foi diretor musical do grupo vocal Invoquei o Vocal, maestro titular do Madrigal de Brasília, e do
Coral Brasília. Recebeu prêmios nos Estados Unidos e na Europa. Foi professor e
diretor da Escola de Música de Brasília. Regeu concertos na Alemanha,
Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Paraguai,
Polônia, Portugal e Turquia. É constantemente convidado para dar palestras
sobre regência e o canto coral em festivais no Brasil.
Sobre os compositores:
Heitor
Villa-Lobos (1887-1959) –
Foi maestro e compositor brasileiro, considerado o expoente máximo da música do
modernismo no Brasil. Natural do Rio de Janeiro, Villa-Lobos começou sua vida
profissional como instrumentista e, aos 19 anos de idade, compôs as primeiras
obras. Compôs as nove Bachianas brasileiras para demonstrar a semelhança de
modulações e contracantos do folclore musical brasileiro com a música de Bach.
Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo. Em 1923,
viajou para a Europa e só voltou ao Brasil em 1929. Foi membro da Academia de
Belas Artes em Nova Iorque e Comendador da Ordem de Mérito do Brasil. Recebeu o
título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque, e o de
fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música.
Johann
Sebastian Bach (1685-1750) – Compositor,
cravista, cantor, maestro, e violista e violinista, Bach nasceu no Sacro
Império Romano-Germânico, atual Alemanha. Tendo uma forte tradição musical em
sua família, desde cedo demonstrou talento e iniciou seus estudos na música.
Desempenhou diferentes cargos em cortes e igrejas alemãs e praticou quase todos
os gêneros musicais de seu tempo, demonstrando maior habilidade no órgão e no
cravo. Suas peças mais conhecidas são a Tocata
e Fuga em Ré Menor, as Sonatas e
Partitas para Violino solo e o Cravo Bem-Temperado.
José
Maurício Nunes Garcia (1767-1830) – Padre
e compositor de música sacra. Viveu no Brasil entre a transição da Colônia para
o Império. Virtuoso do órgão e do cravo, foi mestre de capela da Sé. Em sua
carreira, compôs cerca de 26 missas, sendo suas principais obras a Sinfonia fúnebre, O Coro para entremêses, a Missa
de Réquiem e a Missa de Santa Cecília.
Ludwing
van Beethoven (1770-1827) – Compositor
alemão, nascido, provavelmente, em 1770. Sua música é típica do período de
transição entre as épocas Clássica e Romântica. Aos 11 anos, tornou-se músico
profissional e, com 12 anos, substituiu seu mestre na orquestra da ópera.
Atormentado pela surdez e por problemas emocionais, Beethoven foi considerado
um poeta-músico, o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela
liberdade de expressão. Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo amor à
natureza e pelos grandes ideais humanitários. Faleceu na Áustria, em 1827.
Maurice
Duruflé (1902-1986) – Compositor
e organista francês, Duruflé nasceu em Louviers e tornou-se corista no Coral da
Cadetral de Rouen em 1912, onde também estudou piano e órgão. Em 1929,
tornou-se organista titular do St. Étienne-du Mont em Paris, cargo que ocupou
até o fim de sua vida. Sua peça mais famosa é o Requiem op. 9, para solistas, coral, órgão e orquestra.
Pablo
Casals (1876-1973) – Virtuoso
violoncelista e maestro catalão, percorreu a Europa e os Estados Unidos promovendo
concertos e recitais. Apesar de ter realizado diversas grandes obras com
orquestras e música de câmara, seus trabalhos mais notáveis foram as gravações
das Suítes para Violoncelo de Bach.
Pietro
Mascagni (1863-1945) – Compositor
italiano, Mascagni foi um expoente do período musical na ópera, conhecido como
verismo. Ao longo de sua carreira compôs dezessete óperas. Sua ópera mais
conhecida é a Cavalleria Rusticana.
Richard
Wagner (1813-1883) – Maestro,
compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão, ficou conhecido por suas
óperas notáveis pelas harmonias ricas e complexas. Pioneiro em avanços da
linguagem musical, como a rápida mudança de centros tonais, influenciou o
desenvolvimento da música erudita européia. Sua influência também atinge outros
campos artísticos, como as artes visuais, a literatura e o teatro.
Wolfgang
Amadeus Mozart (1756-1791) – Nasceu
em, Salzburgo na Áustria. Morreu no dia 05 de dezembro de 1791, com apenas 35
anos. Foi um compositor influente do período clássico, tendo composto mais de
600 obras publicadas, tidas como referências da música sinfônica, concertos,
óperas, para piano e de câmara.
Programa:
Johann
Sebastian Bach
Jesus
bleibet meine Freude
Wolfgang
Amadeus Mozart
Ave,
verum corpus
Maurice
Duruflé
Ubi
Caritas
Pablo
Casals
O
vos Omnes
L. van Beethoven, da ópera Fidelio
O welche Lust
Richard Wagner, da opera Tannhäuser
Beglücktdarf nun dich
Pietro
Mascagni, da ópera Cavalleria Rusticana
Intermezzo
Pe.
José Maurício Nunes Garcia
Judas
Mercator
Heitor
Villa Lobos
Ave
Maria
Heitor
Villa Lobos
Pater
Noster
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