Collor acusa Janot de ser 'catedrático' em vazar informações
O senador Fernando
Collor (PTB-AL) acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
de vazar para a imprensa informações relativas à Operação Lava Jato, da
Polícia Federal, que tramitavam em segredo de Justiça.
Durante a sabatina da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), o parlamentar disse que Janot é
“catedrático” em vazar informações e lembrou que tal prática é crime
previsto no código Penal:
— Quem está dizendo isso não sou eu. No
Congresso todos sabem e o ministro do STF, Teori Zavascki, já afirmou
que informações foram vazadas pela PGR [...] É o mesmo método que seu
antecessor usava e que o senhor vem utilizando — afirmou.
O senador também acusou Janot de ter
advogado para uma empresa privada enquanto atuava como
subprocurador-geral da República e perguntou se o sabatinado considera
isso moralmente aceitável.
Além disso, Collor questionou o aluguel de
uma mansão pela Procuradoria-Geral da República no Lago Sul e colocou
sob suspeição contratos sem licitação firmados entre o MP e a empresa de
comunicação Oficina da Palavra. Ele também quis saber detalhes sobre a
nomeação de uma servidora de nível médio para ocupar cargo de nível
superior na Assessoria de Cerimonial do Gabinete do Procurador-Geral da
República.
Defesa
O procurador Rodrigo Janot negou ter
vazado qualquer informação relativa à Lava Jato e disse que logo que
foram concluídas as primeiras delações, houve grande agitação da
imprensa, com muita especulação.
— Não houve vazamento, mas especulação
enorme da imprensa. Alguns veículos de comunicação deram o que chamaram
de 'lista do Janot'. Alguns acertaram; outros erraram. O que houve na
época foi especulação. Nego portanto que eu seja um vazador contumaz.
Sou discreto e não tenho atuação midiática — alegou.
Sobre o aluguel do imóvel no Lago Sul, ele
disse que foi apresentado à PGR um alvará falso, com informações
erradas da planta do imóvel. Logo que isso foi descoberto, foi cancelado
o contrato.
O sabatinado também negou irregularidade
na contratação de sua chefe de cerimonial, visto que não existe no país
curso superior específico na área, nem exigência legal para tal
contratação.
A respeito da contratação da empresa de
comunicação, Janot alegou que os contratos foram regulares, com
posicionamento favorável do Tribunal de Contas da União, depois que a
corte se manifestou sobre a questão a pedido de um deputado. Além disso,
trata-se de uma empresa de reconhecida competência, que presta serviços
de media training para o Judiciário.
Agência Senado
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