Evento no Senado discute a influência dos traumas sobre os genes humanos Da Redação


As experiências vividas pela mãe durante a gravidez influenciam o comportamento dos genes da criança, atuando tanto no aparecimento de características de personalidade como no desenvolvimento de doenças. Do mesmo modo, o que ocorre na primeira infância também tem grandes consequências para a forma com que os genes vão se comportar durante toda a vida.
Por isso, o tema da 8ª Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, que o Senado realiza de 20 a 22 de outubro, no Auditório Petrônio Portela, será A Epigenética e o Desenvolvimento Infantil. A epigenética se dedica a pesquisar variações celulares e fisiológicas causadas por fatores externos e ambientais, que afetam o modo como os genes são lidos pelo organismo.
Gratuita e aberta ao público — basta inscrever-se no site do evento —, a Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz deste ano aborda subtemas como o impacto da saúde física e mental da futura mãe no desenvolvimento do bebê; o estresse perinatal influenciando no desenvolvimento neuropsicológico da criança; a situação da criança que vive em instituição de acolhimento; e as relações entre genética, meio ambiente e cultura. Há ênfase nas atividades lúdicas como a música, a literatura e a interpretação de histórias, atividades que influenciam nessa dinâmica.
O Marco Legal da Primeira Infância, que tramita no Congresso, também será debatido. O senador Paulo Paim (PT-RS) elogiou a iniciativa e informou ter sido convidado para apresentar o Painel I, que tratará da legislação sobre a Primeira Infância e as Políticas Públicas, na terça-feira (20), às 14h.

Marcas

O termo epigenética foi cunhado por Conrad Waddington em 1942, com base na percepção de que “a experiência de um organismo pode ter influência na expressão dos genes, modificando-a”. Para a epigenética, esse processo se dá em cadeia, e essas mudanças na leitura do DNA podem ser transmitidas para a próxima geração.
As mudanças epigenéticas acontecem durante toda a vida, mas as pesquisas apontam a importância da atenção à primeira infância (que vai até os seis anos).
Entre muitas afirmações tidas como incontestáveis no meio científico, está a de que as mudanças epigenéticas ocorrem desde a fase intrauterina, passando pelo desenvolvimento do recém-nascido, primeira infância, puberdade e na terceira idade. Envolvem modificações moleculares do DNA.

Público alvo

A Semana tem como principal público-alvo pedagogos, educadores, profissionais da saúde, psicólogos, legisladores, representantes dos Poderes Executivo e Judiciário, gestores públicos e privados nas áreas de Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, professores e estudantes universitários, profissionais de imprensa, membros de organizações não-governamentais e outras instituições da sociedade civil.
Entre os palestrantes, estão os franceses Françoise Molenat, psiquiatra; Gilles Cambonie, pediatra e neonatologista; e Jaqueline Wendland, psicóloga. Entre os brasileiros, destacam-se a neurocientista Fabíola Zucchi, de Brasília; a psicóloga Maria Regina Maluf, de São Paulo; e a professora Paula Pecker, do projeto Musica per Bambini, de Porto Alegre.
O evento é realizado em parceria com a Universidade de Paris Descartes, a Embaixada da França e a a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
Nesta edição, as comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE); Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado realizam, na quarta-feira (21), audiência pública interativa para tratar de aspectos que influenciam a epigenética no período da gestação e nos primeiros anos de vida.
Inscrições: http://www.senado.gov.br/senado/Programas/InfanciaePaz/
Facebook: https://www.facebook.com/InfanciaEPaz/
Agência Senado

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