Pesquisadores paulistas debatem maior acesso a alimentos, água e energia

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) apoia as atividades da Escola São Paulo de Ciência Avançada no Nexo Água, Alimento e Energia, que promoveu debates recentemente na Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
As atividades, apoiadas pela Fapesp por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), reuniram estudantes brasileiros e estrangeiros e tiveram o intuito de atrair estudantes para cursos de pós-graduação e centros de pesquisa paulistas. Além disso, a iniciativa buscou discutir os impactos sociais, econômicos e ambientais envolvidos nas decisões sobre inovação tecnológica, gestão e políticas públicas na área.
Abastecimento
Vale destacar que o maior acesso à água, alimento e energia é uma preocupação de entidades nacionais e estrangeiras. De acordo com especialistas, abastecer uma população global que deverá atingir 9 bilhões de pessoas até 2050 exigirá um aumento de 60% na produção de alimentos, com ampliação no consumo de água e energia.
“Trata-se de uma maneira inovadora de conceber a questão científica. Isso considera os embates e desafios sobre as três questões”, ressalta o professor José Roberto Guimarães, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, da Unicamp, e pesquisador responsável pela ESPCA no Nexo Água, Alimento e Energia.
“As alterações recentes precisam ser articuladas em políticas de planejamento. Caso haja um tratamento articular entre as áreas, será possível reduzir conflitos e ampliar a eficiência. A ideia da Escola é unificar a pesquisa em água, alimento e energia”, avalia o professor Paulo Sergio Franco Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Energéticos e Ambientais da Unicamp e um dos organizadores da ESPCA no Nexo Água, Alimento e Energia.
“Os debates acerca da interdependência de alimento, água e energia têm potencial para uma ciência mais integrada, que una engenharia, agronomia, hidrologia e ciências sociais. É fundamental que as sejam levadas em conta já no primeiro dia dos projetos”, salienta Emílio Moran, professor visitante da Unicamp e professor da Michigan State University, dos Estados Unidos.
Oportunidade
Na avaliação da estudante Paula Prado Siqueira, mestranda na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e uma das alunas da Escola, a participação no evento é uma oportunidade de se integrar com outras instituições de ensino.
A mestranda conduz um projeto sobre o tema na região Nordeste. “Analiso o nexo na bacia do rio São Francisco e lá não tem como fugir de um conflito entre os três aspectos. Se não houver um nível mínimo nos reservatórios, não tem produção de energia. Se não chover e tiver água, não tem mais produção de energia”, afirma.
A nova abordagem para propor soluções integradas representa uma tendência de pesquisa, de acordo com especialistas. Na Fapesp, por exemplo, programas como o de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (Biota) e de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais representam esforços para oferecer oportunidades integradas em ciência.

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