CEPAL alerta para pobreza e desigualdades sociais na América Central

por ONU Brasil
Brittany brinca no jardim de sua casa em Potrerillos Omoa Cortes, em Honduras. Foto: UNICEF/Bindra
Brittany brinca no jardim de sua casa em Potrerillos Omoa Cortes, em Honduras. Foto: UNICEF/Bindra

A chefe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, alertou na segunda-feira (29) para os abismos de renda em países centro-americanos — Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá. Quando consideradas essas nações juntas, estima-se que 20% dos indivíduos mais ricos concentrem 47% de todos os rendimentos.
Em conferência realizada no México para discutir os desafios da América Central, Bárcena ressaltou que nos últimos cinco anos, a região teve crescimento econômico médio de 3,9%, acima do 0,8% estimado para todos os países latino-americanos e caribenhos. A variação positiva, porém, oculta níveis de pobreza extremamente altos, com taxas que chegam a 76,1% da população da Guatemala, 65% em Honduras e 50% em Nicarágua.
De acordo com a secretária-executiva da CEPAL, um indivíduo que faça parte dos 10% mais ricos da América Central tem renda de 20 a 70 vezes mais alta do que alguém entre os 10% mais pobres.
Bárcena ressaltou ainda que mais de 600 mil jovens na sub-região buscam empregos, mas a geração de novas vagas chega a cerca de somente 250 mil postos. Diante da miséria e da falta de oportunidades, uma das opções é a migração, incluindo de menores de idade.
"Precisamos crescer para igualar e igualar para crescer", disse a autoridade máxima da comissão regional. "Os países devem investir em capital humano, reduzir as lacunas na educação formal que vão perdurando entre as gerações, e dar um salto amplo para a educação superior (universitária). Devemos eliminar as barreiras no acesso à saúde, que reduzem a produtividade e a expectativa de vida."

Integração regional

Durante o evento, Bárcena defendeu um fortalecimento da integração latino-americana e caribenha — uma estratégia para lidar com o complexo contexto global, de crescente protecionismo nas relações econômicas. Em nível centro-americano, a chefe da CEPAL propôs uma aliança produtiva para apoiar a diversificação e a agregação de valor das exportações.
Para alcançar esses objetivos, é crucial avançar na facilitação do comércio e reduzir incentivos não tarifários, além de melhorar a qualidade da infraestrutura, as capacidades científicas e os recursos humanos, completou a dirigente.
"Que a integração seja um motor, que sejam identificadas áreas de expansão, que se diversifique com inovação tecnológica", enfatizou Bárcena. A chefe da CEPAL defendeu ainda uma "política fiscal que freie a evasão", além de pedir "uma sustentabilidade ecológica e ambiental como limite estratégico para o investimento, a inovação e a produção".

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