ONU pede investigação internacional do assassinato de jornalista saudita

por ONU Brasil
Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Em novo pronunciamento sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, a chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, cobrou nesta terça-feira (30) uma investigação independente e internacional do homicídio, descrito como "um crime revoltantemente descarado". A alta-comissária enfatizou que a autópsia do corpo é uma etapa "crucial" do inquérito. Até o momento, o local onde estaria o cadáver não foi divulgado pela Arábia Saudita.
"A examinação forense, incluindo uma autópsia do corpo da vítima, é um elemento crucial em qualquer investigação de um assassinato, e eu peço com urgência às autoridades sauditas que revelem o paradeiro do seu corpo (de Jamal) sem mais demora ou evasivas", afirmou Bachelet.
"Para que a investigação seja realizada livre de qualquer suspeita de interferências políticas, o envolvimento de especialistas internacionais, com acesso completo a provas e testemunhas, seria altamente desejável", acrescentou.
A dirigente lembrou que oficiais seniores do governo saudita teriam participado do crime, ocorrido dentro de um consulado. Na avaliação de Bachelet, isso torna essencial "colocar os parâmetros (da investigação) bem altos, para garantir uma análise completa e a responsabilização das violações de direitos humanos".
Segundo a alta-comissária, é importante determinar se violações sérias, como tortura, execução sumária e desaparecimento forçado, foram cometidas, além de identificar todos os implicados no crime, independentemente de seus cargos no governo.
A dirigente elogiou as medidas da Turquia e da Arábia Saudita para investigar e processar todos os supostos autores do assassinato, mas reiterou a necessidade de um inquérito independente, imparcial e com participação internacional. Bachelet reiterou seu apelo às autoridades dos dois países para que revelem a verdade completa sobre a morte de Khashoggi.
A alta-comissária pediu ainda que os direitos à verdade e à justiça de sua família, e também do público em geral, sejam plenamente realizados. Segundo o comunicado da dirigente, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) está a postos para auxiliar nas investigações.

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