Cursos gratuitos da Escola de Moda estão disponíveis no CIC do Imigrante

Espaço revitalizado desde 4 de setembro de 2018, o Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, na capital paulista, promove atendimentos para 25 serviços gratuitos, realizados pelo programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, além de órgãos parceiros, como a Fundação Procon, a Defensoria Pública e o Banco do Povo, entre outros.
Vale destacar que a unidade está em funcionamento desde dezembro de 2014. Entre 4 e 27 de setembro deste ano, após a revitalização do complexo, foram 240 atendimentos a cidadãos de outras nacionalidades. Os cursos em parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp) também representam um auxílio aos imigrantes.
Por exemplo, no mesmo período, as matrículas nos cursos da Escola da Construção Civil somam 28 alunos. São pelo menos 35 matriculados na Escola de Moda e 103 cidadãos que passaram pelas atividades da Padaria Artesanal.
Atendimentos
Ao todo, 113 atendimentos foram realizados pelo programa Acessa São Paulo, do Governo do Estado, que tem o objetivo de aproximar as pessoas do mundo digital e completa 18 anos em 2018. A iniciativa contribui de forma significativa para o desenvolvimento pessoal e profissional dos usuários.
O curso de Corte e Costura, da Escola de Moda, oferecido pelo Fundo Social tem a participação de alunos de diversas nacionalidades e com histórias de vida que se cruzam no território brasileiro.
O eletromecânico e técnico operário Luis Felipe Rodriguez Barrios, de 38 anos, está no Brasil desde 15 de maio de 2018. Ele deixou a esposa na Venezuela. Ambos conduziam as atividades de uma oficina de costura desde 2008. Em São Paulo, o venezuelano chegou a trabalhar em uma fábrica que praticava irregularidades trabalhistas e empregava mão de obra predominantemente estrangeira. O local foi descoberto e fechado pelas autoridades policiais.
Assim, Luis Felipe Rodriguez Barrios passou a buscar outras oportunidades profissionais e se inscreveu no curso de Corte e Costura. “Pretendo conhecer cada vez mais pessoas. As aulas são conduzidas pela professora que tem boa pedagogia e aborda muito bem os temas. Quero trazer minha esposa e meu filho para morar no Brasil”, revela o eletromecânico.
Dabarechi Dorathy Egonder, de 39 anos, estudou Economia e Administração na Nigéria e permanece no Brasil desde 2010. Moradora da região da Rua 25 de março, no centro da capital, com o marido e a filha, ela elogia a receptividade da população. “O Brasil é uma nação amistosa, dá muitas oportunidades e recebe bem os estrangeiros. Em relação ao curso, o material é bom e gosto de tudo. A professora é muito amistosa”, salienta.
Oportunidades
Aos 26 anos, o haitiano Pierre Thomas Edoward, morador do Jardim Ângela, na zona sul da capital, também busca oportunidades de trabalho em São Paulo, onde está desde janeiro de 2018. Ele já trabalhou com costura e destaca a qualidade das aulas. “As professoras são muito tranquilas. Eu gosto muito dos brasileiros, pois são receptivos”, afirma.
A aluna Denese Pierre, de 33 anos, veio em 2015 do Haiti, onde era vendedora e trabalhava com costura. “Moro com dois filhos em Guaianases, na zona leste de São Paulo, e busco uma oportunidade profissional, pois gosto do Brasil”, diz.
A professor Leda Maria de Sousa ministra as atividades na segunda turma do Corte e Costura do Fussesp no CIC do Imigrante. Trata-se de uma experiência nova para a docente, uma vez que ela não tinha trabalhado especificamente com estrangeiros durante os seis anos de aulas no projeto. “Nossa comunicação é uma barreira pequena. Os alunos são bem esforçados e eu também aprendo muito com eles”, avalia.
“Eu sinto o meu trabalho como um presente de Deus e colaboro com a humanização. Eles são abertos para o recebimento de informações e gratos pela oportunidade”, completa a professora.

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