Posicionamento do presidente da ABIMAQ, Carlos Pastoriza
Segue posicionamento do presidente da ABIMAQ, Carlos Pastoriza, a
respeito dos números divulgados agora há pouco pelo IBGE:
O IBGE acabou de divulgar o resultado das contas nacionais trimestrais
referente ao último trimestre de 2014.
Em resumo, os dados revelaram ligeiro crescimento no último trimestre
(+0,3%) em relação ao terceiro trimestre. A indústria neste período recuou 0,1%
e a taxa de investimento (FBCF) 0,4%.
No ano, o PIB de 2014 manteve-se praticamente estável em relação a 2013
(+0,1%). A indústria encerrou o ano com queda de 1,2% e a Formação Bruta de
Capital fixo caiu 4,4%.
Na indústria, destacou-se o crescimento da extrativa mineral, que
avançou 8,7% no ano influenciado tanto pelo aumento da extração de petróleo e
gás natural quanto pelo crescimento da extração de minérios ferrosos. A
construção civil e também a produção e distribuição de eletricidade, gás e água
recuaram 2,6%, esta última em razão do maior uso das termelétricas.
A indústria de transformação teve queda de 3,8% influenciada pela
redução das atividades da indústria automotiva e da fabricação de máquinas e
equipamentos, aparelhos elétricos e produtos de metal.
A FBCF, que recuou 4,4%, teve com principal responsável a queda da
produção interna e da importação de bens de capital (-9,5%), mas ainda também
pela construção civil (-3,3%). Com isso, sua participação no PIB recuou de
20,5% em 2013 para 19,7% já na nova metodologia.
Os números revelam aquilo que já
sabemos. O Brasil precisa de reformas urgentes. Se o ajuste fiscal é
necessário, e acreditamos que seja, a pergunta que se faz é: Será que ele só é
viável às custas da sociedade e da indústria brasileira? Será que não há outras
formas não tão recessivas, que penalizem menos a produção e o emprego?
Nós, da ABIMAQ, estamos convictos que
sim, afinal, qual está sendo a contribuição do governo para este ajuste? Onde
está o anúncio de um programa de redução de gastos do governo, de melhoria da
eficiência da máquina pública, por exemplo, da diminuição dos cargos
comissionados (que é um cabide de empregos para atender partidos políticos),
diminuição do número de ministérios, privatização de serviços públicos e
redução de tantas outras despesas possíveis? E o que se gasta, então, com o
pagamento de juros da dívida pública? (cada ponto percentual de aumento da
SELIC representa um gasto adicional anual da ordem de R$ 10 bilhões para os
cofres públicos. No ano, o governo gasta cerca de R$ 300 bilhões só com o
pagamento de juros).
Lamentavelmente, não há nada nesta
direção, não há nada que sinalize o início das reformas estruturais que tanto o
país necessita, não há nenhuma proposta de política industrial que possa
recolocar o país no rumo da competitividade.
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