Agricultura sustentável é foco de produtores no Centro-Oeste
Atentos à importância da utilização de práticas
sustentáveis na agricultura, produtores do Centro-Oeste têm buscado
estabelecer um equilíbrio entre a expansão das lavouras e a preservação
do Cerrado. Inovações tecnológicas, aliadas a boas práticas alavancaram a
região como referência na utilização de técnicas que agregam
produtividade à sustentabilidade.
O
uso racional da água e a aplicação de tecnologias adaptadas estão entre
as principais práticas utilizadas pelos agricultores para preservar os
recursos naturais da região. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) apontam que, no cerrado, bioma predominante no
Centro-Oeste, a área desmatada por ano caiu 54% de 2002 a 2010, para
menos de 6.500 quilômetros quadrados.
Segundo
Leomar Cenci, presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do
Distrito Federal (Coopa-DF), os produtores do Distrito Federal buscam as
melhores tecnologias para produção, sem deixar de lado a consciência
ambiental. “Sabemos que para produzir com eficiência é preciso ter
também muita responsabilidade, principalmente, no que diz respeito ao
meio ambiente. Práticas como o plantio direto, que protege o solo, os
barramentos de contenção feitos nas estradas rurais, entre outras ações,
já fazem parte do dia a dia dos nossos produtores, e contribuem para a
proteção dos nossos recursos hídricos”.
Foi
com objetivo de transformar o Planalto Central em um pólo agropecuário,
que a Coopa-DF criou a AgroBrasília – A Feira Internacional dos
Cerrados. O evento está em sua oitava edição e tem se destacado como
celeiro de inovações e realização de negócios junto às melhores empresas
do setor e agricultores competentes e interessados em conhecimento. “A
agricultura do DF ainda tem muito a crescer, mas precisa de algumas
definições, especialmente, em relação à questão fundiária, que acaba
travando alguns investimentos. No entanto, em termos gerais, o
agricultor da região tem conhecimento, tecnologia e disposição para
investir do desenvolvimento do setor”, completa Cenci.
Na
AgroBrasília, uma parceria entre Coopa-DF, Embrapa, Secretaria de
Agricultura, Campo, Emater-DF e Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), permite que os visitantes conheçam um espaço
denominado Unidade de Referência Tecnológica (URT), onde fica instalada a
Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), um sistema de produção
de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área. “A
ILPF é uma estratégia de produção que integra atividades agrícolas,
pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, em cultivo
consorciado, em sucessão ou em rotação, buscando efeitos sinérgicos
entre os componentes do agroecossistema”, explica Lourival Vilela,
pesquisador da Embrapa Cerrados.
Desde
que o espaço foi implantado no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, local
onde acontece a AgroBrasília, os pesquisadores vêm realizando Dias de
Campo para demonstrar a evolução do sistema. O objetivo é conduzir a
unidade até o corte de todas as árvores para obter informações sobre a
produtividade e viabilidade econômica.
Embora
ainda não seja uma prática muito utilizada pelos produtores do DF,
existe um grande potencial para que a ILPF passe a ser adotada tanto nas
pequenas, quanto nas grandes propriedades. “Naquelas propriedades com
foco em produção de leite, por exemplo, o sistema ILPF poder conferir
maior conforto térmico aos animais e produção de madeira para serraria e
de mourões para cerca”, diz Vilela.
Em
2015, o Dia de Campo ILPF da AgroBrasília contará com quatro estações
que apresentarão os resultados obtidos, até o momento, no espaço.
“Também haverá exposições relacionadas ao tema definido para o evento
deste ano que é o manejo de solo com foco na conservação do solo e da
água e no bem-estar animal”, completa Lourival Vilela.
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