Área de ocupação irregular dá lugar a parque depois do reassentamento
A auxiliar de serviços gerais Ivanilda Lopes de Campos, de 40
anos, voltou na semana passada ao local onde viveu dificuldades para
criar seus seis filhos – a Vila Nova Barigui, na CIC. Encontrou um
cenário totalmente diferente da época em que ali morava. Os precários
barracos de madeira onde viviam amontoadas 220 famílias deram lugar a
canchas esportivas, parquinhos infantis, academia ao ar livre, pista de
skate, bicicletários e áreas de estar.
A implantação do Parque Mané Garrincha, inaugurado pela Prefeitura de Curitiba no dia 21 de setembro, é resultado de um trabalho que começou com a atuação da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que entre 2009 e 2010 efetuou o reassentamento das 220 famílias que habitavam irregularmente o local, nas margens do Rio Barigui. Foram transferidas 150 famílias para o Moradias Aquarela, no bairro Augusta, e 70 para o Moradias Corbélia, no São Miguel – os dois conjuntos na abrangência da regional CIC.
Moradora do Aquarela há quatro anos, Ivanilda conta que está vivendo o período mais tranquilo da vida. “Aqui é a melhor casa que já tive. Agora finalmente os dias são sossegados. Não tenho nenhuma saudade lá da vila onde morei quase 20 anos e criei meus filhos. Nós sofremos demais, foram tantas enchentes que perdi a conta. Quando chovia, na volta do serviço eu tinha que ir pulando os muros dos vizinhos pra conseguir chegar em casa e ver se as crianças estavam bem”, relembra.
Apesar de não ter saudade, Ivanilda estava curiosa para ver em que situação se encontra o local onde morou por duas décadas. “Desde que saímos de lá nem passei por perto, acho que fiquei com trauma. Hoje me sinto pronta para voltar lá e ver como está”, disse. A filha Emanuele, hoje com 10 anos, tinha 6 quando a família foi transferida e também se animou em ver a transformação do local.
Recuperação ambiental
Ao chegarem ao parque, a surpresa em ver como está o local se misturou à emoção de relembrar o sofrimento que superaram. Voltar lá lhe trouxe à mente uma história que jamais vai esquecer. “Um dia antes da noite de Natal, há uns 10 anos, eu peguei todas as economias da família e fui de bicicleta comprar coisas para a ceia. O dinheiro era pouco, mas consegui comprar um peru, refrigerante e panetone. Na volta quando estava chegando em casa, o pneu bateu em uma pedra grande e acabei capotando a bicicleta. Deitada no chão eu vi a compra toda cair dentro do rio e ir embora. Nunca senti tanta tristeza”, conta.
Apesar da recordação melancólica, mãe e filha ficaram contentes em ver como estão as margens do rio após a recuperação ambiental. “Agora está ótimo, com espaço para a população praticar esportes, descansar, lugar para as crianças brincarem. Antes isso aqui era horrível, com muito lixo jogado no rio, famílias vivendo em condições ruins. Deu gosto de ver o trabalho que a prefeitura fez”, destacou.
A intervenção foi benéfica para os moradores reassentados que passaram a habitar casas de alvenaria em locais seguros e também para as famílias que permaneceram no local porque estavam fora da faixa de preservação ambiental. Caso de Vera Lúcia Rodrigues, de 39 anos, mãe dos gêmeos de quatro meses Pedro e Tiago. “Ficou maravilhoso, não tem nem como comparar. Agora temos um lugar para caminhar, passear com os bebês, conversar com os vizinhos. Antes era complicado, porque tinha muita sujeira e mau cheiro. Com os barracos quase empilhados um no outro, não tinha nem como passar por aqui”, diz.
Tanto o Moradias Aquarela como o Moradias Corbélia foram construídos com a finalidade de abrigar famílias transferidas de áreas de risco. Hoje os dois conjuntos se encontram consolidados, com os moradores já de posse das escrituras que garantem a propriedade dos lotes.
Assim como Ivanilda, muitas famílias ampliaram e fizeram melhorias nas casas que receberam. “Nós construímos mais três peças atrás para caber todo mundo. Aqui nossa vida vai melhorando aos poucos e fico satisfeita em saber que sair da invasão melhorou para nós e também para a cidade, que ganhou um parque novo”, afirma.
Parque
A implantação do parque vai ajudar a combater a ocorrência de enchentes na região. São 120 mil metros quadrados ao longo do Rio Barigui. Toda área ganhou iluminação, quatro quilômetros de pista compartilhada para ciclistas e pedestres e recuperação da vegetação às margens do rio. “Transformamos uma área com um antigo histórico de enchentes em ponto de convívio e ocupação social”, disse o prefeito Gustavo Fruet.
A implantação do Parque Mané Garrincha, inaugurado pela Prefeitura de Curitiba no dia 21 de setembro, é resultado de um trabalho que começou com a atuação da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), que entre 2009 e 2010 efetuou o reassentamento das 220 famílias que habitavam irregularmente o local, nas margens do Rio Barigui. Foram transferidas 150 famílias para o Moradias Aquarela, no bairro Augusta, e 70 para o Moradias Corbélia, no São Miguel – os dois conjuntos na abrangência da regional CIC.
Moradora do Aquarela há quatro anos, Ivanilda conta que está vivendo o período mais tranquilo da vida. “Aqui é a melhor casa que já tive. Agora finalmente os dias são sossegados. Não tenho nenhuma saudade lá da vila onde morei quase 20 anos e criei meus filhos. Nós sofremos demais, foram tantas enchentes que perdi a conta. Quando chovia, na volta do serviço eu tinha que ir pulando os muros dos vizinhos pra conseguir chegar em casa e ver se as crianças estavam bem”, relembra.
Apesar de não ter saudade, Ivanilda estava curiosa para ver em que situação se encontra o local onde morou por duas décadas. “Desde que saímos de lá nem passei por perto, acho que fiquei com trauma. Hoje me sinto pronta para voltar lá e ver como está”, disse. A filha Emanuele, hoje com 10 anos, tinha 6 quando a família foi transferida e também se animou em ver a transformação do local.
Recuperação ambiental
Ao chegarem ao parque, a surpresa em ver como está o local se misturou à emoção de relembrar o sofrimento que superaram. Voltar lá lhe trouxe à mente uma história que jamais vai esquecer. “Um dia antes da noite de Natal, há uns 10 anos, eu peguei todas as economias da família e fui de bicicleta comprar coisas para a ceia. O dinheiro era pouco, mas consegui comprar um peru, refrigerante e panetone. Na volta quando estava chegando em casa, o pneu bateu em uma pedra grande e acabei capotando a bicicleta. Deitada no chão eu vi a compra toda cair dentro do rio e ir embora. Nunca senti tanta tristeza”, conta.
Apesar da recordação melancólica, mãe e filha ficaram contentes em ver como estão as margens do rio após a recuperação ambiental. “Agora está ótimo, com espaço para a população praticar esportes, descansar, lugar para as crianças brincarem. Antes isso aqui era horrível, com muito lixo jogado no rio, famílias vivendo em condições ruins. Deu gosto de ver o trabalho que a prefeitura fez”, destacou.
A intervenção foi benéfica para os moradores reassentados que passaram a habitar casas de alvenaria em locais seguros e também para as famílias que permaneceram no local porque estavam fora da faixa de preservação ambiental. Caso de Vera Lúcia Rodrigues, de 39 anos, mãe dos gêmeos de quatro meses Pedro e Tiago. “Ficou maravilhoso, não tem nem como comparar. Agora temos um lugar para caminhar, passear com os bebês, conversar com os vizinhos. Antes era complicado, porque tinha muita sujeira e mau cheiro. Com os barracos quase empilhados um no outro, não tinha nem como passar por aqui”, diz.
Tanto o Moradias Aquarela como o Moradias Corbélia foram construídos com a finalidade de abrigar famílias transferidas de áreas de risco. Hoje os dois conjuntos se encontram consolidados, com os moradores já de posse das escrituras que garantem a propriedade dos lotes.
Assim como Ivanilda, muitas famílias ampliaram e fizeram melhorias nas casas que receberam. “Nós construímos mais três peças atrás para caber todo mundo. Aqui nossa vida vai melhorando aos poucos e fico satisfeita em saber que sair da invasão melhorou para nós e também para a cidade, que ganhou um parque novo”, afirma.
Parque
A implantação do parque vai ajudar a combater a ocorrência de enchentes na região. São 120 mil metros quadrados ao longo do Rio Barigui. Toda área ganhou iluminação, quatro quilômetros de pista compartilhada para ciclistas e pedestres e recuperação da vegetação às margens do rio. “Transformamos uma área com um antigo histórico de enchentes em ponto de convívio e ocupação social”, disse o prefeito Gustavo Fruet.
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