Livro da Eduff resgata trajetória do “Almirante do Povo” nos anos de chumbo
Livro conta história de um militar controverso no contexto da ditadura
A formação da história é dada a partir de uma disputa de interesses, com silenciamento de diversos personagens e fatos, contrários ao poder vigente. O Brasil não é exceção à regra e não são raros os assassinatos, perseguições e torturas cometidos durante a Ditadura Civil-Militar que permanecem esquecidos pela população. Como forma de trazer à tona uma figura de resistência ao regime, o historiador Anderson Almeida, professor da Universidade Federal de Alagoas, lança “...Como se fosse um deles”, resultado de sua dissertação de mestrado em História na UFF. Na obra, ele resgata a história de Cândido da Costa Aragão, conhecido como Almirante Aragão – um militar controverso e de muita relevância no contexto da ditadura.
Aragão morreu como anônimo, mas durante a vida foi conhecido pela sua resistência e apoio a Brizola e Jango, recebendo o apelido de “Almirante Vermelho”, pelos seus pares militares, e “Almirante do Povo”, pelos outros simpatizantes da esquerda. Aragão representava, de certa forma, uma ameaça à ordem e ao poder pré-estabelecido dos militares, por ser visto pelos seus admiradores como a esperança de uma Marinha menos elitista, alinhada às necessidades populares.
Segundo Almeida, a dificuldade em reconhecer nas práticas do regime ditatorial crimes contra a humanidade intensifica uma memória social cada vez mais presente no país. “O apelo ao poder centralizado, à ordem [...] a ojeriza à diversidade e o pavor à liberdade, são marcas de um tempo que teima em não passar”, explica. A função da história seria, portanto, justamente essa: problematizar noções comuns de determinado tempo e lembrar do que os outros querem esquecer. Com uma linguagem mais leve, a fim de “superar os muros da academia”, é isso que a obra busca trazer para o leitor.
Aragão morreu como anônimo, mas durante a vida foi conhecido pela sua resistência e apoio a Brizola e Jango, recebendo o apelido de “Almirante Vermelho”, pelos seus pares militares, e “Almirante do Povo”, pelos outros simpatizantes da esquerda. Aragão representava, de certa forma, uma ameaça à ordem e ao poder pré-estabelecido dos militares, por ser visto pelos seus admiradores como a esperança de uma Marinha menos elitista, alinhada às necessidades populares.
Segundo Almeida, a dificuldade em reconhecer nas práticas do regime ditatorial crimes contra a humanidade intensifica uma memória social cada vez mais presente no país. “O apelo ao poder centralizado, à ordem [...] a ojeriza à diversidade e o pavor à liberdade, são marcas de um tempo que teima em não passar”, explica. A função da história seria, portanto, justamente essa: problematizar noções comuns de determinado tempo e lembrar do que os outros querem esquecer. Com uma linguagem mais leve, a fim de “superar os muros da academia”, é isso que a obra busca trazer para o leitor.
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