Operação Shylock combate fraudes no comércio exterior em SC
Dionísio Cerqueira/SC – A 
Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24/9) a Operação Shylock, 
em conjunto com servidores da Receita Federal, para desarticular uma 
associação criminosa composta por empresários, despachantes aduaneiros e
 servidor público federal, especializada na introdução no país de 
mercadorias estrangeiras irregulares, mediante a prática de diversas 
fraudes no comércio exterior. O grupo criminoso possuía base de atuação 
em Dionísio Cerqueira/SC e ramificações em outras regiões de Santa 
Catarina, Paraná e São Paulo.
Cerca de 180 policiais federais e 22 
servidores da Receita Federal cumprem 45 mandados de busca, 7 mandados 
de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária e 6 mandados de 
condução coercitiva, além de mandados de sequestro de bens imóveis e 
apreensão de veículos. Cumpriram-se os mandados nas cidades de Dionísio 
Cerqueira/SC, Barracão/PR, Guarujá do Sul/SC, Itajaí/SC, Balneário 
Camboriú/SC, Itapema/SC, São Francisco do Sul/SC, Florianópolis/SC, Foz 
do Iguaçú/PR, São Paulo/SP e Suzano/SP.
A investigação teve início em 2014 e no
 decorrer dos trabalhos foram apreendidas diversas cargas irregulares de
 mercadorias importadas. Em 14/8/2015, por exemplo, foi apreendida na BR
 101, próximo à Curitiba/PR, carga de vestuário contrafeito, declarada 
em nota fiscal como “artefatos de plástico” e valor informado de R$ 104 
mil. A carga foi introduzida fraudulentamente no Brasil pelo porto de 
Itajaí/SC e tinha como destino o comércio de São Paulo/SP e valor 
estimado de aproximadamente R$ 800 mil.
O grupo atuava basicamente na 
constituição de empresas de importação e exportação que realizavam 
operações de comércio exterior fraudulentas, introduzindo no território 
nacional produtos em importações irregulares com o objetivo de maximizar
 os lucros, lesando o Erário e prejudicando a concorrência.
As empresas constituídas serviam de 
fachada para importações irregulares mediante a prática de diversas 
fraudes, como subfaturamento, declarações falsas de conteúdo dos 
containers, importação de produtos falsificados, interposição de pessoas
 com ocultação do real importador, dentre outras.
Para garantir o sucesso da empreitada 
criminosa, os investigados cooptaram servidor da Receita Federal, chefe 
da Aduana de Controle Integrado de Cargas (ACI) de Dionísio 
Cerqueira/SC, que atuava como um braço do grupo criminoso dentro da 
Receita Federal, auxiliando o grupo em diversas ações, com violação do 
dever funcional, dentre outras:
Os envolvidos responderão pelos crimes 
de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, 
contrabando, descaminho, facilitação ao contrabando ou descaminho, 
advocacia administrativa, uso de documento ideologicamente falso, 
violação de sigilo funcional, inserção de dados falsos em sistemas de 
informação da Receita Federal, dentre outros delitos.
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