Paraná instrui técnicos para qualidade de produtos de origem animal

A garantia da qualidade dos produtos de origem animal foi o tema de discussão do fórum realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) nesta quinta-feira (27), no último dia da Feira Internacional de Proteína Animal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Fiscais, responsáveis técnicos e representantes de empresas fabricantes de produtos de origem animal do estado se reuniram para palestras e debates com profissionais da defesa agropecuária de todo o país. O objetivo foi promover a conscientização das empresas para que o consumidor paranaense tenha cada vez mais acesso a um produto saudável e de qualidade.

Unindo diferentes frentes de trabalho da área sanitária, os seminários abordaram a importância do controle interno de qualidade das indústrias e do trabalho dos fiscais na verificação do cumprimento da legislação. “As leis cumprem a função de manter o padrão de qualidade dos produtos e a defesa agropecuária nada mais é do que uma aliada que fiscaliza o que foi determinado pelas normas. Se as empresas fizerem o controle interno e seguirem a legislação, o produto terá valor agregado pela qualidade”, aponta Inácio Afonso Kroetz, presidente da Adapar.

Empresário do agronegócio paranaense, José Mayr Bonassi falou sobre o potencial do mercado nacional para a proteína animal e explicou a necessidade de manter o padrão de qualidade. “A defesa animal resulta na qualidade final do produto, se fizermos um produto de um animal bem tratado, sadio, seremos um grupo de qualidade e este é um atributo que o empresário deve perceber”, analisa.

Bonassi acredita que as indústrias que seguirem por este caminho têm grandes chances de alcançar sucesso. “Esse público de pequena e média empresa terá um futuro muito brilhante no Brasil se conseguir apresentar qualidade, custos compatíveis e soluções novas para o consumidor no mercado”, disse.

INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO - Além de empresários, estiveram presentes inspetores de indústrias para entender como o seu trabalho influencia no controle de qualidade dos produtos. Assunto este que também foi discutido entre representantes estaduais das agências de defesa agropecuária na quarta-feira durante o Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), na busca pela padronização dos sistemas estaduais de fiscalização e inspeção sanitária dos produtos de origem animal.

“A sociedade clama por mais transparência e eficiência das ações da indústria e do governo, então esses encontros são muito adequados para que todos possam enxergar para qual caminho o serviço de inspeção de produtos de origem animal precisa seguir, independente da sua natureza ser federal, estadual ou municipal”, defende Leandro Feijó, coordenador do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura.

O fiscal federal agropecuário Carlos Eduardo Tedesco esteve presente para falar sobre auto-controle e certificação oficial, apontando práticas a serem adotadas pelos fiscais e inspetores. “São seminários muito importantes para divulgar novas práticas e incentivar todos a aderirem. É um avanço para os estados e para os órgãos federais”, acredita Tedesco.

COMUNICAÇÃO - O fórum abordou também a função da comunicação na área do agronegócio. Andréia Claudino, do Sebrae, explica como as informações sobre os produtos são tão importantes quanto a sua produção. “Às vezes os empresários pensam que um site não é uma ferramenta tão importante e que não precisa de atualização. Mas se eu entrar no site uma vez para buscar informação sobre o produto e ela estiver errada, não entro mais. A comunicação é uma grande aliada, desde que seja bem utilizada”, diz Claudino.

Para as pequenas empresas, no entanto, José Mayr Bonassi explica que o gasto com comunicação não precisa ser excessivo. “Quanto menor a empresa, mais a comunicação deve ser via qualidade do produto. Uma embalagem boa, com as informações corretas no rótulo e um site com as principais dúvidas, é um grande caminho andado”, acredita.