Comissão vota projeto que protege quem faz intercâmbio
Gorette Brandão
Projeto de lei que
busca dar mais segurança a estudantes ou trabalhadores que fazem
intercâmbio em outros países será examinado pela Comissão de Educação,
Cultura e Esporte (CE) na terça-feira (1º). Na pauta do dia, com 14
proposições, está ainda uma proposta que dispõe sobre a celebração de
convênios entre a União, os estados, municípios e o Distrito Federal
diante da realização de eventos de grande repercussão.
A matéria (PLS 544/2011)
que trata dos intercâmbios firmados por meio de empresas que operam no
Brasil é da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). O objetivo é dar
mais garantias ao consumidor tornando obrigatório nos contratos, de
forma clara e precisa, o registro de informações sobre remuneração,
carga horária, natureza da atividade, cargo, atribuições, moradia e
demais dados.
Vanessa afirma, na justificação, que
estudantes vêm sendo ludibriados com propostas falsas sobre intercâmbio
de estudo e trabalho. Ainda de acordo com a senadora, frequentemente os
intercambistas acabam em condições sub-humanas de moradia e trabalho.
O relator, senador Cícero Lucena
(PSDB-PB), recomenda a aprovação da proposta na forma de substitutivo
adotado anteriormente pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ). Essa comissão inseriu o teor da matéria na Lei Geral do Turismo (Lei 11.771/2008), em vez de criar uma lei nova, já que o turismo de intercâmbio é tratado por aquela norma.
O projeto de Vanessa seguirá depois
para a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), onde
receberá decisão terminativa.
Cooperação federativa
A matéria que dispõe sobre a cooperação federativa em face dos grandes eventos (PLS 320/2013), do senador Alfredo Nascimento (PR-AM), amplia a Lei 12.663/2012, editada para tratar da Jornada Mundial da Juventude (2013), da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014).
O
dispositivo acrescentado estabelece que a União tomará a iniciativa de
celebrar convênios com os estados, municípios e o Distrito Federal, com o
objetivo de estabelecer o funcionamento e a atuação efetiva de órgãos
administrativos e judiciais nos locais onde sejam realizados eventos de
repercussão nacional.
Na justificação, o autor destaca os
importantes eventos de nível internacional que o Brasil já recebeu e
ainda receberá, com grandes concentrações de pessoas, o que exige
medidas por parte do poder público no sentido de garantir a segurança e a
tranquilidade de todos que participam das atividades.
Explica, ainda, que os Municípios onde
concretamente ocorrem esses eventos em regra não têm estrutura
suficiente e nem mesmo a competência legal para lidar com todas as suas
circunstâncias. Contudo, apesar da autonomia político-administrativa dos
entes estatais que compõem a Federação brasileira, somos uma Federação
cooperativa, na qual as competências da União, Estados e Municípios se
complementam.
O
relator, senador Alvaro Dias (PSDB-PR), defende a aprovação da matéria,
que depois irá seguir para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e,
posteriormente, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
nesta para decisão terminativa.
O relator, senador Alvaro Dias
(PSDB-PR), defende a aprovação da matéria, que depois seguirá para a
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, posteriormente, à Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), nesta para decisão terminativa.
Residência pedagógica
A comissão poderá ainda decidir no dia
sobre projeto que torna obrigatória uma residência pedagógica para os
professores em formação, semelhante à residência médica oferecida aos
estudantes de medicina. A matéria (PLS 284/2012), que já esteve anteriormente em pauta, sem ser votada, tem como autor o senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT).
Segundo o texto original, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação passará a impor uma fase de residência
pedagógica, em período posterior à formação inicial, com duração mínima
de 800 horas e bolsa de estudo, aos professores habilitados para a
docência na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.
Blairo argumenta que parte da
dificuldade de alfabetização das crianças brasileiras com até oito anos
de idade se deve às condições estruturais na formação dos professores.
O relator, senador Cyro Miranda
(PSDB-GO), apresentou emenda estendendo o alcance da medida a todo o
conjunto de cursos de formação de professores da educação básica, da
creche ao ensino médio, e aumentando o tempo mínimo da residência para
1.600 horas. A medida demandará dos professores dedicação integral (oito
horas diárias) pelo período de um ano (200 dias letivos).
A proposta receberá decisão terminativa na comissão.
Feriados
Também volta à pauta projeto da Câmara
dos Deputados que antecipa para as segundas-feiras a comemoração dos
feriados que caírem entre terça e sexta-feira (PLC 296/2009). Essa regra já vigorou no país durante pouco mais de cinco anos, a partir de 1985.
O objetivo do autor, deputado Milton
Monti (PR-SP), é acabar com a prática do “enforcamento” de dias úteis
entre os feriados, considerado fator de transtornos e prejuízos à
economia, principalmente ao comércio. O texto tramita em conjunto com
projeto do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) que transfere para as
sextas-feiras os feriados que caírem entre segunda e quinta-feira (PLC 108/2009).
O relator, senador Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), recomenda a aprovação do projeto do deputado Monti, que
sugere a antecipação, mas optou pela apresentação de um texto
substitutivo. Ele inclui o Carnaval, a Semana Santa, 1º de Maio (Dia do
Trabalhador) e Corpus Christi na lista de feriados que não poderão ser
deslocados.
Essa matéria também receberá decisão
terminativa, que dispensa exame final em Plenário antes do envio à
Câmara, a menos que haja recurso com essa finalidade.
Agência Senado
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