Estudantes da rede estadual participam de feira de ciências da Universidade Federal de Minas Gerais


Geanine Nogueira
Importância das matas ciliares para preservar os rios: projeto dos alunos da Escola Professor Zama Maciel
Importância das matas ciliares para preservar os rios: projeto dos alunos da Escola Professor Zama Maciel
O cultivo de hortaliças por meio da hidroponia, a análise das consequências da liberação de enxofre no meio ambiente e o aproveitamento integral dos alimentos. Trabalhos que, muitas vezes, são estudados apenas na teoria nas instituições de ensino ganharam forma nas escolas estaduais mineiras e estão em exibição até esta sexta-feira (5), na UFMG Jovem. A iniciativa é da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Intitulado “A eficiência do uso do carvão ativado no processo de filtração da água”, o projeto dos alunos do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual São Pio X, no município de São Gotardo, mostra para os visitantes o quanto o carvão ativado é eficiente no processo de absorção de substâncias que ficam suspensas, que apresentam coloração, odor e sabor. O trabalho foi desenvolvido pelos estudantes da área de Estudos Avançados em Ciência, do Reinventando o Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação (SEE).
Para a estudante Jéssica Daiane Vieira, a preparação para a feira trouxe conhecimentos que, dificilmente, seriam adquiridos apenas com a teoria. “No início, o projeto foi uma novidade, porque eu não sabia das potencialidades do carvão ativado”, diz. E para quem não sabe o que é carvão ativado, a estudante explica. “Ele se diferencia do carvão utilizado para fazer churrasco porque é aquecido em altas temperaturas. Também é muito poroso e é por causa dessa característica que ele é utilizado na filtração.”
A observação de questões do cotidiano da comunidade onde vivem foi a inspiração dos alunos da Escola Estadual Professor Zama Maciel, em Patos de Minas. “O objetivo é conscientizar a população sobre os cuidados com a mata ciliar. Na nossa cidade tem uma lagoa e o Rio Paranaíba e observamos que eles estão sendo afetados por erosão e assoreamento. Com esse projeto chegamos à conclusão de que nas áreas não preservadas a chuva cai com forte impacto e acaba causando alagamento e outros problemas. Já no local que tem mata ciliar, as árvores amortecem o contato da água com o solo”, ressalta o estudante do 9º ano do ensino fundamental, Mathaus Pereira.
Por sua vez, o trabalho desenvolvido pelos alunos do ensino médio da Escola Estadual Padre João Mattos Almeida, de Belo Horizonte, será feito na escola e vai gerar alimentos para serem consumidos na merenda, diz  o professor de geografia Adimar Fonseca da Silva.
“O projeto 'Hidroponia na escola, qualidade na merenda – Um projeto Transdisciplinar’ teve início este ano e tem como foco o cultivo de hortaliças por meio da hidroponia. A ideia é cultivar verduras, legumes e o peixe, que é um bioindicador da qualidade da água. Também pretendemos criar uma horta para poder complementar a merenda da escola. Os recursos para a construção da horta serão obtidos a partir da propaganda que colocamos no jornal que desenvolvemos na escola”, afirma o professor.
Para o aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Padre João Mattos Almeida  Helierton Oliveira a feira é uma oportunidade única de se adquirir conhecimento para além da sala de aula. Ao todo, 50 trabalhos estão sendo expostos na 14ª edição da UFMG Jovem. Destes, 10 foram produzidos por alunos da rede estadual de ensino.
Veteranos
Este é o segundo ano que o projeto 'Pia Ecológica' é apresentado na feira. Veterano na UFMG Jovem, o trabalho, que é resultado da união entre as escolas estaduais Casimiro Silva e Padre João Vieira da Fonseca, ambas do município de Boa Esperança, venceu a feira em 2012 e apresenta este ano o resultado da continuidade da pesquisa. “Da última vez que apresentamos, faltava a pesquisa referente à água. Ainda não tínhamos observado se a água que era filtrada na pia ecológica poderia ser reutilizada. Fizemos a pesquisa e vimos que sim”, ressalta a professora de Física Jacinta Maria Silva.
UFMG Jovem
Organizada pela Diretoria de Divulgação Científica (DDC) da Pró-reitoria de Extensão da UFMG, a feira acontece desde 1999 e pretende ser uma ponte para o intercâmbio científico e cultural entre as escolas de educação básica.
As escolas premiadas receberão bolsas de iniciação científica para os estudantes, oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), parceiro do projeto. A feira está aberta à visitação das 8h às 17h.

Comentários

  1. Olá, sou professora da escola estadual Coronel Oscar Prados, de São Gotardo, e gostaria de convidá-los para visitar o blog criado pelos nossos alunos dos terceiros anos do Ensino Médio, em comemoração ao centenário da cidade. Desde já agradecemos. http://memorialsg.blogspot.com.br/

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