Vidigal faz festa para receber símbolos da Jornada Mundial da Juventude

Moradores da comunidade pacificada recordam visita de João Paulo II, em 1980

Cumprindo a programação de percorrerem comunidades pacificadas, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – depois de terem passado no dia 13 de julho, pelo Complexo do Alemão – chegaram na segunda-feira (15/7) ao Vidigal, em um evento que foi acompanhado por dezenas de fiéis. A próxima comunidade a ser visitada será a Rocinha, no dia 18 de julho. 

A passagem da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora pela comunidade tem um significado especial para os moradores, que puderam recordar a visita que o Papa João Paulo II fez ao morro, há 33 anos, no dia 2 de julho de 1980. Era a primeira vez que um Papa visitava o Brasil. Tanto a Cruz Peregrina, quanto o Ícone de Nossa Senhora foram oficializados pelo pontífice como símbolos da Jornada Mundial da Juventude.

Os símbolos chegaram às 10h e foram recebidos com aplausos e muita comoção. A peregrinação dos símbolos faz parte da programação da JMJ, que antecede a vinda do Papa Francisco, que ficará no Brasil de 22 a 28 de julho.

– A proposta é espalhar um pouco mais de esperança e mostrar a importância da fé para os cariocas. Essa vinda de hoje ao Vidigal completou um pouco mais o carinho que o Papa João Paulo II deixou aqui. São presentes deixados por ele. E é especial trazer os símbolos em uma comunidade pacificada – afirmou o diretor do setor pré-jornada, o padre Jefferson Merighetti, ressaltando que mais de 40 milhões de pessoas já tiveram contato com os símbolos da JMJ, que já passou por mais de 180 países.

Os moradores do Vidigal acolheram os símbolos e a palavra de ordem da juventude presente foi a paz. Para a jovem Maria Isabel Carvalho, de 17 anos, é uma honra receber os símbolos na comunidade pacificada.

– Eu até acho que esse encontro poderia acontecer sem a UPP (Unidade de Polícia Pacificadota). Mas, com certeza todos estariam com medo de, de repente, começar um tiroteio. Era assim que vivíamos – disse Isabel.

A agente de pastoral Helena Andrade mora em Jacarepaguá e há três anos desenvolve trabalhos no Vidigal.

– Aqui está muito mais tranqüilo. E a passagem dos símbolos é a certeza de que a paz continuará – contou Helena.

Paulo Roberto Muniz estava presente na visita do Papa em 1980, e fazia parte do grupo de jovem na época.

– Nós da comunidade estamos muito felizes. Receber os símbolos com a comunidade pacificada é outra coisa. Na época da vinda do Papa os moradores seriam removidos para garantir a segurança. Hoje, estamos todos livres e tranquilos – explicou Paulo.

Eunice da Cruz Neves, de 65 anos, nascida e criada no Vidigal, comentou sobre a representação dos símbolos.

– Moro na mesma casa que nasci. Vi essa comunidade ser transformada. Passou pela treva e agora temos uma luz, que é a paz – afirmou Eunice.

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