OGX e OSX são prioridades no plano estratégico de Eike
Em meio a múltiplas negociações
para alongar dívidas com diversos bancos credores de suas empresas, o
problema mais urgente do empresário Eike Batista está nas empresas
iniciadas com a letra O: a petroleira OGX e o estaleiro OSX, no porto do
Açu, as únicas que emitiram dívidas, que agora derretem no mercado
secundário.
A
OSX deu mandato para o Credit Suisse vender as plataformas FPSO OSX-1,
OSX-2 e OSX-3 e as unidades já estão sendo oferecidas no mercado.
A
primeira está no campo Tubarão Azul, que deve parar de produzir em
2014, a segunda ainda não tem locação específica e a terceira vai para
Tubarão Martelo, que tem a Petronas como sócia.
A
petroleira tem dívidas de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, das quais
US$ 3,6 bilhões com detentores de bônus (que equivalia a R$ 7,4 bilhões
em abril) e a OSX tem bônus de R$ 1,024 bilhão.
O
Bank of America Merrill Lynch e o BTG já conversam com fundos "abutres"
(distressed assets) que avaliam se o melhor é negociar com os credores
ou comprar a dívida e converter os bônus em ação.
Uma
fonte observa que essa estrutura é complexa e existem dúvidas até sobre
a necessidade ou não de aprovação dos atuais acionistas e sobre quem
pode votar ou não. Também existem dúvidas sobre como avaliar esse papel e
qual seria a reação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Mas
o problema maior é a OGX. A petroleira precisa que a Agência Nacional
do Petróleo (ANP) aprove logo a venda de 40% do campo de Tubarão Martelo
para a Petronas porque só com esse aval vão entrar os primeiros US$ 250
milhões da venda.
Em
outra frente, os executivos da petroleira buscam no mercado sócios para
os 13 blocos adquiridos na 11ª Rodada da agência e várias companhias já
foram consultadas e até mostraram interesse.
Enquanto
isso, a OGX aguarda resposta da ANP sobre a possibilidade de oferecer
como garantia do Programa Exploratório Mínimo (PEM) de R$ 700 milhões o
óleo do campo de Tubarão Martelo.
A
OGX vendeu 40% para a Petronas e deu como fiança para a empresa malaia
outros 40% desse campo e as garantias precisam ser apresentadas até o
dia 30 deste mês. No mesmo dia também terão que ser pagos bônus de R$
376 milhões para que os contratos sejam assinados no dia 6 de agosto.
Outra
possibilidade é que a OGX seja bancada pelos sócios, pelo menos nesse
momento anterior à assinatura dos contratos com a ANP. Quatro dos blocos
comprados, nas áreas com perspectiva de gás na bacia do Parnaíba (MA)
foram negociados com a MPX, que comprou participação de 50%.
Dos
nove blocos no mar, a dificuldade pode ser maior nos seis que a OGX
comprou sozinha. Os blocos só poderão ser vendidos oficialmente depois
de assinados os contratos com a ANP. Em três deles a OGX tem como sócios
a ExxonMobil (dois blocos) e Total e QGEP (um bloco). Fontes
experientes do setor avaliam que não seria surpresa se os sócios
pagassem sozinhos esse custo inicial, para evitar constrangimento ou
mesmo perda desses blocos.
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