Formiga tem missa e baila na comemoração dos três anos da UPP

Moradores agradecem iniciativa do Estado e comemoram fim da violência do tráfico


O Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, fez questão de comparecer à missa em comemoração aos três anos de pacificação do Morro Formiga. Acompanhado da esposa Rita Paes e do filho Francisco, de três anos, o secretário comentou que, em ocasições como essa, é sempre um momento de pedir paz. A missa aconteceu na noite de sábado, na Capela Sagrada Família, na própria comunidade.

- Paz é algo que a gente sempre vai ter que pedir. É um dos sentimentos mais importantes que se precisa ter”, afirmou Beltrame. “Realizar essa missa e depois uma comemoração já é uma grande conquista. Em um sábado, às 19h, no alto de um morro, mostra que hoje é um dia de celebrar -  disse o secretário, lembrando que o projeto de pacificação ainda é recente.

- A UPP precisa ser estudada daqui a 10 anos. A História vai mostrar o sucesso desse projeto. Mas, fico muito feliz em estar aqui hoje. De saber que as pessoas daqui têm uma vida melhor, que estão dormindo melhor. Isso é muito importante - comemorou Beltrame.

Para o comandante da UPP, Capitão Sérgio Luiz Stoll, a data também merece ser festejada. “

- Hoje é um dia importante. Temos que comemorar e fazer eventos em prol da comunidade que abraçou a ideia da UPP. Festejar com eles é primordial - embrou o Capitão, que assumiu o posto da UPP Formiga há três semanas. Stoll já passou por outras comunidades pacificadas como Fallet (Santa Teresa) e Babilônia (Leme).

A interação do policial com o morador é o maior desafio na hora da pacificação, como explica o Capitão.

- Ser exemplo na comunidade é fundamental. E não é da noite para o dia que se consegue respeito. Agora sim nós temos uma boa relação com os moradores - conta.

Stoll lembrou que alguns pais agradecem aos policiais por orientar os filhos a saírem das ruas e a se dedicarem aos estudos.

Já o padre Rogério Branco, que celebra missa na mesma Capela desde março de 2004, reafirma a importância da paz para o Morro da Formiga.

- Isso aqui era uma guerra a céu aberto. Só se via bandidos armados em todos os cantos. Quase todo dia tinha tiroteio”, recorda. “A gente nunca sabia o que estava acontecendo. Só se abaixava e rezava - lembra o padre.

O padre também comentou que os assaltos acabaram e que eram muito frequentes.

- Nem na igreja a gente tinha sossego. Hoje esse povo tem outra vida, com mais dignidade”, afirmou Rogério. “Era sempre uma apreensão grande estar aqui. A gente subia, mas não tinha certeza se ia descer. O clima era muito tenso. Só Deus e agora a polícia para garantir a paz do lado de fora - finalizou.

Nascidos e criados na comunidade Manoel Borges e Dilce Borges garantem que hoje dormem tranquilos.

- Estamos muito satisfeitos com o trabalho da polícia. Dormir tranquilo não tem preço. Espero que eles continuem guardando o morro e protegendo nossas crianças. Tive quatro filhos, tenho 15 netos e dois bisnetos. Hoje é muito mais fácil para os pais, sem os tiroteios - desabafou Manoel, casado há 42 anos com Dilce.

Festeira e conhecida na região, Maria Aparecida Carvalho comemora a pacificação com a visita dos amigos de comunidades vizinhas.

- Hoje tudo melhorou. Principalmente por poder receber amigos de outras comunidades. Temos mais tranquilidade e segurança. Só quem nunca teve liberdade, sabe o preço dela - concluiu emocionada.

Após a missa, a banda da Polícia Militar apresentou aos moradores clássicos da MPB.

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