Feira de Ciências leva trabalhos de alunos para as ruas de Simonésia
nos próximos dias, serão expostos 54 trabalhos de dez escolas da cidade; quatro delas, estaduais
A
maior parte da Mosit é realizada nas ruas da cidade, mas outros espaços
têm exposições de alunos e parceiros. Nas ruas, estão os estandes com
trabalhos das escolas, o caminhão da ciência da Funed, a exposição da Polícia Militar de Minas Gerais sobre
meio ambiente, trânsito e outros temas, e a tenda da Secretaria
Municipal de Saúde. Já no Instituto Pagus, há exposição de cobras e
serpentes, exposição de quadros de artistas locais e oficina de Bicho
Pau. A Oficina Dinossauros, o planetário e a exposição de uma das
escolas estão no Ginásio Coberto da cidade.
Arquivo/Instituto Pagus
São mais de 50 estandes com trabalhos de alunos dos ensinos fundamental e médio
Nesta
quinta (4) e sexta-feira (5), escolas de Simonésia, na Zona da Mata, e
de municípios vizinhos trabalham juntas para mostrar os trabalhos de
seus alunos para a população da cidade. Pelo terceiro ano consecutivo, é
realizada a Mostra Simonense de Trabalhos Científicos (Mosit). Nos
próximos dias, serão expostos 54 trabalhos de dez escolas da cidade,
quatro delas, estaduais: Escola Estadual Padre Miguel, Escola Estadual
João Augusto de Carvalho, Escola Estadual Jovelino da Terra Pereira e
Escola Estadual do Povoado São Vicente. A Escola Estadual Valdomiro
Mendes de Almeida, de Matipó, e a Escola Estadual de Manhuaçu estão
entre as escolas de cidades vizinhas que vão até Simonésia para
apresentar trabalhos.
Para
o professor da Escola Estadual Padre Miguel, Antonio Claudio Porfírio
Fuly, que é membro da diretoria do Instituto Pagus, que coordena o
evento, o mais importante é instigar nos alunos o interesse pela
pesquisa. Porém, a Mostra vai além disso. “As escolas produzem muita
coisa, mas fica só no âmbito escolar. Queremos mostrar os trabalhos para
que a comunidade entenda o valor do professor e do trabalho dos
alunos”, conta.
A
Escola Estadual Padre Miguel é a maior de Simonésia e tem uma
participação expressiva na Mosit. Só de lá, são 1.500 alunos envolvidos
nas atividades dos próximos dois dias. O professor de Ciências e
Biologia, Vicente Vasconcelos, além de diretor acadêmico da Mostra e
componente do Instituto Pagus, orientou dois trabalhos do ensino médio.
Um deles, feito por alunos do 3º ano, vai apresentar um modelo de casa
ecologicamente correta. Além de um banner que explica o trabalho, os
alunos montaram uma maquete que dá uma ideia da construção, mostrando
como aproveitar a luz solar e reaproveitar a água de chuvas, por
exemplo.
O
professor ressalta que seu papel no desenvolvimento dos projetos foi de
orientador e o trabalho foi desenvolvido pelos alunos, que, além de
aprenderem os conteúdos dos seus próprios projetos, adquiriram ainda
mais conhecimento visitando os outros estandes da Mostra. “São mais de
50 trabalhos. Creio que ao ter acesso a esses conhecimentos, eles têm
uma grande oportunidade de aprenderem a percepção científica”, afirma.
Érica
Lúcia de Lima, aluna do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual João
Augusto de Carvalho, concorda com o professor. “Dá para aprender muito.
Os outros grupos fazem trabalhos sobre coisas que nem conhecemos. E acho
que até entendo melhor com uma pessoa da minha idade explicando, a
gente se entende e interage melhor”, afirma.
A
jovem fez parte da equipe vencedora do II Mosit, no ano passado. Com os
colegas da escola, que fica no distrito de São Simão do Rio Preto, a 24
quilômetros da sede, ela teve a oportunidade de mostrar o trabalho sobre
Tropeirismo, feito com a orientação de dois professores de História na
UFMG Jovem. Ela espera, mais uma vez, ficar com o primeiro lugar. “No
ano passado, nossa apresentação foi muito elogiada, as pessoas
perguntavam e conversavam muito com a gente. Agora, nosso trabalho está
muito bom, acho que se não ganharmos de novo pelo menos vamos ter uma
boa colocação”, conta a jovem que, com seu grupo, vai apresentar um
trabalho sobre benzeções.
No
ano passado, eles distribuíram lanches, como porções de feijão tropeiro,
broa de fubá e café, além de mostrarem equipamentos que os tropeiros
usavam, inclusive nos cavalos. Esse ano, o grupo entrevistou
benzedeiros e pesquisou a história. Na apresentação, além de passar isso
aos visitantes do estande, a equipe também vai mostrar plantas usadas
na benzeção e distribuir sachês com amostras.
Além
de ser filiada à UFMG Jovem, a Mosit é filiada a outras feiras
regionais e estatuais, como a Feira Brasileira dos colégios de Aplicação
e Escolas Técnicas (Febret) e a Feira Brasileira de Ciência e
Engenharia da USP (Febrace). Os três primeiros lugares premiados na
Mosit são indicados para participarem dessas feiras.
A
Mosit II, realizada em 2012, recebeu aproximadamente 7.500 pessoas e,
para esse ano, a expectativa é que mais gente ainda veja os trabalhos
dos alunos. “Esperamos em torno de 10 mil pessoas. Houve um trabalho
maior de divulgação e já sabemos que muitos alunos de cidades próximas
vêm visitar”, afirma o professor Claudio. São mais de 500 alunos
trabalhando nos estandes, apresentando trabalhos, e muitos outros na
monitoria de oficinas, na organização do evento e auxiliando os
visitantes.
Parcerias pelos jovens talentos
A
Mosit começou em 2011 e, desde então, é organizada pelo Instituto Pagus,
uma ONG criada em 2008 por cidadãos de Simonésia, em sua maioria
professores da rede pública de ensino, cujo propósito é fomentar o
desenvolvimento de projetos diversos de ensino, pesquisa e extensão. Sob
a coordenação do instituto, é montada uma rede de parceiros, públicos e
privados, que colaboram para o êxito do evento. É um exemplo de
articulação público-privada e demonstra que com a formação de parcerias é
possível incentivar a formação dos jovens talentos.
Em
2013, para a montagem dos 50 estandes e 12 tendas, além dos materiais de
consumo, projetores, diária e outros itens, houve o apoio do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Já a
prefeitura participou com a mão de obra, como vigilantes, eletricistas,
pessoal de limpeza, reforço policial e prestação de serviços de saúde.
Além disso, fez pequenas ações de cidadania, como aferição de pressão e
medição da glicose, e colaborou com a hospedagem e alimentação dos
expositores e oficineiros.
A
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também participa da Mostra
através da participação da Estação Ecológica da UFMG, do Museu de
Ciências Morfológicas e do Observatório Astronômico da UFMG, que atuam
ministrando cursos, oficinas e exposições. Este ano, há também a
participação do Caminhão da Ciência da Fundação Ezequiel Dias (Funed), com exposições sobre serpentes, vetores de doenças tropicais, oficinas e exibição de filmes científicos.
A
Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Manhuaçu teve um papel
fundamental na hora de mobilizar as escolas do município e do entorno,
tanto para a apresentação dos trabalhos quanto para a visitação. A
equipe de analistas acompanha os três dias de evento e a Mostra entrou
no calendário escolar e é contada como dia letivo, o que é um incentivo
aos professores e alunos.
Programação
Comentários
Postar um comentário