Atividade industrial cresce 2,6% em junho; Fiesp reduz projeção do PIB para 1,9% em 2013
Diretor de Economia da Fiesp fala em “mudança para pior” do cenário econômico do país este ano
O
Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista registrou
avanço de 2,6% em junho sobre maio, considerando os efeitos sazonais. O
dado positivo, no entanto, não é resultado de uma atividade melhor este
ano, mas deriva de uma comparação com um quadro extremamente negativo no
primeiro semestre do ano passado, explicou o diretor de Economia do
Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e
Fiesp), Paulo Francini. As entidades ainda revisaram para baixo as
projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) e outros
setores da atividade econômica.
“Você
tem um ambiente que piorou muito e uma recuperação com vigor muito
baixo. Tudo isso contribuiu para alterarmos as nossas previsões e com
isso todos os valores que fazem parte dela também mudaram para pior”,
explicou Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos
Econômicos (Depecon), da Fiesp.
O
Depecon revisou para baixo sua estimativa de crescimento do PIB para
1,9% versus previsão anterior de 2,5%, enquanto o PIB da indústria deve
fechar o ano com taxa positiva de 0,8% contra 1,4% estimado
anteriormente. Já o PIB da construção civil deve encerrar 2013 com
variação 0% ante prognóstico de 1,9%.
A entidade manteve em 3,2% a previsão de crescimento da atividade industrial em São Paulo em 2013.
Francini
afirmou que este é o momento de reavaliar porque o conjunto de medidas
do governo, em curso desde o ano passado, para resgatar a indústria
brasileira ainda não gerou os efeitos desejados.
“Quando
digo uma coisa mais ampla é repensar realmente o Estado e o seu
tamanho, a eficiência, que é terrível, os investimentos na economia
brasileira, que são poucos, o investimento publico, que é ridículo”,
afirmou. “A gente tem uma carência de eficiência”, completou.
Para
o diretor da Fiesp, atender às demandas tanto da sociedade quanto do
empresariado por mais eficiência requer “vestir realmente a roupa
correta da moralidade e da ética.”
Atividade da Indústria
Divulgada
nesta quarta-feira (31/07), Indicador de Nível de Atividade (INA),
elaborado pelo Depecon, apurou que a atividade entre janeiro a junho
deste cresceu 4,3%, sem ajuste sazonal. No acumulado de 12 meses, o
nível de atividade ficou em 0,9%. Em comparação com o mesmo mês do ano
passado, junho deste ano cresceu 4,8%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) apresentou estabilidade a 81,8% em junho contra 81,7% em maio.
Dos
setores avaliados pela pesquisa no mês passado, o segmento de Máquinas e
Equipamentos foi destaque entre os desempenhos positivos com alta de
6,4% na leitura mensal considerando os efeitos sazonais. Francini
ponderou, no entanto, que as empresas ouvidas pela pesquisa afirmaram
não ter perspectivas de positivas para demanda futura.
“O
setor de Máquinas e Equipamentos é um dos últimos a sentir a queda da
atividade econômica, mas é também um dos últimos a sentir a sua
recuperação”, explicou.
Também se destacou a atividade na indústria de Veículos Automotores, com crescimento de 1,3% em junho ante maio.
Na contramão, a atividade no segmento de Minerais Não Metálicos registrou perda de 0,7%.
Percepção
A
percepção geral dos empresários com relação ao cenário econômico no mês
de julho, medida pelo Sensor Fiesp, ficou praticamente estável, 50,6
pontos contra 50,8 pontos em junho.
O
item Mercado caiu de 50,3 pontos em junho para 48,6 pontos em julho,
enquanto a percepção dos empresários com relação a Vendas manteve-se
estável, 48,6 pontos este mês versus 47,2 no mês passado.
O
componente de Estoque ficou em 47,2 pontos em julho contra 50 pontos em
junho e o indicador Emprego também caiu, para 49,5 pontos contra 51,6
pontos no mês anterior.
Único
movimento de alta, a percepção do empresariado sobre investimento
melhorou de 55,2 pontos em junho para 59 pontos em julho.
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