Projeto da FCEE estimula que adultos com deficiência intelectual ou autismo se expressem de maneira lúdica
Promover vivências corporais que contribuam para a saúde, a socialização e a expressão de pessoas adultas com deficiência intelectual e/ou autismo é o objetivo de um projeto pioneiro no Brasil realizado pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) desde o início de 2014. Ele usa como base o conceito de psicomotricidade relacional, que estimula crianças, adolescentes e adultos a expressarem seus conflitos ralacionais pelo brincar.
Por meio do lúdico, é possível revelar, de modo natural, o que se passa no mundo interior, sem necessidade de qualquer expressão verbal. As pessoas expressam desejos, necessidades e dificuldades, sem se darem conta do que acontece, fazendo o que elas mais gostam e sabem fazer: brincar.
Por meio do lúdico, é possível revelar, de modo natural, o que se passa no mundo interior, sem necessidade de qualquer expressão verbal. As pessoas expressam desejos, necessidades e dificuldades, sem se darem conta do que acontece, fazendo o que elas mais gostam e sabem fazer: brincar.
O projeto Mobilização, feito por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Fisioterapia, Educação Física, Psicologia e Pedagogia dos Centros de Educação e Vivência e Educação Física da FCEE, visa a intervenções que possibilitem vivências de expressão e impressão corporal em ambiente seguro e adequado. Os encontros ocorrem uma vez por semana e envolvem um grupo de cerca de 20 pessoas, entre 17 e 47 anos, com diagnósticos de deficiência intelectual e/ou autismo.
“A base do nosso trabalho é a psicomotricidade, ou seja, procuramos fornecer materiais para que os educandos possam se expressar livremente. Buscamos um espaço de livre expressão, saúde e bem-estar”, explica a psicóloga Rana Santos, acrescentando que são promovidos jogos e atividades que estimulam a espontaneidade dos usuários.
Entre os resultados já observados no grupo de educandos, que frequenta os atendimentos desde o início de 2014, estão a melhora na qualidade da comunicação, nos níveis de ansiedade e agitação e na tolerância a diversos estímulos, o estabelecimento de vínculo entre pares, o desenvolvimento de novos comportamentos e o aumento do condicionamento físico. “Este trabalho aumenta o repertório de comportamento social das pessoas atendidas e proporciona ganhos de saúde, através da atividade física, e vínculos de companheirismo no grupo”, acrescenta a psicóloga, citando um usuário autista como um dos exemplos de avanço do grupo. “No início do trabalho, ele quase não interagia e agora, após quase um ano de encontros, já se dispõe a fazer várias brincadeiras e atividades propostas”, afirma.
O trabalho realizado pela FCEE é pioneiro no Brasil por ser direcionado para adultos com deficiência e também por ser realizado por uma equipe multidisciplinar. “Não temos conhecimento sobre nenhum trabalho parecido feito com adultos no Brasil, pois com crianças já é feito em alguns lugares”, explica Rana.
Ela citando que o projeto nasceu a partir de um curso ministrado na FCEE em 2013 pelo professor Airton da Silva Negrine, profissional com mais de 40 anos de experiência nas áreas de educação física, psicomotricidade, educação infantil e educação especial. Negrine apresentou o conceito de psicomotricidade relacional.
Ela citando que o projeto nasceu a partir de um curso ministrado na FCEE em 2013 pelo professor Airton da Silva Negrine, profissional com mais de 40 anos de experiência nas áreas de educação física, psicomotricidade, educação infantil e educação especial. Negrine apresentou o conceito de psicomotricidade relacional.
Outro aspecto que torna o trabalho da FCEE pioneiro é o fato que os grupos são formados por pessoas com diferentes deficiências. “A mistura de diagnósticos é uma maneira de proporcionar vivências diversas aos educandos”, explica Rana. “Mesmo aqueles indivíduos com comprometimento motor e/ou intelectual mais acentuado têm benefícios diretos, pois o trabalho proporciona experiências motoras e sensoriais diferentes daquelas vividas no seu cotidiano, ampliando o conhecimento do próprio corpo, de suas possibilidades e habilidades, auxiliando-os a lidar melhor com suas limitações e favorecendo suas relações e vínculos”, explica a psicóloga. Ela acrescenta que a promoção da espontaneidade durante os atendimentos também leva a ganhos em autonomia e independência.
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