Crise hídrica aumenta em 30% procura por gotejamento 
Não é de agora que o Brasil está enfrentando 
problemas com a escassez da água. A seca marcou o ano de 2014 até chegar
 ao cenário de crise hídrica em 2015. Se por um lado houve reclamação de
 baixa produtividade, do outro lado houve avanço de adoção de 
tecnologias, como no caso da israelense Netafim que ampliou as vendas 
dos sistemas de irrigação por gotejamento em 30%. Segundo a 
multinacional, que foi a criadora do sistema de gotejamento no mundo e 
está instalada no Brasil há 20 anos, o gotejamento tem revolucionado as 
lavouras do país, com economia de água que chega até 70%.
“Nosso
 sistema tem eficiência de 95% na hora da aplicação da água, ou seja, 
não há perdas como em outros métodos de irrigação”, declara o novo 
presidente da empresa, Alexandre Gobbi. O recém-chegado tem como meta 
dobrar o faturamento da companhia nos próximos três anos, que hoje é de 
US$ 1 bilhão e destaca o projeto na cultura de arroz que irá mudar o 
modelo da produção no Brasil.
“Hoje
 o processo de irrigação clássico na cultura de arroz é por inundação. 
Essa forma gera um desperdício de água de 55%. De cada 100 litros de 
água aplicados por inundação, apenas 45 litros chegam à planta. Sendo 
que no gotejamento a eficiência é de 95%”, destaca.
Neste
 novo projeto (irrigação por gotejamento subterrâneo na cultura de 
arroz), a tecnologia foi testada nas últimas duas safras na região de 
Uruguaiana/RS e como resultado quase duplicou a produtividade, saindo de
 7,5 toneladas por hectare (através do modelo tradicional: irrigação por
 inundação) para 12 toneladas por hectare (usando a técnica de irrigação
 por gotejamento). Além disso, no sistema de inundação, gasta-se três 
mil milímetros de água por hectare, enquanto que no gotejamento foi 
usado apenas um mil milímetro de água por hectare.
A
 participação do Brasil ainda é discreta no conjunto das 30 
subsidiárias. Em 2014 as receitas foram de pouco mais de R$ 100 milhões.
 Além dos próprios israelenses, os principais clientes da empresa estão 
na Índia e nos Estados Unidos. Gobbi também está a frente dos projetos 
do Mercosul e coloca o Paraguai como um possível potencial de projetos 
de irrigação por gotejamento.
“O
 produtor toma mais de duas mil decisões numa safra, mas 50% de seu 
sucesso é determinado pelo clima. A irrigação pode ajudar o produtor a 
controlar essa variável”, conclui o executivo que conta com a ajuda de 
uma equipe com cerca de 120 profissionais, entre agrônomos e técnicos de
 campo, além de um escritório na Argentina e de representantes em outros
 países.
Sobre a Netafim
Fundada
 há mais de 45 anos e com cerca de 30 subsidiárias em todo o mundo, a 
Netafim oferece as melhores soluções aos agricultores de mais de 110 
países por meio 15 unidades produtivas, milhares de distribuidores e 
mais de 4.000 funcionários. No Brasil são três unidades: Campinas/SP, 
Ribeirão Preto/SP e em Cabo de Santo Agostinho/PE. O portfólio de 
produtos inclui sistemas completos de irrigação por gotejamento, 
microaspersão, controle e monitoramento automatizados, dentre outras. 
Tatiana Freitas
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