Epagri identifica focos de praga que pode comprometer produção madeireira do Estado

A Epagri identificou, nos últimos dois meses, mais de 100 focos de infestação da vespa-da-madeira em Santa Catarina. O trabalho é resultado de um termo de cooperação técnica firmado com a Secretaria de Agricultura e Pesca para combater a praga que ataca reflorestamentos.


Foto: Divulgação / Epagri

No início da década de 1990 a vespa-da-madeira comprometeu até 60% da produtividade de alguns reflorestamentos. Naquela época a infestação foi bem controlada, já que a maioria das florestas existentes pertencia a grandes empresas ou a reflorestadores profissionais, que tomaram as providências necessárias.
Atualmente, cerca de 40% da área plantada está infestada com a praga, que se não controlada pode comprometer toda a safra de madeira do Estado. Diferentemente de 1990, a maioria das florestas infestadas pertencem a pequenos e médios reflorestadores, muitos deles profissionais liberais que não têm o conhecimento necessário para enfrentar a situação.
O fato desses reflorestadores não terem feito o manejo adequado de suas florestas facilitou a infestação. A vespa é uma praga oportunista, que ataca preferencialmente e inicialmente florestas mal cuidadas. A grande oferta de madeira fina e a atual ausência de mercado para esse tipo de produto contribuiu muito para o não manejo de muitas florestas e o consequente ataque do inseto.
O termo de cooperação técnica assinado pela Epagri e Secretaria de Agricultura capacitou todos os técnicos das regiões produtoras de pinus a identificar florestas infestadas pela vespa. Após a identificação dos focos de infestação, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR) e os sindicatos rurais partem para o combate da praga, por meio da aplicação de nematoides.
O nematoide, produzido pelo laboratório da Embrapa Florestas, é um verme de apenas um milímetro que age como inimigo natural da vespa-da-madeira, fazendo o controle biológico da praga. Ele é aplicado no tronco das plantas atacadas e parasita as larvas do inseto, provocando a produção de vespas adultas estéreis, o que controla a multiplicação da espécie.
Com a Epagri identificando esses focos e as outras instituições efetivando a aplicação do nematoide e encaminhando outras medidas de controle poderemos, em alguns anos, chegarmos a um nível aceitável de infestação. Mesmo assim, perdas significativas ocorrerão. Se nenhuma de ação fosse tomada, poderia haver problemas em toda a cadeia produtiva da madeira, com graves consequências às regiões produtoras.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prefeito de Cruzeiro do Sul destaca importância das parcerias com o governo para o povo do município

Fundhacre realiza rodas de conversa sobre segurança do paciente