Mapa e Embrapa apresentam estudo sobre potencial agropecuário do sudeste do Pará
Em viagem a Marabá (PA), a ministra Kátia Abreu e o
pesquisador da Embrapa Satélites Evaristo Miranda apresentaram um estudo
sobre as oportunidades e os desafios para o desenvolvimento
agropecuário do sudeste paraense.
Kátia
Abreu esteve na cidade acompanhada do ministro Helder Barbalho (Pesca e
Aquicultura) e de representantes dos ministérios dos Transportes,
Planejamento, Trabalho, Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente para ouvir
as demandas dos produtores e prefeitos da região sudeste do Pará e
apresentar o estudo sobre desenvolvimento.
Uma
equipe de pesquisadores da Embrapa analisou o quadro socioeconômico e
agrário de 39 municípios, que têm 1,6 milhão de habitantes.
Durante
a apresentação do estudo, a ministra destacou o potencial da região,
que é grande criadora de boi e a maior produtora de abacaxi do país.
“Vocês
produzem o que o Matopiba (região formada por partes do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Bahia) inteiro produz. Vocês têm um potencial que vai
de A a Z, porque produzem de frutas exóticas com os pequenos produtores
a essa relíquia que é o boi gordo”, destacou Kátia Abreu.
Produtividade
O
sudeste paraense tem 67% do total de 18 milhões de cabeças de bovinos
do estado. Apesar da força da cadeia, é preciso aumentar a produtividade
com uso de tecnologia e cumprir os novos requisitos legais previstos no
Código Florestal, disse o pesquisador.
“Para
aumentar a produtividade, é preciso recuperar as pastagens degradadas,
aumentar a demanda por pasto limpo e fortalecer as agroindústrias locais
de frigorificação”, assinalou Evaristo Miranda aos gestores locais.
Os
39 municípios respondem ainda por 71% de toda a produção de leite do
estado, mas o setor pode ser alavancado, ressaltou o pesquisador, por
meio de parceria entre os produtores e os laticínios, que podem oferecer
assistência técnica.
A
região também se destaca pela produção de abacaxi, com 200 milhões de
frutos por ano. Mas há gargalos na produção de hortaliças e vegetais,
observou o estudo.
Diagnóstico
De
acordo com o diagnóstico elaborado pela Embrapa, 38% dos produtores de
todo o Pará são muito pobres (vivem com menos de dois salários mínimos
por mês). Já no sudeste do estado, esse percentual cai para 33%.
O
número mostra, segundo Miranda, que a região tem potencial para aderir
ao programa voltado à ascensão de produtores à classe média, que está em
elaboração pelo Ministério da Agricultura. A base do plano será
assistência técnica e correção de imperfeições de mercado.
“No
sudeste paraense, os agricultores almejam chegar à classe média. Há
muitos produtores com 500 a 600 hectares recebendo menos de dois
salários mínimos. Por outro lado, vemos agricultores ricos com menos de
100 hectares. Ou seja, não é o tamanho da terra que faz a riqueza, mas
sim o uso de tecnologia”, disse Evaristo Miranda.
Priscilla Mendes
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