OAB teve atuação destacada na aprovação do Novo CPC
Brasília – A Ordem dos Advogados do
Brasil teve papel fundamental na elaboração do novo Código de Processo
Civil, cujo texto base foi aprovado nesta terça-feira (16) no Senado.
Representando mais de 850 mil profissionais, a OAB integrou a comissão
de juristas convocada pelo Congresso para dar forma ao CPC, que
substitui texto usado há mais de 40 anos e apresenta conquistas
históricas para a advocacia e a prestação jurisdicional, modernizando e
dando celeridade ao Judiciário.
Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da OAB Nacional, foi um dos
12 juristas da comissão responsável por elaborar o anteprojeto do Código
de Processo Civil. O coordenador do grupo foi o ministro do STF Luiz
Fux, então ministro do STJ. Os trabalhos tiveram início no fim de 2009,
tendo sido realizadas audiências públicas em todo o país.
“Tive, pessoalmente, a felicidade de compor a Comissão de Juristas que
elaborou o anteprojeto deste Novo CPC, há cinco anos, a partir de
audiências públicas em todo o Brasil. Fui a todas as regiões do País
colher opiniões e visões. Desde o seu nascedouro, o projeto de lei teve a
participação da Ordem. Foi um trabalho de convencimento, corpo a corpo,
visitas, reuniões, eventos, criação de uma comissão interna específica
para tratar do tema na Ordem, discussão aberta sobre o assunto na XXII
Conferência Nacional dos Advogados”, relembra Marcus Vinicius.
No âmbito da OAB, foi instalada a Comissão Especial de Estudo do
Anteprojeto do Novo Código de Processo Civil, em fevereiro de 2013. O
grupo, formado por 21 membros, foi presidido por Estefânia Viveiros, que
conduziu diversas reuniões e acompanhou de perto a tramitação do
projeto na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Foram analisados todos os mais de mil artigos que compõem o CPC,
segundo Estefânia. “Tivemos uma atuação voltada para a advocacia e para a
cidadania, fazendo uma repercussão positiva ou negativa de cada
dispositivo. Nosso objetivo foi a melhoria para todos que atuam no
Judiciário”, explica. A Comissão também acompanhou todas as reuniões da
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde o projeto tramitou
por três anos e teve 900 emendas. A OAB participou de encontros com
diversos parlamentares, inclusive Fabio Trad, presidente da CCJ, e Paulo
Teixeira, relator da matéria.
“O
novo CPC é uma grande conquista para a advocacia. Temos que ter em mente
que as melhorias para os advogados refletem melhorias na sociedade,
pois esses são os detentores de poder de representação dos cidadãos
frente ao Judiciário. O texto reconhece e ratifica vários direitos e
prerrogativas da profissão e é um grande êxito da OAB e as sociedade”,
afirmou Estefânia.
DEBATE NACIONAL
A XXII Conferência Nacional dos Advogados, realizada em outubro deste
ano, no Rio de Janeiro, apresentou dois painéis para debate sobre o CPC.
O ministro do STF Luiz Fux explicou o incidente de resolução de
demandas repetitivas. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), relator do
texto na Câmara, levou as principais alterações do Código de Processo
Civil, seguido do advogado Volpe Camargo, com as perspectivas para a
advocacia no projeto.
Alexandre
Câmara, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio e professor, abordou
a intervenção de terceiros e a ampliação do “amicus curiae”. Já
Leonardo Carneiro da Cunha, procurador do Estado de Pernambuco e diretor
de Relações Institucionais da Associação Norte e Nordeste de
Professores de Processo, apresentou os novos parâmetros dos honorários
previstos pelo CPC. Estefânia Viveiros apresentou as conquistas da
advocacia.
No segundo painel, o
vice-presidente da OAB-RJ, Ronaldo Eduardo Cramer Veiga, discutiu a
efetivação das tutelas de urgência e evidência. Ex-presidente da OAB-MG,
Raimundo Cândido Júnior abordou os meios de impugnação das decisões
judiciais e as alterações no sistema recursal. Fechando o ciclo esteve
Luiz Carlos Levenzon, ex-presidente da OAB gaúcha, com a execução do
novo CPC.
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