Crise da Petrobras preocupa os centros de P&D
Fornecedores da Petrobras que investiram em centros de pesquisa e
desenvolvimento no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) ao longo dos últimos anos estão preocupados com os
desdobramentos da Operação Lava-Jato. Empresas temem que a desaceleração
do ritmo de investimentos anunciado pela petroleira na última semana
reduza ainda mais os investimentos em projetos de P&D no Fundão.
De acordo o presidente do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes, a Petrobras vem reduzindo o fluxo de investimentos em P&D desde meados do ano passado. Só a Chemtech, empresa da Siemens com foco em soluções para o setor de óleo e gás, cortou 200 funcionários de seu quadro pessoal este ano, segundo a própria companhia.
“Estamos preocupados. Essas dispensas têm raízes nas restrições de investimentos e realinhamento do portfólio de projetos da Petrobras. No caso da Chemtech, soma-se a isso o redesenho global dos investimentos da Siemens”, disse Guedes, em referência ao anúncio da alemã, no ano passado, de cortar 15 mil postos de trabalho no mundo. Ainda segundo Guedes, outras empresas, além da Chemtech, têm feito pequenos cortes em projetos no Fundão.
Para o gerente de Tecnologia do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Raimar van den Bylaardt, a desaceleração é fruto da reavaliação geral do plano de investimentos da Petrobras e vai na contramão dos aportes das demais concessionárias, que vem mantendo seus ritmos de investimento. “É uma questão de fluxo de investimento. É difícil precisar. Ela pode, inclusive, ter reduzido os aportes por ter antecipado investimentos nos últimos anos”, considera o gerente do IBP.
Procurada, a Chemtech confirmou o desligamento de 200 colaboradores em 2014, em todas as áreas da companhia, e atribuiu os cortes a ajustes nas operações.
“Ajustes e flutuações no quadro de colaboradores é uma prática em muitas empresas de engenharia, inclusive na Chemtech. A empresa sempre analisa todas as possibilidades e considera a sustentabilidade de seus negócios, de forma que a redução do quadro de funcionários é adotada como último recurso. Em 2014, esse ajuste foi necessário para adequar a empresa à nova perspectiva de demanda de mercado”, citou a empresa, em nota.
Os aportes das petroleiras em P&D é obrigatório por lei. Pelas regras, as concessionárias devem investir, em pesquisa e desenvolvimento, 1% da receita bruta de campos de alta rentabilidade que pagam participação especial. Pelo menos 50% dos recursos devem ser investidos em universidades e institutos de pesquisa.
Incluída nos contratos de concessão a partir de 1998, a Cláusula de Investimento em P&D resultou em obrigações de investimento de R$ 9,4 bilhões pelas empresas entre 1998 e 2014. Desde 2006, a Petrobras respondeu por mais de 93% dos recursos.
A UFRJ foi a instituição que mais recebeu recursos, num total de R$ 493 milhões até novembro, ou seja, 12,5% do total. O Fundão abriga 12 grandes fornecedores, como Schulumberger, FMC, Baker Hughes, Halliburton, Chemtech, GE e TenarisConfab.
Fonte: Valor Econômico
De acordo o presidente do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes, a Petrobras vem reduzindo o fluxo de investimentos em P&D desde meados do ano passado. Só a Chemtech, empresa da Siemens com foco em soluções para o setor de óleo e gás, cortou 200 funcionários de seu quadro pessoal este ano, segundo a própria companhia.
“Estamos preocupados. Essas dispensas têm raízes nas restrições de investimentos e realinhamento do portfólio de projetos da Petrobras. No caso da Chemtech, soma-se a isso o redesenho global dos investimentos da Siemens”, disse Guedes, em referência ao anúncio da alemã, no ano passado, de cortar 15 mil postos de trabalho no mundo. Ainda segundo Guedes, outras empresas, além da Chemtech, têm feito pequenos cortes em projetos no Fundão.
Para o gerente de Tecnologia do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Raimar van den Bylaardt, a desaceleração é fruto da reavaliação geral do plano de investimentos da Petrobras e vai na contramão dos aportes das demais concessionárias, que vem mantendo seus ritmos de investimento. “É uma questão de fluxo de investimento. É difícil precisar. Ela pode, inclusive, ter reduzido os aportes por ter antecipado investimentos nos últimos anos”, considera o gerente do IBP.
Procurada, a Chemtech confirmou o desligamento de 200 colaboradores em 2014, em todas as áreas da companhia, e atribuiu os cortes a ajustes nas operações.
“Ajustes e flutuações no quadro de colaboradores é uma prática em muitas empresas de engenharia, inclusive na Chemtech. A empresa sempre analisa todas as possibilidades e considera a sustentabilidade de seus negócios, de forma que a redução do quadro de funcionários é adotada como último recurso. Em 2014, esse ajuste foi necessário para adequar a empresa à nova perspectiva de demanda de mercado”, citou a empresa, em nota.
Os aportes das petroleiras em P&D é obrigatório por lei. Pelas regras, as concessionárias devem investir, em pesquisa e desenvolvimento, 1% da receita bruta de campos de alta rentabilidade que pagam participação especial. Pelo menos 50% dos recursos devem ser investidos em universidades e institutos de pesquisa.
Incluída nos contratos de concessão a partir de 1998, a Cláusula de Investimento em P&D resultou em obrigações de investimento de R$ 9,4 bilhões pelas empresas entre 1998 e 2014. Desde 2006, a Petrobras respondeu por mais de 93% dos recursos.
A UFRJ foi a instituição que mais recebeu recursos, num total de R$ 493 milhões até novembro, ou seja, 12,5% do total. O Fundão abriga 12 grandes fornecedores, como Schulumberger, FMC, Baker Hughes, Halliburton, Chemtech, GE e TenarisConfab.
Comentários
Postar um comentário