Para Jucá, reforma política é questão complexa e plebiscito será um desafio
Marilia Coêlho
A realização de um plebiscito será um
desafio muito grande pois a reforma política é uma questão complexa. A
avaliação é do senador Romero Jucá (PMDB-RR) em pronunciamento nesta
sexta-feira (28) no Plenário do Senado.
Para Jucá, a operacionalização do
plebiscito será difícil, porque são vários os assuntos e todos muito
complexos em torno da reforma política. Ele lembrou que em alguns
estados ainda está sendo feito o recadastramento biométrico do eleitor, e
que o tempo é muito curto para que a reforma seja feita antes das
próximas eleições.
- Há uma matriz de vários assuntos que
podem redundar em cinco, seis, oito, dez frentes parlamentares que
defendam modelos diferentes. Isso vai ter que ser explicado à população –
afirmou Jucá.
O senador disse ainda que a discussão
no Congresso Nacional precisa ser feita com muita responsabilidade para
não frustrar a população.
- Nós não podemos criar uma expectativa
que efetivamente deságue na não atuação do Congresso. O Congresso já
responde por muitas mazelas, não podemos responder por mais essa – disse
o senador.
Jucá, que havia sido indicado pelo
senador Pedro Simon (PMDB-RS) como o melhor parlamentar para dialogar
com a presidente da República, Dilma Rousseff, concordou que o momento é
de diálogo e de entendimento entre parlamentares, governantes e
sociedade.
Manifestações
Sobre as manifestações populares no
país, Jucá disse considerar que são legítimas e que precisam ser
protegidas contra a ação dos vândalos. Para o senador, com a situação
atual, os discursos dos partidos ficaram “velhos”, e precisam avançar
com o movimento das ruas. No entanto, ele se mostrou contrário ao fim
dos partidos políticos.
- O que nós temos que fazer não é
retirar os partidos políticos do processo político, isso seria a
falência da política, seria um modelo de anarquia. Nós temos que
reinserir da forma correta os partidos políticos. Os partidos têm que
ter essa nova conexão com a sociedade e os parlamentares também –
analisou.
A rejeição da PEC 37, que retirava
poderes de investigação do Ministério Público, foi elogiada pelo senador
como uma resposta do Congresso às manifestações populares. Jucá também
elogiou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por ter lançado um
programa para atender as Santas Casas de Misericórdia e hospitais
beneficentes.
- Além da renegociação da dívida das
Santas Casas e dos hospitais beneficentes, o governo lançou uma linha de
reforço de dotações de recursos para esses hospitais de R$ 2 bilhões ao
ano. É uma medida que está em sintonia com essa reclamação das ruas –
ressaltou.
Jucá disse que o Brasil é um país maduro na democracia e que o momento é de diálogo com a sociedade.
- Nós temos aí um enorme desafio pela
frente e esse desafio precisa ser partilhado com a sociedade. Mudar o
Brasil não é uma tarefa de poucos, é uma tarefa de toda a sociedade –
disse o senador.
Agência Senado
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