Dólar em alta freia importações e anima fabricantes
Valor Econômico -
As importações de máquinas e
equipamentos no Brasil caíram significativamente em maio deste ano, na
comparação com o mesmo mês do ano passado, e podem ter novas quedas nos
próximos meses com a alta do dólar, segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
No
quinto mês deste ano, o Brasil importou máquinas e equipamentos no
total de US$ 2,5 bilhões, 14,2% abaixo do valor do mesmo mês do ano
passado. Na comparação com a abril deste ano, a queda foi de 4,3%.
A
Abimaq afirma que o dólar no nível atual é melhor para a indústria
brasileira de bens de capital do que no nível anterior, mais próximo de
R$ 2. "A tendência é que as importações ainda caiam mais um pouco neste
ano por causa do câmbio, que deve ficar em um patamar de R$ 2,15",
afirmou Carlos Pastoriza, diretor da Abimaq.
Mesmo
assim, a associação ainda não comemora a redução das importações.
Segundo seu assessor econômico, Mario Bernardini, a queda das compras
externas também acontece porque o consumo brasileiro de máquinas e
equipamentos caiu, de uma forma geral. A entidade afirma que houve uma
diminuição de 8,9% no consumo aparente de bens de capital em maio na
comparação com o mesmo mês de 2012, para R$ 10,12 bilhões.
Já
o faturamento bruto mensal das empresas de bens de capital caiu 1,7% na
mesma comparação, para R$ 7,2 bilhões. No acumulado de 2013, as vendas
somaram R$ 30,8 bilhões, 7,6% baixo do resultado dos cinco primeiros
meses de 2012. Parte dessa queda pode ser explicada pela redução das
exportações, que caíram 16,4% no período, segundo a Abimaq.
Apenas
em maio, as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos caíram
8,5%, para R$ 1,04 bilhão. Nos primeiros cinco meses do ano, a redução
foi de 16,4%. Nos período, o setor acumula déficit de US$ 8,8 bilhões,
13,7% superior ao do mesmo período do ano passado.
De
agora em diante, a Abimaq espera uma melhora das vendas de máquinas e
equipamentos com o aumento dos empréstimos para o setor - principalmente
do BNDES Finame, linha do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para a produção e aquisição de máquinas e equipamentos.
O
setor terminou maio utilizando 74% de sua capacidade de produção
instalada, o mesmo nível de abril, mas 4% abaixo do registrado em maio
de 2012. O setor começou o ano com uma previsão de crescimento que
variava entre 5% e 7% nas vendas. "A carteira de pedidos continua em
queda, puxada principalmente pelos setores fabricantes de bens sob
encomenda", afirmou a Abimaq, durante apresentação dos números à
imprensa.
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