Cristovam alerta para risco de 'manipulação' em plebiscito sobre reforma política

Da Redação
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a criticar a ideia da realização de um plebiscito sobre a reforma política, medida defendida pela presidente Dilma Rousseff. Em Plenário, nesta sexta-feira (28), além de afirmar a impropriedade desse instrumento para o tema, ele mencionou o risco de a consulta popular ser forjada para atender aos interesses do governo.
- Pode vir com perguntas que terão certa manipulação, que farão as pessoas votarem com o governo – afirmou.
Cristovam mencionou declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para justificar seu receio de que o Congresso Nacional fique engessado depois da chegada, na terça-feira (2), da mensagem de Dilma Rousseff que tratará do plebiscito.  Segundo ele, Mercadante disse que o Legislativo ficará obrigado a seguir o resultado expresso na consulta, pois senão será criada uma “crise de legitimidade”.
- Vai ser difícil a gente dizer não – admitiu.
O senador questionou ainda a multiplicidade de funções ocupadas por Mercante, considerado, segundo observou, como atual coordenador político do governo. Cristovam disse ter a “sensação de que o Ministério da Educação está abandonado”.
Em aparte, Pedro Simon (PMDB-RS) falou da “capacidade impressionante” do ministro. Lembrou que Mercadante já atuava como conselheiro econômico e que hoje, envolvido com a área política, conforme disse, já vem sendo cotado para a Casa Civil.
- Ele [Mercadante] é capaz para qualquer ministério, mas não todos os ministérios – observou Cristovam.
Redução de ministérios
Ainda sobre Dilma, o pedetista afirmou que a presidente, assim como todos os políticos ainda não se dirigiu à população que está nas ruas para dizer que seu governo vem errando. Além de pedir desculpas, conforme o senador, a presidente tem que “mostrar como sair do erro”. Para isso, no entanto, conforme Cristovam, Dilma precisaria tomar decisões – como a redução do número de ministérios - que poderão contrariar seu projeto de reeleição.
- O maior inimigo da presidente Dilma é a candidata Dilma. A candidata não deixa a presidente agir – afirmou.
O senador abordou principalmente discurso que fez em Plenário, ainda em 2005, quando também ocorreram manifestações de rua em Brasília. Naquele momento, conforme assinalou, já ecoava a mensagem de insatisfação contra toda a classe política, “corruptos e não corruptos”. No discurso, ele dizia que não iria demorar até que a insatisfação levasse mais “centenas de milhares” de pessoas às ruas.
- Eu errei na forma, pois o que vemos não são centenas de milhares e, sim, mais de dois milhões de pessoas – comentou.
Cristovam destacou trechos do antigo discurso em que alertava para importância de temas que eram negligenciados, como reforma política, educação de base, sistema agrário e o problema da concentração de renda. Outro ponto era a corrupção, inclusive o que ele chamava de “corrupção das prioridades” - os gastos em coisas, como prédios de luxo, que não atacam os problemas fundamentais, como a questão do saneamento básico.
O senador - que naquele momento era integrante do PT, mas já estava afastado do cargo de ministro da Educação - disse continuar convencido de que as reformas não viriam apenas por meio dos partidos, mas de movimento mais amplo da sociedade, como já aconteceu em outros períodos no país. Ele observou que o PT foi o primeiro partido que chegou ao poder encarnando a transformação social e frustrou as expectativas da sociedade.
Agência Senado

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