Combate à pirataria e aos ilícitos marítimos no Golfo da Guiné
O
 Brasil participou, como observador, da Cúpula de Chefes de Estado e de 
Governo da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da 
Comunidade dos Estados
 da África Central (CEEAC) e do Conselho do Golfo da Guiné (CGG), que se
 encerrou ontem, 26 de junho, em Iaundê, na República de Cameroun. O 
Governo brasileiro foi representado pelo Embaixador do Brasil em Iaundê,
 Nei Futuro Bitencourt, e pelo Comandante de
 Operações Navais da Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Luiz 
Fernando Palmer. Também participaram como países observadores a 
Alemanha, a Bélgica, a China, os Estados Unidos, a França, a Mauritânia e
 o Reino Unido.
Entre
 2009 e 2012, registraram-se 197 ataques no mar contra navios mercantes 
no Golfo da Guiné, região de origem de 70% das exportações de petróleo 
da África. Tais
 ações põem em risco a segurança do comércio internacional e são motivo 
de preocupação, notadamente em razão de possíveis vínculos com grupos 
terroristas regionais africanos.
Aprovaram-se
 na Cúpula de Iaundê dois documentos que orientarão as ações de combate a
 ilícitos no Golfo da Guiné nos planos normativo e operacional, 
inclusive no
 que toca à estruturação de órgãos e capacidades nacionais de vigilância
 e de combate aos ilícitos marítimos. Trata-se do Código de Conduta e da
 Declaração Política sobre a Segurança Marítima no Golfo da Guiné. 
Acordou-se, também, Memorando de Entendimento
 trilateral entre a CEDEAO, a CEEAC, e o CGG. Decidiu-se, ainda, 
estabelecer o "Centro Interregional de Coordenação na Luta contra a 
Pirataria no Golfo da Guiné", com sede na capital do Cameroun.
Essas
 medidas permitirão aos países africanos participantes da Cúpula de 
Iaundê dar cumprimento às Resoluções 2018 (2011) e 2039 (2012) do 
Conselho de Segurança
 das Nações Unidas, o qual os encorajou a desenvolver um plano regional 
para o enfrentamento da questão dos ilícitos ocorridos no mar.
O
 Brasil tem interesse permanente na estabilidade e segurança do 
Atlântico Sul. A política de defesa brasileira para o Atlântico Sul 
busca auxiliar os países africanos
 da região a fortalecer seus meios nacionais, em particular suas 
Marinhas e Guardas Costeiras, para que possam exercer plenamente as 
funções de patrulhamento e defesa de seus territórios e águas 
jurisdicionais.
A
 cooperação brasileira inclui, além da oferta de vagas em suas escolas 
militares para formação de oficiais e praças, a realização de exercícios
 conjuntos militares,
 navais e aéreos, inclusive com simulação de ações antipirataria. Dois 
Navios-Patrulha Oceânicos da Marinha do Brasil, o "Amazonas" e o "Apa", 
realizaram em 2012 e 2013, visitas a diversos portos africanos, onde 
foram conduzidos treinamentos antipirataria.
 Novas visitas, do Navio-Patrulha Oceânico "Araguari", estão previstas 
para 2013. Entre outros exercícios militares multinacionais realizados 
pelo Brasil com parceiros africanos, estão o Atlasur, o Atlantic Tidings
 e o IBSAMAR.
Em
 continuidade à cooperação prestada, o Brasil patrocinará a participação
 de dois militares de cada membro africano da Zona de Paz e Cooperação 
do Atlântico Sul
 (ZOPACAS) no Seminário sobre Vigilância Marítima que será realizado em 
Salvador em outubro de 2013. O evento contribuirá para a formação de 
oficiais e praças envolvidos em atividades de vigilância marítima.
A
 cooperação naval prestada pelo Brasil a países africanos desenvolveu-se
 a partir dos anos 1990, quando se iniciou o processo – hoje concluído –
 de apoio da Marinha
 do Brasil à criação da Marinha da Namíbia.
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