Níveis de gases causadores do efeito estufa na atmosfera atingem novo recorde

por ONU Brasil
Perdas de florestas contribuem para 1/6 das emissões anuais de gases de efeito estufa. Foto: FAO/Joan Manuel Baliellas
Perdas de florestas contribuem para 1/6 das emissões anuais de gases de efeito estufa. Foto: FAO/Joan Manuel Baliellas

Níveis de gases causadores do efeito estufa que aprisionam calor na atmosfera chegaram a um novo recorde, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira (22) pela agência meteorológica das Nações Unidas, que revela não haver sinais de retrocesso desta tendência, responsável pelas mudanças climáticas, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e condições meteorológicas extremas.
“A ciência é clara. Sem cortes rápidos em CO2 e outros gases causadores do efeito estufa, mudanças climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis na vida na Terra. A janela de oportunidade para ação está quase fechada”, disse o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas.
O relatório “Greenhouse Gas Bulletin”, da OMM, indica que concentrações globais de dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso têm aumentado continuamente durante os últimos anos. Além disso, o relatório destaca um ressurgimento de um potente gás causador do efeito estufa e da substância depredadora do ozônio chamada CFC-11, que é regulada sob um acordo internacional para proteger a camada de ozônio.
O relatório informa especificamente sobre concentrações atmosféricas de gases causadores do efeito estufa, que são os que permanecem na atmosfera após um complexo processo de emissões e absorções.
Desde 1990, houve um aumento de 41% no efeito de aquecimento pelos diversos gases causadores do efeito estufa sobre o clima – conhecido como “forçamento radioativo”. O CO2 representa cerca de 80% do aumento no forçamento radioativo durante a última década, de acordo com dados do relatório da OMM.
“A última vez que a Terra teve uma concentração comparável de CO2 foi de três a cinco milhões de anos atrás, quando a temperatura era 2 a 3°C mais quente e o nível o mar era 10 a 20 metros mais alto que agora”, disse Taalas.
O relatório da OMM foi divulgado após evidências apresentadas em relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre aquecimento global, emitido em outubro e que soava o alarme sobre a necessidade de alcançar zero emissão de CO2 até metade do século para manter aumentos de temperatura abaixo de 1,5°C.
O relatório mostrou como manter aumentos de temperatura abaixo de 2°C pode reduzir os riscos para o bem-estar do planeta e dos povos.
“O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por até mais tempo. Não há atualmente uma varinha mágica para remover todos os excessos de CO2 da atmosfera”, alertou a vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova. “Cada fração de um grau de aquecimento global importa, assim como cada parte de milhão de gases causadores do efeito estufa”.
Este novo relatório acrescenta mais informações às evidências científicas para informar tomadores de decisão na próxima conferência da ONU sobre mudanças climáticas – a COP 24 – planejada para 2 a 14 de dezembro, na Polônia. O objetivo principal do encontro é adotar um plano de implementação para o Acordo de Paris de 2015.
As médias globais apresentadas no boletim da OMM são baseadas em um monitoramento rigoroso dos níveis de alteração de gases causadores do efeito estufa como resultado da industrialização, do uso de combustíveis fósseis, de práticas agrícolas insustentáveis e do aumento em uso de terras e desmatamento.
A ONU pede ações urgentes para reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa em níveis nacional e subnacional.

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