Médicos cubanos da cooperação internacional começam a sair do Brasil

por ONU Brasil
Médico cubano do Programa Mais Médicos, Javier Lopez Salazar, atendendo habitante da Aldeia Kumenê. Foto: OPAS
Médico cubano do Programa Mais Médicos, Javier Lopez Salazar, atende morador da Aldeia Kumenê. Foto: OPAS

Já estão confirmadas as datas de saída dos primeiros voos de retorno dos médicos cubanos mobilizados por meio da cooperação internacional entre Brasil, Cuba e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Os cinco primeiros partem na próxima quinta-feira (22), sexta-feira (23) e no sábado (24), em direção a Havana.
Alguns dos profissionais da cooperação internacional já começaram a sair dos municípios em direção aos respectivos polos de saída de voo. Está previsto que, até o dia 12 de dezembro deste ano, todos os mais de 8 mil médicos deixem gradualmente o programa.
Os profissionais cubanos do Mais Médicos começaram a atuar em 2013 em Unidades Básicas de Saúde brasileiras, por meio de uma cooperação internacional entre os dois países e o organismo internacional, para prover emergencialmente médicos para populações vulneráveis. Dentro dessa perspectiva, o número de médicos cubanos da cooperação foi sendo gradualmente reduzido, nos últimos cinco anos, de mais de 11 mil para cerca de 8,3 mil.

Sobre o Mais Médicos

A OPAS trabalha com Brasil, Cuba e outros países das Américas para ajudá-los a cumprir suas metas de saúde. Um exemplo é o programa Mais Médicos, criado em 2013 pelo governo brasileiro para ampliar a atenção primária em saúde e suprir a carência de médicos.
A iniciativa é composta por três eixos: o primeiro prevê a melhoria da infraestrutura nos serviços de saúde. O segundo se refere ao provimento emergencial de médicos, tanto brasileiros (formados dentro ou fora do país) quanto estrangeiros (intercambistas individuais ou mobilizados por meio dos acordos com a OPAS). O terceiro eixo é direcionado à ampliação de vagas nos cursos de medicina e nas residências médicas, com mudança nos currículos de formação para melhorar a qualidade da atenção à saúde.
A OPAS começou a colaborar com o programa em 2013 ao articular acordos entre Brasil e Cuba, viabilizando a mobilização de médicos cubanos para atuar no Sistema Único de Saúde brasileiro. A OPAS também têm contribuído com o monitoramento e avaliação dos resultados e impactos do Mais Médicos, bem como na gestão e disseminação do conhecimento gerado pela iniciativa, capacitação de profissionais, fortalecimento da educação em saúde para médicos, entre outras ações relacionadas à melhoria da atenção primária à saúde no Brasil.
A Organização possui acordos com os governos de ambos os países para o Mais Médicos, mas não faz contratos com médicos. Conforme determinado no início do acordo, o papel da OPAS não envolve elementos contratuais entre os governos e os médicos contratados. Os médicos são contratados pelo governo cubano (no caso dos médicos cubanos do acordo internacional) ou pelo governo brasileiro (no caso dos médicos brasileiros ou estrangeiros que não são da cooperação internacional).
Há uma série de evidências científicas demonstrando o impacto do Mais Médicos na melhoria da saúde dos brasileiros. O estudo “More doctors for deprived populations in Brazil”, por exemplo, apontou que em mais de 1 mil municípios que aderiram ao programa houve um aumento na cobertura de atenção básica de 77,9% para 86,3%, entre 2012 e 2015, e uma queda nas internações por condições sensíveis à atenção primária (que são internações evitáveis), de 44,9% para 41,2% no mesmo período.
Outra pesquisa mostrou que o Mais Médicos contribuiu para reduzir as taxas de internação por condições sensíveis à atenção primária. Esses índices já vinham diminuindo no Brasil antes do programa: em 7,9% de 2009 a 2012. Mas a redução foi maior após a implantação do Mais Médicos: em 9,1% entre 2012 e 2015.

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