MOVIMENTOS PELA ALBA: COMPROMISSO
COM INTEGRAÇÃO POPULAR E ANTI-IMPERIALISMO
COM INTEGRAÇÃO POPULAR E ANTI-IMPERIALISMO
A 1° Assembleia
Continental dos Movimentos Sociais da Aliança
Bolivariana das Américas (ALBA) reuniu mais de 200
delegados e delegadas de 22 países de diversos
movimentos sociais da América Latina, entre os dias 16 a 20 de
maio.
A
atividade, realizada na Escola Nacional Florestan Fernandes
(ENFF), em Guararema (SP), fortaleceu a iniciativas de
integração dos povos e
organizações do continente por meio de lutas
em comum, com a finalidade de concretizar um projeto de
articulação continental.
"A ALBA é um projeto
essencialmente político, anti-neoliberal e
anti-imperialista, fundamentado nos princípios da
cooperação, da complementaridade e da
solidariedade, que busca acumular forças populares e
institucionais por um novo ciclo de independência
latino-americana, dos povos e para os povos, por uma
integração popular, pela vida, pela
justiça, pela paz, pela soberania, pela identidade,
pela igualdade, pela libertação da
América Latina, por uma autêntica
emancipação que tenha em seu horizonte o
socialismo indo-afro-americano", diz
declaração final da assembleia.
Os movimentos
sociais manifestaram preocupação com a
ofensiva dos Estados Unidos sobre o continente. "O
Império segue mobilizando-se contra a
reorganização das forças popular e o
surgimento de novos projetos autônomos de
integração da Pátria Grande. Logo que
surgiram as primeiras rebeliões antineoliberais, os
EUA começaram a reorientar sua política
exterior visando recuperar sua hegemonia sobre o processo
continental em várias dimensões:
econômica, militar, normativa, cultural,
midiática, política e territorial",
denuncia carta das organizações
latino-americanas.
Abaixo, confira a
declaração final da 1ª Assembleia
Continental dos Movimentos Sociais pela ALBA, que levou o
nome de um dos tantos revolucionárias da
América Latina, Hugo Chávez
Frías.
Declaração da 1ª
Assembleia Continental dos
Movimentos Sociais pela ALBA
Movimentos Sociais pela ALBA
De
16 a 20 de maio, na Escola Nacional Florestan Fernandes,
cidade de Guararema, estado de São Paulo, Brasil; nos
encontramos mais de 200 delegadas e delegados de movimentos
de mulheres, camponeses, urbanos, indígenas,
estudantes, jovens, sindicatos e organizações
agroecológicas de 22 países, para constituir a
I Assembleia Continental dos Movimentos Sociais pela
ALBA.
Chegamos aqui como parte de um processo
histórico que nos fez encontrar em fóruns,
campanhas, redes internacionais, instâncias setoriais
e diversas lutas dentro de cada um de nossos países,
carregando as mesmas bandeiras de luta e os mesmos sonhos
por uma verdadeira transformação
social.
Vivemos uma nova época em Nossa
América, que se expressou nos últimos anos
através de diversas mobilizações e
rebeliões popular, a busca pela
superação do neoliberalismo e a
construção de uma sociedade alternativa que
seja justa e inclusiva, porque já é
possível e necessária.
A
derrota da ALCA em 2005, evidenciou a resistência dos
movimentos sociais e uma nova configuração
geopolítica continental, caracterizada pelo
surgimento de governos populares que se atrevem a enfrentar
o Império. A aposta máxima neste sentido,
lançada em 2004 por Fidel Castro e Hugo
Chávez, é o que hoje se chama Aliança
Bolivariana para os Povos de Nossa América
(ALBA).
A
ALBA é um projeto essencialmente político,
anti-neoliberal e anti-imperialista, fundamentado nos
princípios da cooperação, da
complementaridade e da solidariedade, que busca acumular
forças populares e institucionais por um novo ciclo
de independência latino-americana, dos povos e para os
povos, por uma integração popular, pela vida,
pela justiça, pela paz, pela soberania, pela
identidade, pela igualdade, pela libertação da
América Latina, por uma autêntica
emancipação que tenha em seu horizonte o
socialismo indo-afro-americano.
Entretanto, o Império segue mobilizando-se
contra a reorganização das forças
popular e o surgimento de novos projetos autônomos de
integração da Pátria Grande. Logo que
surgiram as primeiras rebeliões antineoliberais, os
EUA começaram a reorientar sua política
exterior visando recuperar sua hegemonia sobre o processo
continental em várias dimensões:
econômica, militar, normativa, cultural,
midiática, política e territorial.
O
surgimento da crise capitalista no seio de Wall Street em
2008 reforçou estes planos. Desde esse momento
visibilizamos uma contraofensiva imperialista ainda maior no
continente, que se expressa no aumento da presença
transnacional nos territórios, o saqueio de nossos
bens naturais e a privatização dos direitos
sociais; a militarização do continente, a
criminalização e repressão da luta
popular; a intervenção estadunidense nos
golpes de Estado em Honduras e Paraguai; a permanente
desestabilização de governos progressistas
latinoamericanos; o intento de recuperar influência
política e econômica através de
iniciativas como a Aliança do pacífico e
outros acordos internacionais.
Neste contexto marcado pela ofensiva imperialista,
por um lado, mas também pela abertura de novas
possibilidades com o horizonte que nos aponta o projeto
lançado pelos governos da ALBA, se faz mais
necessário que nunca a Articulação dos
Movimentos Sociais do continente. Temos que assumir o
desafio histórico de articular as resistências
e passar à ofensiva com um pensamento original e
novas propostas de modelos civilizatórios, que
recuperem as melhores tradições de nossos
povos.
Ratificamos os princípios, diretrizes e
objetivos de nossa primeira carta dos Movimentos Sociais das
Américas, de construir a integração
continental dos movimentos sociais desde abaixo e à
esquerda, impulsionando a ALBA e a solidariedade dos povos,
frente ao projeto do imperialismo.
Afirmamos nosso compromisso de contribuir ao
projeto de integração latino-americano, seguir
as batalhas anticoloniais, anticapitalistas,
antiimperialistas e antipatriarcais, sob os
princípios de solidariedade permanente e ativa entre
os povos, através de ações concretas
contra todas as formas de poder que oprimem e
dominam.
Reafirmamos nossa aposta por conquistar a
autodeterminação dos povos, a soberania
popular em todos os níveis: territorial, alimentar,
energética, econômica, política,
cultural e social.
Defenderemos a soberania dos povos em decidir sobre
seus territórios, os bens naturais e nos
comprometemos a defender os direitos da Mãe
Terra.
Os
movimentos sociais de Nossa América chamamos
a:
-Promover a unidade
e integração regional baseada em um modelo de
vida alternativo, sustentável e solidário,
onde os modos de produção e
reprodução estejam aos serviço dos
povos;
-Relançar a
luta de massas e a luta de classes, a nível nacional,
regional e continental, que nos permita frear e desmantelar
programas e projetos do capitalismo neoliberal.
-Tecer redes e
coordenações efetivas de
comunicação popular, que nos permitam
enfrentar a batalha de ideias e frear a
manipulação da informação pelas
corporações e os meios de
comunicação.
- Aprofundar
nossos processos de formação política e
ideológica para fortalecer nossas
organizações, assim como avançar em
processos de unidade conscientes e consequentes com as
transformações necessárias.
Assim,
-
Manifestamos nosso apoio e solidariedade ao povo da
Colômbia neste momento crucial do processo de
diálogo e negociação para
alcançar a assinatura de um acordo de paz com
justiça social, que verdadeiramente resolvam as
causas que deram origem ao conflito armado. Estamos atentos
ao desenvolvimento deste processo, dispostos a colaborar e
acompanhar da maneira que o povo colombiano
necessite.
-
Manifestamos nosso apoio ao Governo Bolivariano da
Venezuela, encabeçado pelo Companheiro Presidente
Nicolás Maduro, expressão inequívoca da
vontade popular do povo venezuelano refletida nas urnas no
14 de abril passado, diante das contínuas tentativas
de desestabilização por parte da direita que
buscar desconhecer a decisão soberana do povo e
conduzir o país à uma crise política,
institucional e econômica.
Esta
Articulação Continental dos Movimentos Sociais
pela ALBA é parte de um processo emancipador que
desde a Revolução Haitiana até nossos
dias, busca construir uma sociedade mais justa e
profundamente humana. Nosso compromisso é continuar o
legado de milhões de revolucionárias e
revolucionários como Bolívar, San
Martín, Dolores Cacuango, Toussaint L’Overture,
José María Morelos, Francisco Morazán,
Bartolina Sisa e tantos outros que de maneira
solidária e desprendida entregaram suas vidas por
estes ideais.
Reafirmando nossa
história, nossa Assembleia leva o nome de um deles,
de nosso Comandante Hugo Chávez, a quem honramos
retomando suas bandeiras de luta pela unidade e a irmandade
entre todos os povos desta Patria Grande, livre e
soberana.
“A
unidade e integração de Nossa América
está
em nosso horizonte e é nosso caminho!”
em nosso horizonte e é nosso caminho!”
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