Casildo Maldaner pede ações de longo prazo para estimular crescimento
Da Redação
Entre as ações citadas pelo senador estão o estímulo ao consumo interno, por meio de juros mais baixos, redução de impostos e oferta de crédito. Essas ações teriam, no entanto, “efeitos colaterais”, como forte pressão inflacionária e tendência para elevação do endividamento das famílias e da inadimplência, que já estaria crescendo mês a mês.
Para combater as consequências negativas, o governo terá de acionar mecanismos de defesa, como o aumento da taxa básica de juros (taxa Selic) e retorno de impostos agora suspensos, numa “política do morde e assopra”, segundo Casildo.
– Medidas como essas podem até surtir efeito imediato, e sinceramente esperamos que sejam bem-sucedidas, mas adiam as reformas estruturais indispensáveis para o crescimento econômico e social de forma descentralizada. Entendo que seja este o momento para a discussão de uma reforma mais ampla, que dote nosso país do necessário ambiente de competitividade internacional de que precisamos – defendeu o senador, ressaltando a importância de se fazer, por exemplo, uma reforma tributária.
Valorização do dólar
Casildo manifestou preocupação também com a valorização do dólar
frente ao real, de quase 20% nos últimos três meses. A medida é benéfica
aos exportadores, mas eleva o preço dos insumos cotados na moeda
americana, encarecendo produtos no mercado interno e forçando a
inflação, comentou.Para o senador, o mesmo se dá com a uniformização do ICMS sobre importados, aprovado pelo Senado por meio do Projeto de Resolução 72/2010. Casildo destacou que a medida busca estimular a produção nacional com o fim da chamada “guerra dos portos”, mas acaba criando uma “distorção maléfica”: fortalece os grandes centros de consumo, causando concentração de desenvolvimento em algumas regiões, enquanto retira de outras seus poucos recursos financeiros.
– Questiono novamente: há um plano do governo federal, um plano não de consumo, mas um plano de preservação e crescimento descentralizado entre seus entes federados? Refiro-me a uma ação planejada que vá além da concessão de empréstimos via BNDES, que é uma espécie de compensação que acaba por comprometer ainda mais a dívida dos estados, já que é preciso devolver o recurso com juros. Acho que nós precisamos é pensar um pouco mais a longo prazo, até para darmos condições às nossas indústrias para competir no campo internacional – argumentou.
Em aparte, o senador Wellington Dias (PT-PI) concordou com a necessidade de se reduzir não apenas os juros, mas também os impostos.
Agência Senado
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