Advogado de Cachoeira diz que delação premiada está fora de cogitação
Anderson Vieira, Isabela Vilar
– Isso não está em cogitação – disse o ex-ministro da Justiça nesta terça-feira (22), em entrevista após a reunião da CPI que investiga Cachoeira.
A sugestão foi feita por parlamentares durante a reunião da CPI em que Cachoeira seria ouvido. Orientado pelo advogado, o investigado usou o direito constitucional de permanecer calado para não produzir provas contra si e não respondeu às questões sobre a possibilidade de delação premiada feitas pelos integrantes da comissão.
Delegado licenciado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) afirmou que Cachoeira poderia ajudar o país a “passar a vassoura” no Congresso Nacional e na política dos estados caso aceitasse um acordo. A sugestão também foi feita pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).
– Pense na delação premiada. E que seu advogado considere isso. Nós vamos acompanhar de perto. Não havendo a delação, não poderá ser reduzida uma fração do que o senhor terá de pagar – sugeriu.
Conflito
Questionado sobre a possibilidade de haver “problema ético” no fato
de defender Cachoeira, Thomaz Bastos negou qualquer constrangimento.
Durante a reunião, os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Miro Teixeira
(PDT-RJ) ressaltaram o fato de o advogado ter sido Ministro da Justiça
no governo Lula.– Passei 45 anos de minha vida como advogado, fiquei quatro anos no Ministério e faz cinco anos que saí de lá. Portanto, não há nenhum impedimento - disse.
Ante o silêncio de Cachoeira na CPI, Miro Teixeira, que foi ministro das Comunicações também no governo Lula, disse esperar reencontrar Márcio Thomaz Bastos em uma “situação mais agradável”.
Já o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) elogiou o advogado, destacando seu papel como ministro da Justiça, quando, segundo ele, teria contribuído para fortalecer a Polícia Federal.
Agência Senado
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