Conheça a história dos vendedores de caldo de cana mais antigos da cidade




O caldo de cana, também conhecido como garapa, é uma bebida muito consumida, sobretudo no verão. Em Curitiba, a atividade dos vendedores de caldo de cana foi enquadrada na Lei nº 6.407/1983, que regulamentou o comércio ambulante. São 337 pontos que vendem a bebida na cidade. Alguns deles são antigos e já construíram uma história nos bairros onde trabalham.
É o caso de Kleber Netto, 43 anos, um dos mais antigos da cidade, que trabalha com caldo de cana desde criança. Tudo começou em 1992, quando seu pai, o motorista Luiz Fernando Leal Netto, perdeu o emprego. Decididos a manter o sustento da família, pai e filho dedicaram-se a uma atividade que pouco conheciam: preparar o caldo de cana. “Escolhemos o Parque São Lourenço, pois morávamos e ainda moramos ao lado dele, no Barreirinha”, comentou Netto. “É um lugar abençoado.”
Netto chegou a dividir seu tempo com outro ponto, no Centro Cívico, mas o parque permaneceu sendo a sua escolha principal. “É um local frequentado por moradores da cidade, principalmente. Conheço pessoas que passeiam ali desde bebê”, diz Netto, que hoje dedica-se também ao plantio, venda e distribuição de cana.
Ovídio Gatti, 70 anos, trabalha na Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã. Desde 1992 no local, é conhecido da vizinhança. “Conheço muita gente e gosto de ter amizade com todo mundo”, comenta Ovídio. A região, no seu ponto de vista, mudou pouco e ainda conserva o espírito da época em que começou a trabalhar por ali. “É um bairro tranquilo”, diz Gatti.
O vendedor ambulante começou a carreira quando a empresa onde trabalhava entrou em processo de falência. Na época, comprou seu equipamento e encarou a nova atividade. A adaptação, conta, foi tão fácil que o fez construir a vida naquele ponto. “Criei meus filhos com caldo de cana”, salienta.
O produto também contribuiu para a história de Amarildo Alves da Gama, 62 anos, que veio de São Paulo. Ao visitar parentes de sua esposa em Curitiba, tomou a decisão de se mudar para a cidade e investir no equipamento. A mudança lhe fez bem. “Melhor que Curitiba não tem não, o povo é muito educado”, avalia.
Desde que começou, Gama trabalha no mesmo ponto, na Avenida Winston Churchill, no Capão Raso. Para ele, o ano inteiro tem seus bons momentos, mas o verão é a melhor época. “Ali é muito bom, mas os dias quentes são os melhores para o movimento”, explica.
A Avenida Winston Churchill também é o local de trabalho do casal João Rodrigues, 66 anos, e Salete de Matos Rodrigues, 60. Eles ficam em pontos próximos, no Pinheirinho, bairro onde vivem. Em 1992, já casados, decidiram comprar dois carrinhos e começar. Desde então, a região passou por muitas mudanças, de acordo com João. “Antes era uma pista única, agora virou uma avenida”, relata. “O comércio local também tem muito mais movimento.”
João afirma já conhecer as preferências da maior parte dos trabalhadores do comércio local. “O caldo de cana com limão é o mais solicitado”, afirma. Outra opção de fruta para misturar com a bebida é o abacaxi. “Também já tentei com gengibre, mas não deu muito certo não”, brinca.
Vendedor ambulante regularizado
O comércio ambulante é regulado pela Lei nº 6.407/1983, que permite o exercício da atividade em locais e horários determinados. É preciso que a mercadoria também seja legalizada e, em caso de comércio de alimentos, além de se conhecer a origem, o interessado deve ter curso de manipulação de alimentos, para evitar a contaminação.
A Secretaria Municipal do Urbanismo conta com um plantão todas as tardes para orientação e para tirar as dúvidas da população em relação ao que é permitido ou proibido no comércio de rua. Mais informações sobre o licenciamento podem ser encontradas no site da Prefeitura de Curitiba, o www.curitiba.pr.gov.br.

Onde fazer o cadastro
O cadastro para exercício da atividade é gratuito e pode ser feito na Rua da Cidadania da Matriz, na Praça Rui Barbosa.
Custo:
• O cadastramento é gratuito.
Documentos necessários:
• Foto 3x4 recente.
• Carteira de identidade (cópia).
• CPF (cópia).
• Comprovante de residência (últimos três meses), em nome do interessado.
• Certidão de casamento.
• Certidão de nascimento dos filhos menores.
• Ciência do proprietário ou comerciante do local no qual o vendedor irá trabalhar, reconhecido firma no cartório.
• Ciência por escrito e assinado pelos titulares, quando próximo a colégio, hospital, igreja, delegacia, bar, restaurantes, lanchonetes.
• Certificado do Curso de Manipulação de Alimentos, para quem vai trabalhar com alimentos.
• Ciência por escrito e assinado pelos titulares, quando próximo a estabelecimentos que comercializem alimentos (panificadoras, restaurantes, lanchonetes, bares).

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