Para Simon, Ficha Limpa e julgamento do mensalão podem representar o fim da impunidade no país
Da Redação
- Posso dizer em alto e bom som, da altura de meus oitenta anos, que a impunidade tem os seus dias contados no Brasil. Muita gente não queria, mas entramos no caminho certo – disse.
Na véspera, os votos pela condenação do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) na ação penal do mensalão, pelos crimes de peculato e corrupção passiva, alcançaram a maioria dos membros do Supremo Tribunal Federal. Para o senador, os ministros encontraram a fórmula certa para conduzir o julgamento dos 37 réus, dividindo em casos um processo complexo.
Simon elogiou o voto dos ministros e afirmou que, ao antecipar sua manifestação sobre as penas para os réus nos crimes já examinados, Cezar Peluso ofereceu uma orientação para o desfecho do julgamento. Simon disse considerá-lo o magistrado mais experiente em matéria penal na corte.
As penas dos réus que forem condenados serão estabelecidas no final do julgamento, mas o ministro Peluso usou de prerrogativa de antecipar seu voto em relação a João Paulo Cunha e outros réus nos crimes já analisados porque foi sua última participação no caso, já que se aposenta na próxima semana. Para Simon, o ideal seria o ministro antecipar seu voto em relação a todos os réus, como permite o regimento, mas sua participação já resultou positiva.
Caixa Dois
Como avaliou Simon, os votos já pronunciados pelos ministros indicam a
derrota da tese dos advogados dos réus, que alegavam ter havido apenas
crime de “caixa dois”, ou seja, o uso, na campanha eleitoral, de
dinheiro recebido e não declarado. Agora, ele disse que o país pode se
preparar para um desfecho positivo de todo o julgamento e então
comemorar.- Se eu fosse presidente da República, no dia em que fosse publicado o resultado seria declarado ponto facultativo para todo mundo festejar – afirmou.
Simon lamentou, no entanto, a coincidência entre a “página bonita” escrita pelo Supremo com um “dia triste” no Senado: uma reunião da CPI Mista do Cachoeira, em que o dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, se recusou a falar. Para o senador, houve combinação para que o empresário comparecesse á comissão de inquérito no dia em que as atenções do país estavam voltadas para o Supremo. Observou ainda que diversos líderes partidários estavam ausentes.
Simon aproveitou ainda para criticar a dispensa dos depoentes que se recusam a falar (orientados por seus advogados, para evitar situações que os incriminem) sem oportunidade para que os integrantes da comissão façam perguntas.
- Onde está escrito aqui que perdi meu direito de fazer perguntas e contar as bandalheiras dele todas? Ele que não respondesse – disse.
Agência Senado
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