Governo do Estado recebe empresas interessadas em investir em energia eólica no RS
A Conferência reúne, entre congressistas e expositores, cerca de três mil pessoas. Nas palestras temas como financiamento, mercados internacionais, avanços na tecnologia de avaliação de recursos, operação, mercado e regulação, tendências sócio-políticas, novas tecnologias, logística e fornecimento, viabilização de projetos, comercialização e mercado livre para eólica.
A opinião dos especialistas do setor é que, atualmente, a energia eólica é a principal fonte alternativa e renovável em evidência, tanto em âmbito nacional como mundial. Nas observações das autoridades do setor energético brasileiro e órgãos de pesquisa, o Brasil tem grande potencial eólico, mas ainda pouca potência instalada neste segmento, o que confere ao país e a algumas regiões e Estados, entre eles o Rio Grande do Sul, grandes oportunidades de negócios.
Cenário no RS O Estado já conta com 364 MW instalados em 11 parques eólicos e representa 11% de todo o potencial eólico brasileiro. Segundo o diretor de Infraestrutura e Energia da AGDI, Marco Franceschi, a disposição da infraestrutura do Estado viabiliza a utilização de todo este potencial, facilitando a logística para instalação de novos parques eólicos. No Sul do Brasil, as empresas CEEE e Eletrosul estão com importantes investimentos neste setor.
No caso da Eletrosul, os complexos eólicos Cerro Chato, em Santana do Livramento, (já em operação), e outros três em instalação (Livramento, Santa Vitoria do Palmar e Chuí) formarão um total de 285 aerogeradores e uma potência de 570 MW. Já a CEEE realiza investimentos tanto na geração de energia limpa no Rio Grande do Sul, como nos projetos de transmissão, visando a conexão desses parques eólicos ao sistema interligado.
O diretor de geração do Grupo CEEE, Carlos Ronaldo Vieira Fernandes, lembra que, no final de agosto, foi assinado o ingresso do grupo CEEE no capital social da Enerfin, empresa do grupo espanhol Elecnor, incluindo a participação da CEEE em 10% do capital da holding. A Enerfin já opera e está ampliando complexos eólicos em Palmares do Sul (com capacidade instalada próxima de 200 MW) e em Osório (com 302,9 MW). A parceria inclui as unidades já em operação e as ampliações previstas nesses dois parques.
Investimentos
Além disso, Fernandes cita, também, a recente assinatura do contrato de concessão do leilão de transmissão 05/2012, vencido pelo Consórcio formado com as empresas Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) e Centrais Elétricas do Sul do Brasil (Eletrosul). A união das duas estatais teve um caráter estratégico, com a formação da Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE), uma sociedade de propósito específico, cuja composição societária é de 51% da Eletrosul e 49% da CEEE-GT.
As empresas serão responsáveis pela construção de um rol de obras arrematadas no Lote A do leilão realizado em junho: três subestações de 525/230 kV, 491 quilômetros de linhas de transmissão, seccionamentos e modificações nas subestações Camaquã 3 e Povo Novo, todas na região Sul do Estado.
O investimento de R$ 700 milhões vai permitir a instalação de usinas eólicas e de novos complexos industriais na região, além de melhorar a confiabilidade, a segurança e a qualidade do sistema elétrico nacional, especialmente no período do verão. As obras vão gerar, ainda, mais de 3,5 mil empregos diretos e a previsão é de que estejam concluídas no início de 2014.
Perspectivas
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, estimou, durante a abertura do Windpower, que o parque eólico do país chegará a 8 gigawats (GW) de capacidade instalada de geração de energia até 2015. Segundo ele, o Brasil, que hoje ocupa a vigésima posição no mundo entre os países que produzem energia a partir dos ventos, com uma capacidade instalada de 2 GW, no próximo ano, já estará entre os dez países, e continuará crescendo.
"As perspectivas do setor de energia eólica no país são muito boas. Ela tem tido um crescimento muito expressivo no Brasil. E a boa notícia é que o consumidor não tem que pagar nada a mais por isso, uma vez que o preço da energia eólica hoje, no país, caiu a um terço do que era a três ou quatro anos atrás e já é bastante competitivo em relação às outras fontes", destacou Tolmasquim.
O executivo ressaltou também o crescimento da indústria de aerogeradores no país. "Hoje nós já temos 11 empresas instaladas no Brasil, algumas das quais já atendendo aos critérios estabelecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ou seja, produzindo com mais de 60% de conteúdo nacional em seus equipamentos, o que é positivo porque gera emprego, o reflete na economia do país".
Texto e foto: Mara Medeiros
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