Deputado apresenta à CPI pedido de convocação do ex-ministro Hélio Costa


Anderson Vieira
O ex-ministro das Comunicações e ex-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB, em 2010, Hélio Costa, pode ter de dar explicações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as conexões criminosas de Carlinhos Cachoeira. Requerimento para essa convocação foi apresentado na quarta-feira (29) pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
O pedido é baseado na denúncia feita à comissão pelo ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que disse ter sido ameaçado quando o candidato foi lhe pedir indicações de empreiteiras para doação durante a campanha eleitoral de 2010.
– Depois que disse não poder ajudá-lo, ele [Costa] levantou de rompante, me deu de dedo e disse que se elegeria governador e sua primeira providência depois de eleito seria me tirar do comando do Dnit – relatou Pagot à CPI.
Pouco antes, Pagot confirmou que ajudou na indicação de empresas para doações à campanha da presidente Dilma Rousseff.
Conforme o requerimento apresentado, os fatos são graves e merecem especial atenção da comissão parlamentar de inquérito.
JackPot
Também aguarda deliberação dos parlamentares da CPI requerimentos pedindo a convocação de três pessoas presas em 24 de agosto na operação JackPot da Polícia Civil do Distrito Federal, sob acusação de integrarem o grupo criminoso de Carlinhos Cachoeira.
Segundo a polícia, Raimundo de Souza Queiroga, Bruno Soares Barbosa e Otoni Olimpo Queiroga Júnior estariam atuando na manutenção das atividades de exploração de jogos de azar na região de Brasília, mesmo após a prisão de Cachoeira.
O chefe da operação, delegado Jorge Xavier, informou, depois de efetuada as prisões, que encaminharia os documentos das investigações à comissão parlamentar de inquérito, mas o material ainda não chegou à CPI mista.
Sigilos
A próxima reunião administrativa do colegiado deve ser realizada na semana que vem, mas o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) ainda não confirmou a data. Enquanto isso, alguns parlamentares seguem pressionando para a aprovação da quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônicas de 12 empresas consideradas laranjas do esquema criminoso.
– Quanto mais a gente se debruça sobre as conexões da Delta, mais laranjas aparecem. São 18 pessoas jurídicas e já temos o sigilo de seis. Empresas foram criadas no mesmo dia, na mesma cidade com os mesmos sócios, em rodízio, com a circulação de milhões de reais em dinheiro público – alertou, na reunião de terça-feira (28), o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos que mais têm insistido na aprovação dos requerimentos.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), por sua vez, citou o nome de sete empresas beneficiadas por repasses da Delta. Segundo ele, SP Terraplenagem, Power Engenharia, JSM Terreplenagem, Soterra Terreplenagem, SM Terraplenagem, MB Serviços e Legend Engenheiros receberam R$ 260 milhões.
– E o capital social destas companhias chega a ser ridículo perto do que elas movimentavam. Temos que deferir logo estes requerimentos para que possamos chegar ao terceiro nível desta organização. O terceiro nível significa: onde foi parar o dinheiro – reivindicou Pedro Taques.
Agência Senado

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