Milícias forçam deslocamento de 2 mil pessoas na capital da Líbia

As milícias líbias forçaram quase 2 mil pessoas de uma minoria étnica provavelmente visada por supostas ligações com ex-ditador Muammar Kadafi a fugir de abrigos há muito estabelecidos na capital, Trípoli, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta terça-feira (14).
Em um apelo para que os direitos humanos das famílias com origem na cidade de Tawergha sejam respeitados, o porta-voz do ACNUR, William Spindler, disse que o deslocamento aconteceu na semana passada, após ataques perpetuados por grupos não identificados.
Após receber ameaças e muitas casas terem sido demolidas por uma milícia local, a população da cidade líbia de Tawergha deixou para trás o acampamento de Triz al Matar. Foto: ACNUR/Tarik Argaz
Após receber ameaças e muitas casas terem sido demolidas por uma milícia local, a população da cidade líbia de Tawergha deixou para trás o acampamento de Triz al Matar. Foto: ACNUR/Tarik Argaz
As milícias líbias forçaram quase 2 mil pessoas de uma minoria étnica provavelmente visada por supostas ligações com ex-ditador Muammar Kadafi a fugir de abrigos há muito estabelecidos na capital, Trípoli, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta terça-feira (14).
Em um apelo para que os direitos humanos das famílias com origem na cidade de Tawergha sejam respeitados, o porta-voz do ACNUR, William Spindler, disse que o deslocamento aconteceu na semana passada, após ataques perpetuados por grupos não identificados.
“Segundo os moradores, uma milícia local forçou toda a população da Triq Al Matar a fugir de suas casas na semana passada, após três noites de ataques indiscriminados e a prisão arbitrária de 94 moradores, 12 dos quais permanecem detidos pela milícia em péssimas condições.”
Até os ataques, Triq Al Matar era o maior assentamento para deslocados internos em Trípoli e lar de cerca de 370 famílias. Eles eram originalmente da cidade de Tawergha, no norte, mas fugiram de suas casas em 2011, depois que a batalha por Misrata terminou, buscando refúgio em assentamentos informais ao redor de Trípoli ou Benghazi.
Depois de serem alvo na capital líbia, as vítimas buscaram abrigo com parentes ou outros assentamentos para pessoas deslocadas, segundo o ACNUR.
Famílias que têm carros “agora estão dormindo neles”, disse Spindler, observando que 40 mil pessoas deslocadas de Tawergha estão esperando para voltar para casa “após um acordo das partes envolvidas” no conflito.
“Tudo o que posso dizer é que eles foram alvo de perseguição e discriminação, e até agora foram impedidos” de retornar à sua cidade de origem, acrescentou Spindler. “Há movimentos que parecem estar abrindo um caminho para eles voltarem, e esperamos que seja esse o caso em breve”.
Os deslocamentos em massa ocorrem em meio a um conflito entre facções na Líbia, instabilidade generalizada e uma crise humanitária e econômica, apesar dos esforços da comunidade internacional para fornecer uma plataforma para acordos de reconciliação entre as partes.
“O problema na Líbia é que há um número de autoridades em disputa, bem como milícias, com diferentes alianças”, disse Spindler. “Isso complica a questão e torna a proteção dos deslocados internos e de outros muito difícil”.
Na Líbia, cerca de 192 mil pessoas deslocadas vivem em péssimas condições há anos, segundo o ACNUR. A agência pede soluções urgentes para acabar com o sofrimento e permitir que essas pessoas voltem para casa de maneira voluntária, segura e digna.

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