Ministério das Relações Exteriores
Nota nº 293
18 de agosto de 2018
Falecimento do ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan
O governo brasileiro recebeu com imenso pesar a notícia do falecimento do ex-secretário-geral das Nações Unidas e ganhador do Nobel da Paz, Kofi Annan, ocorrido hoje, em Berna.
Nascido em Gana, em 1938, Annan foi o primeiro secretário-geral da ONU proveniente da África subsaariana, além de ter sido o primeiro funcionário de carreira das Nações Unidas a alcançar o cargo mais alto da instituição.
Tinha profundo conhecimento do funcionamento da ONU, tanto na sede em Nova York, como nas missões no terreno espalhadas pelo mundo. No período em que esteve à frente do Secretariado, entre 1997 e 2006, Kofi Annan destacou-se como defensor da reforma e da revitalização das Nações Unidas, inclusive do Conselho de Segurança, bem como do fortalecimento institucional das agendas de direitos humanos e de promoção da paz.
Annan atuou com admirável habilidade diplomática como mediador de crises internacionais e formulador de uma visão de futuro sintonizada com os desafios do século XXI. Soube equilibrar os atributos de independência da ONU com o desafio de conciliar os interesses de seus estados membros. Em 2005, reuniu mais de 170 chefes de estado e governo na Cúpula Mundial, ocasião em que os líderes reafirmaram seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, lançaram as bases para a criação da Comissão de Consolidação da Paz e do Conselho de Direitos Humanos, e sublinharam a necessidade de reformar o quanto antes o Conselho de Segurança.
Annan foi um amigo do Brasil, que visitou em diversas ocasiões. E teve entre seus mais próximos colaboradores o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Sua reconhecida autoridade moral o levou a continuar a atuar em favor de um mundo mais pacífico e justo até os últimos dias.
Ao expressar sua solidariedade à família do ex-secretário-geral, aos funcionários da ONU e à própria Organização, o governo brasileiro deseja que seja sempre recordado o legado de Kofi Annan, um dos maiores defensores do multilateralismo, para que suas ações e seus ideais de paz, justiça e tolerância continuem a servir de inspiração para as gerações vindouras.
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