SESC Piracicaba abre a 12ª edição da Bienal Naïfs do Brasil



O Sesc Piracicaba exibe a 12ª edição da Bienal Naïfs do Brasil dia 07 de agosto, no Sesc Piracicaba, em Piracicaba, São Paulo. Com curadoria de Diógenes Moura, a Bienal conta com a participação de 81 artistas de 16 estados do país, os quais apresentam narrativas originárias de uma percepção sobre suas culturas, retratadas em cenas da vida cotidiana e com sofisticada simplicidade. Nas 106 obras pode-se ver pinturas, esculturas, gravuras, bordados, tecelagens, entre outros materiais, que foram selecionadas pelo júri, este ano formado por Antônio Santoro Junior, Kelly Cecília Teixeira, Oscar D`Ambrosio e Valdeck de Garanhuns. A ideia para compor a Bienal Naïfs do Brasil 2014 é a de extrapolar os limites da estética tradicional e chamar a atenção do público para novos caminhos da produção de arte popular.

Criada em 1992 pela Unidade de Piracicaba do Sesc São Paulo, a Bienal Naïfs do Brasil foi uma iniciativa pioneira ao proporcionar espaço à arte ingênua, espontânea, instintiva ou simplesmente chamada de naïf. Pessoas que, na maioria das vezes, nunca tiveram instrução artística formal e, portanto, são autodidatas, se expressam plasticamente de maneira original. Nas palavras de Diógenes Moura: “Liberto em sua expressão popular, o artista naïf se livra do medo para entregar-se à descoberta de si mesmo. Como na fotopintura: ao entregar um retrato (entre os séculos XVII a XIX, nos Estados Unidos, a pintura primitivista nasceu da tradição dos retratistas amadores) para ser reproduzido da forma em que pensamos ou queremos ser, no ambiente que nos convém, entregamos aos olhos do artista fotopinturista uma parte da nossa existência, para que possamos ser retratados ’o mais parecido possível’.”. Em seu conceito curatorial, Diógenes Moura traça uma aproximação entre o universo da arte naïf e o universo da fotopintura, com o subtítulo ‘O Santuário Refletido no Espelho’, a fim de proporcionar o encontro e a possibilidade de relermos dois aspectos de uma manifestação artística fundamental no Brasil. “A fotopintura está ‘dentro’ da arte naïf. Não propomos nenhum tipo de comparação, mas, sim, de encontro: um pertencimento que deverá ser visto e tratado não apenas com olhos ‘de passagem’.” O curador ainda sinaliza as dificuldades pelas quais tanto a técnica da fotopintura como a arte naïf vem encontrando ao longo das últimas décadas para terem o merecido reconhecimento. “Tratado como grande pintor, o mais reconhecido dos primitivos, o francês Henri Rousseau tem sua obra no Louvre, ao lado da Mona Lisa. Por que temos tanta dificuldade em entender o que é nosso? Por que queremos sempre ser o “outro”, importado, superficialmente tingido e com prazo de validade vencido?”.

Nesta mostra, podem ser encontradas cenas que retratam a natureza e a presença do homem, o rural e o urbano, o vilarejo e a metrópole, as festas, a religião, enfim, visões poéticas sobre nosso país, sobre a cultura brasileira. Para esta edição, a proposta também é ultrapassar limites físicos do Sesc Piracicaba, incluindo no roteiro da Bienal instalações, intervenções, palestras, peças teatrais, oficinas e apresentações artísticas, com vídeo mapping, dança, DJ`s, ateliês abertos, etc.

A origem da Bienal Naïfs do Brasil remonta ao ano de 1986, por ocasião da primeira exposição coletiva reunindo um pequeno grupo de artistas naïfs no Sesc Piracicaba, como parte do projeto Cenas da Cultura Caipira. Já na primeira edição bienal, em 1992, originalmente denominada de Mostra Internacional de Arte Ingênua e Primitiva, o evento foi premiado pela APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria de Melhor Evento de Artes Visuais do Interior do Estado. Em 2006, 41 obras, de 36 artistas, foram expostas na “Brazilian Naive Art from the Sesc Collection”, no Centro Cultural de Chicago (Chicago Cultural Center) - Chicago (EUA), numa reedição das obras premiadas entre os anos de 1992 a 2002. Ao longo dos anos, a Bienal se estabeleceu como principal evento de arte naïf do Brasil, chegando a sua 12ª edição neste mesmo ambiente prolífico e fértil de ideias, exibindo as mais variadas possibilidades de expressão popular produzida em todo o Brasil.

Artistas de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo representam a cultura local de seus estados na Bienal Naïfs do Brasil 2014, trazendo um recorte da diversidade do nosso país no que se refere às religiões, festas populares e demais características de uma nação cuja cultura é de extrema riqueza.


ARTISTAS SELECIONADOS

Alagoas
·         Tania de Maya Pedrosa – Maceió

Bahia
·         Floriano dos Santos - Alagoinha
·         Gerson Moreira Lima – Salvador
·         Manoel Bitencourt de Oliveira - Salvador

Espírito Santo
·         Shirlene Reollo Joaquim Domiciano - São Mateus

Goiás
·         Cacilda Aparecida Alves - Catalão
·         Francisco Sergio da Silva Costa - Anápolis

Minas Gerais
·         Cor Jesus de Oliveira Santana - Ouro Preto
·         Marcos Antunes Garcia – Santa Luzia
·         Maria Socorro Isidorio - Montes Claros
·         Ricardo de Oliveira Garcia - Pouso Alegre
·         Vanice Ayres Delgado - Belo Horizonte
·         Viliam Dias de Oliveira - Juiz de Fora
·         Welivander Cesar de Carvalho - Belo Horizonte

Mato Grosso
·         Adão Domiciano Pinto - Cuiabá
·         Maria Aparecida Queiroz Machado - Chapada dos Guimarães
·         Nalme Alves Mendonça - Rondonópolis

Mato Grosso do Sul
·         Patrícia Gomes Helney - Campo Grande

Paraíba
·         Celia Maria Gondim Maia Pinto - João Pessoa
·         Denise Maria Costa da Fonseca Gomes - João Pessoa
·         Marby da Silva Alves - João Pessoa

Pernambuco
·         Graciete Correia Borges - Bezerros
·         José Augusto Japiá Mota - Paulista
·         José Miguel da Silva - Bezerros
·         Paulo Cesar Mendes - Recife
·         Sandra Pereira Peixoto de Aguiar - Olinda

Paraná
·         Efigênia Ramos Rolim - Curitiba
·         Geraldina Galleas - Curitiba
·         Rogério João Bittencourt - Curitiba

Rio de Janeiro
·         Andrea Savaget Teixeira Leite - Rio De Janeiro
·         Julio Cezar de Jesus Freire - Paraty

Rio Grande do Sul
·         Maria Helena da Silva Salvatori - Porto Alegre
·         Roberto dos Santos Braga Boetger - Nova Friburgo

Rorâima
·         Carmézia Emiliano - Boa Vista

Santa Catarina
·         Ana Beatriz Cerisara - Florianópolis
·         Neri Agenor de Andrade – Florianópolis
·         Tercília dos Santos - São José

São Paulo
·         Alencar Claret Duarte da Silva - São Sebastião
·         Alex Benedito dos Santos - Jaboticabal
·         Altamira Pereira Borges - Penápolis
·         Amélia Teixeira de Almeida Gil - Piracicaba
·         André Carneiro da Cunha - São Paulo
·         Antonio Alcides Pinho - Ribeirão Preto
·         Edgard Barboza de Oliveira - São José do Rio Preto
·         Edilson da Silva de Araujo - São Paulo
·         Elaine Buzato Leme - Sorocaba
·         Elsa Dias Domingues Farias - Socorro
·         Enzo Cicero Tiago Aparecido de Lima Santos - Mogi das Cruzes
·         Euclides de Almeida Coimbra - Ribeirão Preto
·         Francisco Blummer Baenninger Ramos Filho - Bebedouro
·         Francisco Constantino Crócomo - Piracicaba
·         Geraldo Alves da Silveira - São Luiz Do Paraitinga
·         Heinrich Himmler Allan de Souza Santos - São Bernardo Do Campo
·         Ilma Deolindo Nunes - Novo Horizonte
·         Jesuino Ferreira da Rocha - Ribeirão Preto
·         João do Carmo Quintino - Jaboticabal
·         José Carlos Lopes Blanco de Castro - Jaboticabal
·         José Maria de Carvalho - Ribeirão Preto
·         Lúcia de Fátima dos Santos Neto - São Paulo
·         Luciana Mariano Figueiredo Sorensen - Cotia
·         Margarida de Paula Ferreira - Cotia
·         Maria Caldeira Bochini - Catanduva
·         Maria de Almeida Prado Brandão - Jaú
·         Maria do Carmo Loiola Bessa - Campinas
·         Maria Elisabeth Elias - Piracicaba
·         Maria José Catapano Ferraz de Toledo - Piracicaba
·         Marilene Gomes de Souza - Santana do Parnaíba
·         Miguel Sampaio de Souza E Silva - Marília
·         Milene Ribeiro de Oliveira - Socorro
·         Olinda Candida da Silva - São José do Rio Preto
·         Orlando Fuzinelli - São José do Rio Preto
·         Rosa Maria Pereira Taniguchi - Socorro
·         Rosangela Politano Chaves - Socorro
·         Sandra Maria Fontana - Ribeirão Preto
·         Silvia Lea Maia Rodrigues de Almeida - Embu das Artes
·         Sônia Cristina da Silva Mello - São José dos Campos
·         Stevenson Moschini Carlos - Piracicaba
·         Sueli Aparecida dos Reis - Ribeirão Preto
·         Terezinha de Lourdes Sordi dos Santos - Ribeirão Preto
·         Wagner Borges de Almeida Lins - São Paulo

Sergipe
·         Claudia Oliveira de Jesus - Aracaju
                       

Bienal Naïfs do Brasil
A Bienal tem origem nas exposições anuais realizadas pelo Sesc Piracicaba no período de 1986 a 1991, sempre valorizando e disseminando essa vertente artística fortemente relacionada aos elementos que caracterizam a cultura popular brasileira.
Um dos principais eventos do gênero artístico, a Bienal promove a integração entre artistas, pesquisadores, colecionadores e galeristas, além de educadores e estudantes, com o propósito de ampliar conhecimentos e garantir o debate acerca da produção visual no país.
Ao longo de suas edições, buscou propagar a diversificação do que é conhecido como estética naïf tradicional, com seleção de obras que enfatizam a variedade da confecção popular e até a reutilização de materiais, um realinhamento do propósito primitivo-moderno que caracteriza a arte ingênua.


Sesc
O Sesc - Serviço Social do Comércio é uma instituição de caráter privado, sem fins lucrativos e de âmbito nacional. Foi criado em 1946 por iniciativa do empresariado do comércio de bens, serviços e turismo, que o mantém e administra. Ao longo dos anos, o Sesc inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhou, na década de 1980, a educação com o pressuposto para transformação social. A concretização desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas diferentes manifestações, voltada a todos os públicos, em diferentes faixas etárias e estratos sociais. No Estado de São Paulo, possui 33 unidades as quais agregam atividades culturais e desportivas. Oferece também atividades de turismo social, programas de saúde e de educação ambiental, programas especiais para crianças e terceira idade, além do pioneiro Mesa Brasil Sesc São Paulo, de combate à fome e ao desperdício de alimentos, e Internet Livre, de inclusão digital.


Diógenes Moura
Nasceu na Rua do Lima, em Recife, Pernambuco. Passou a infância entre os quintais, os pés de abiu e a linha do trem no arrabalde de Tejipió. Depois viveu 17 anos em Salvador, na Bahia, no bairro negro da Liberdade, quando a cidade ainda não havia perdido a memória. Vive em São Paulo desde 1989. É escritor, curador de fotografia e editor independente. Entre 1998 e maio de 2013 foi Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou exposições e reflexões sobre o pensamento fotográfico e possibilitou o reconhecimento do acervo do museu como um dos mais importantes da América Latina, hoje com cerca de setecentas imagens de fotógrafos brasileiros. Em 2009 foi eleito o Melhor Curador de Fotografia do Brasil pelo Sixpix/Fotosite. No ano seguinte recebeu o prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes de melhor livro de contos/crônicas com Ficção Interrompida – Uma Caixa de Curtas (Ateliê Editorial). Com o mesmo título foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura 2011. Premiado no Brasil e no exterior, só entende fotografia vendo-a como literatura. Acaba de publicar o livro de contos/crônicas “Fulana Despedaçou o Verso” (2014).

Antônio Santoro Junior
Paulistano, professor de Estética e História da Arte no Centro Universitário Belas Artes; crítico de Arte da Associação Internacional de Críticos de Arte, Associação Brasileira de Críticos de Arte e Associação Paulista de Críticos de Arte. Graduado em Artes Plásticas, Educação Artística e Artes Industriais; curso de pós-graduação em História da Arte Brasileira e mestre em Educação e Artes.

Kelly Cecília Teixeira
Graduada em Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. É pós-graduada pela Universidade Estadual Paulista e cursa atualmente a pós-graduação "Educação em Museus e Centros Culturais" pelo Instituto Singularidades, SP.



Oscar D’Ambrosio
Jornalista, mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp, é crítico de arte e integra a Associação Internacional de Críticos de Artes, a Associação Paulista de Críticos de Artes e a União Brasileira de Escritores. Bacharel em Letras (Português e Inglês), publicou Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus e Mito e Símbolos em Macunaíma.

Valdeck de Garanhuns
Artista polivalente, Valdeck faz de sua arte um instrumento de divulgação de nossa cultura. Mamulengueiro, poeta, compositor, ator e artista plástico. Suas obras integram inúmeras coleções particulares e o acervo do Museum Für Völkerkunde em Frankfurt na Alemanha, America's Chamber of Commerce de Nova Iorque e Brasilian American Cultural Institute de Washington, EUA.


SERVIÇO:

Bienal Naïfs do Brasil
Abertura: 07 de agosto de 2014, quinta-feira, às 19h
Período: 08 de agosto a 30 de novembro de 2014
Visitação: terça a sexta-feira das 13h30 às 21h45. Sábados, domingos e feriados das 9h30 às 18h
Sesc Piracicaba - Rua Ipiranga, 155, Centro – Piracicaba/ SP
Tel - 0800 771 6243 / (19) 3437-9292

Curadoria – Diógenes Moura
Júri - Antônio Santoro Junior, Kelly Cecília Teixeira, Oscar D`Ambrosio e Valdeck de Garanhuns
Número de obras – 106 / Pinturas, esculturas, gravuras, bordados, tecelagens, entre outros
Dimensões variadas

Comentários

  1. Me sinto, privilegiada de ter minhas obras selecinadas por tantos talentos e conhecedores da arte. Espero ter emocionado alguém, porque o prêmio incentivo para mim, foi um grande incentivo, a partir dai, meu quadro fi selecionado para o MIAN Museu internacional de arte anif do Rio de Janeiro, já fiz 3 exposições individuais, Socorro, Araçariguama e SBCampo -SP. Já tive duas obras vendidas para o colecionador Antonio Naves, e 3 vendidas para o colecionador Salvador Carrasco Neto SP, participação em 3 exposições na Columbia, com Alejandro Pizon, 01 na Polônia Katowice maior Festival de Arte Naif do Mundo. em Mogi das Cruzes, Paranipiacaba SP, em Timóteo Minas Gerais, Fundação São Pedro Amparo, e várias na cidade de Socorro. Próxima em Vila Velha Espirito Santo, Angela Gomes. Muito obrigada! a todos que acreditaram em meu trabalho, e desejo que a arte naif seja cada vez mais valorizada. Pensar que comecei em uma oficina em 2013, do projeto-coração. Agradeço sempre ao SESC e MArgarete REgina pela atenção. Nesse ano não fui selecionada, mas quero estar presente e admirar novos artistas e aprender cada vez mais.

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  2. Me sinto, privilegiada de ter minhas obras selecinadas por tantos talentos e conhecedores da arte. Espero ter emocionado alguém, porque o prêmio incentivo para mim, foi um grande incentivo, a partir dai, meu quadro fi selecionado para o MIAN Museu internacional de arte anif do Rio de Janeiro, já fiz 3 exposições individuais, Socorro, Araçariguama e SBCampo -SP. Já tive duas obras vendidas para o colecionador Antonio Naves, e 3 vendidas para o colecionador Salvador Carrasco Neto SP, participação em 3 exposições na Columbia, com Alejandro Pizon, 01 na Polônia Katowice maior Festival de Arte Naif do Mundo. em Mogi das Cruzes, Paranipiacaba SP, em Timóteo Minas Gerais, Fundação São Pedro Amparo, e várias na cidade de Socorro. Próxima em Vila Velha Espirito Santo, Angela Gomes. Muito obrigada! a todos que acreditaram em meu trabalho, e desejo que a arte naif seja cada vez mais valorizada. Pensar que comecei em uma oficina em 2013, do projeto-coração. Agradeço sempre ao SESC e MArgarete REgina pela atenção. Nesse ano não fui selecionada, mas quero estar presente e admirar novos artistas e aprender cada vez mais.

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