Debate aponta desafios para expansão da banda larga no país
Da Redação
                
                
                
                    
                    
                 
                 
            
        
        
            
No centro da mesa, os senadores Walter Pinheiro e Anibal Diniz (este, ao microfone)
A ampliação do acesso à internet no Norte, Nordeste e Centro-Oeste é o principal desafio do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), segundo afirmaram os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Aníbal Diniz (PT-AC) durante o 2º Encontro de Avaliação do PNBL. O evento, promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática (CCT) do Senado, foi realizado nesta sexta-feira (29) em Salvador.
— Existe uma concentração desse serviço
 no Sul e Sudeste. O desafio é fazer isso chegar a todos os cantos do 
Brasil, aumentando o nível de investimento, a cobertura e a capacidade 
de uso por parte das pessoas, independente do seu poder econômico e da 
sua localização geográfica — destacou Pinheiro.
O senador lembrou que a ampliação da 
cobertura é o foco do leilão que trata da questão da frequência de 700 
MHz. Ele também mencionou a proposta de Lei Geral das Antenas, que 
tramita no Senado, e defendeu o compartilhamento das estruturas onde são
 instaladas as estações de rádio-base.
Para o relator do Plano de Avaliação do
 PNBL, Anibal Diniz, falta ao governo criar um espaço de verdadeiro 
diálogo entre os atores envolvidos na implantação do plano.
— Do jeito que está, o PNBL não será implementado — avaliou o senador.
As operadoras de celular dizem que 
estão fazendo a parte delas. Segundo Eduardo Levy, diretor-executivo do 
Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e
 Pessoal, as empresas investiram R$ 29 bilhões só em 2013.
— Os contratos para a prestação dos serviços têm sido cumpridos e, em alguns casos, até mais do que o contratado — afirmou.
O governo também diz estar fazendo a 
parte dele, mas alega que os avanços na área são muito rápidos, gerando 
novas demandas. André Moura, do Departamento de Banda Larga do 
Ministério das Comunicações, disse acreditar que será cumprida a meta do
 PNBL de levar internet rápida a 35 milhões de moradias até o fim do 
ano, cobrando R$ 35 de mensalidade.
Anibal, no entanto, enfatizou que, apesar disso, faltam diálogo e interação entre os setores.
— Ainda assim, há lugares do país em que o serviço não chega, principalmente no Norte e no Nordeste — disse.
A carência dos serviços na área 
justificou a escolha da CCT para promoção das audiências de avaliação. A
 primeira foi realizada no Acre na semana anterior. A audiência desta 
sexta-feira encerrou o evento Diálogos de Comunicação, uma iniciativa do
 Conselho Estadual de Comunicação Social e da Secretaria de Comunicação 
Social do Estado da Bahia, com o apoio do Legislativo baiano.
O 
PNBL tem por objetivo fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens
 e serviços de tecnologia de informação e comunicação. Entre seus 
objetivos específicos estão massificar o acesso a serviços de conexão à 
internet em banda larga; promover a inclusão digital; acelerar o 
desenvolvimento econômico e social; reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; promover a geração de emprego e renda; ampliar os serviços de
 governo eletrônico e facilitar o uso dos serviços do Estado junto aos 
cidadãos; promover a capacitação da população para o uso das tecnologias
 de informação e ampliar a autonomia tecnológica e a competitividade 
brasileiras.
Marco civil da internet
Além do PNBL, o evento também debateu o
 marco civil da internet. Na palestra de abertura, o doutor em Ciência 
Política Sérgio Amadeu, integrante da Associação Brasileira de 
Pesquisadores em Cibercultura (Cidadania Digital e Internet), destacou 
os debates que antecederam a Lei nº 12.965, sancionada pela presidente 
Dilma Rousseff em abril deste ano. Segundo ele, o resultado é uma das 
legislações mais avançadas do mundo voltadas para a garantia de direitos
 como a privacidade, segurança de informações e neutralidade da rede.
Especialista em Direito Digital, a advogada Ana Paula de Moraes e destacou a importância da divulgação do marco civil.
— É preciso disseminar a cultura do uso
 correto das tecnologias para que a lei se aplique na prática, e eventos
 como esse são fundamentais para essa disseminação — afirmou Ana Paula.
Agência Senado
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