SARABANDA, versão teatral do último filme de Bergman, estreia no Grande Teatro
Projeções em tempo real, interação musical com a cena e deslocamento da platéia para o palco são algumas das atrações 
Evento: Espetáculo teatral SARABANDA
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes
Data: 22 e 23 de abril
Horário: 19h
Preço: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (meia entrada)
Informações para o público: (31) 3236-7400
A
 Fundação Clóvis Salgado estreia o espetáculo SARABANDA, livremente 
inspirado em Saraband, último filme de Ingmar Bergman. O espetáculo foi 
adaptado e dirigido por Ricardo Alves Junior e Grace Passô e integra a 
programação da mostra Ingmar Bergman – Instante e Eternidade. O 
enredo retrata o encontro de um casal 30 anos após a separação. A 
encenação é permeada por uma delicada reflexão sobre os desdobramentos 
dessa separação na vida do casal e das pessoas que os rodeiam.
A
 direção do espetáculo optou por deslocar o público para o palco do 
Grande Teatro, em uma inversão da posição do espectador. De uma 
arquibancada estrategicamente colocada ao fundo, a plateia pode observar
 os elementos dos bastidores do teatro como a coxia e o maquinário, ao 
mesmo tempo em que acompanha o desenrolar das cenas. Segundo Ricardo Jr,
 a ideia é aproveitar o próprio Grande Teatro como cenário. “Nós 
buscamos explorar todas as possibilidades oferecidas pelo espaço, 
dialogando com os signos presentes”, explica. A peça também inclui 
elementos audiovisuais, projetados em tempo real.
Para
 a Presidente da Fundação Clóvis Salgado, Fernanda Machado, realizar uma
 peça teatral junto à mostra de cinema é um grande desafio para todos os
 envolvidos, devido ao fato inusitado de transpor para a linguagem 
teatral, uma montagem cinematográfica. “É muito gratificante realizar 
uma iniciativa inovadora como essa, que oferece ao público a 
possibilidade de vivenciar Bergman no Cine Humberto Mauro e também no 
Grande Teatro, potencializando o uso de nossos espaços”.
Já
 a Diretora de Programação da FCS, Fabíola Moulin, diz que a realização 
dessa peça teatral junto à mostra de cinema faz parte da diretriz da 
Fundação Clóvis Salgado de cada vez mais abrir sua programação para o 
encontro de linguagens artísticas. “Tivemos experiências que reuniram 
Artes Visuais e Cinema, Música e Cinema e, agora, é a vez do teatro, 
inspirados pela belíssima trajetória de Bergman que transitou 
magistralmente por essas linguagens”.
Fruto
 de um processo imersivo que durou 3 meses, o espetáculo conserva 
estrutura muito parecida com a do filme, composto por 10 cenas e cinco 
atores, que se revezam em pares: Gustavo Werneck, Marina Viana, Rita 
Clemente e Romulo Braga, que tiveram que ajustar suas agendas para 
participar do projeto.
A
 música, outro elemento forte do filme, também ganha destaque na 
montagem. Os músicos ficarão posicionados no fosso da orquestra, 
interagindo com a cena em momentos chave. Desta forma, mais do que 
trilha sonora, a música será um elemento narrativo.
Diálogo entre cinema e teatro – Último longa-metragem do cineasta, realizado em 2003, Saraband é
 um dos filmes em que Bergman promove mais claramente o diálogo entre 
cinema e teatro, lançando mão de artifícios inerentes ao discurso 
cinematográfico e de recursos próprios à mise-en-scène teatral.
Saraband é um filme que retoma a história de Johan e Marianne, de Cenas de um casamento.
 A advogada Marianne (Liv Ullmann / Rita Clemente), 30 anos após se 
divorciar decide, impulsivamente, visitar o ex-marido, Johan (Erland 
Josephson / Gustavo Werneck). Ele alcançou a independência financeira em
 razão de ter recebido uma grande herança. Agora, vive isolado em uma 
casa no interior, após deixar o trabalho na Universidade. Nesse 
encontro, Marianne testemunha o relacionamento atormentado entre Johan, 
seu odioso filho Henrik (Börje Ahlstedt / Rômulo Braga) e a neta de 19 
anos, Karin (Julia Dufvenius / Marina Viana). Incapaz de lidar com a 
morte da esposa, que falecera há 2 anos, Henrik expressa sua dor através
 de uma nada saudável obsessão com Karin, a filha adolescente. Ignorando
 os protestos de Henrik, Johan oferece mandar Karin para um prestigiado 
conservatório de música, forçando-a a escolher entre ficar com seu 
atormentado pai ou ter um futuro promissor como violoncelista.
Bergman e o Teatro - Bergman
 é reconhecido como um dos mais profícuos cineastas do cenário mundial. 
Ele produziu aproximadamente 60 filmes para o cinema e para a TV em três
 décadas, além de vários roteiros escritos e entregues a outros 
diretores. Concomitantemente, Bergman assumiu a função de diretor em 
importantes casas teatrais da Suécia. Foram mais de 200 peças no 
currículo do cineasta que começou sua carreira no teatro.
De
 acordo com Rafael Ciccarini, Bergman teve a capacidade de transitar 
entre as duas linguagens sem tentar fazer teatro no cinema, ou 
vice-versa. O diretor soube aproveitar as diferentes potencialidades de 
cada área. “O cinema tem a eternidade implícita em si, já o teatro é o 
lugar do instante. Fazer cinema é construir a eternidade. Bergman fez 
isso dando especial atenção aos instantes. Esse é um dos motivos de 
termos batizado a mostra de Instante e Eternidade”, explica Rafael 
Ciccarini.
Grace Passô
Diretora,
 dramaturga e atriz formada no Centro de Formação Artística da Fundação 
Clóvis Salgado (Belo Horizonte/MG). Atuou em companhias teatrais de Belo
 Horizonte (Armatrux e Cia Clara), fundou o grupo Espanca!, onde 
permaneceu por nove anos e assinou a dramaturgia de espetáculos como 
“Marcha para Zenturo”, “Amores Surdos”, “Por Elise” e “Congresso 
Internacional do Medo”; sendo diretora dos dois últimos trabalhos. Co 
dirigiu “A árvore do esquecimento”, projeto do Festival de Arte Negra de
 BH e “Delírio em Terra Quente”, espetáculo de formatura do Centro de 
Formação Artística do Palácio das Artes. Dirigiu e escreveu “Os Bem 
intencionados”, espetáculo do grupo LUME (Campinas), “Os Ancestrais”, 
com o Teatro Invertido (BH), “Contrações”, com o Grupo3 de Teatro (SP). 
Foi curadora na última edição do FIT-BH. Ministra workshops de 
dramaturgia e interpretação em diversas companhias e instituições 
artísticas brasileiras, dentre elas: SESC-SP, SESI-SP e Galpão Cine 
Horto. Dentre os prêmios que recebeu, estão: Prêmio Shell SP e APCA 
(Melhor Dramaturga 2005); Prêmio SESC SATED 2005 e 2006 (Melhor 
Dramaturga); Prêmio Usiminas Simparc (Melhor Atriz e Autora Teatral 
2006). Em 2011, recebeu a Medalha da Inconfidência, concedida pelo 
Governo do Estado de Minas Gerais.
Ricardo Alves Jr.
Ricardo
 Alves Jr é natural de Belo Horizonte. Atua como diretor desde 2006. 
Teve seus filmes apresentados em importantes festivais de cinema 
internacionais, como o 64º Festival de Cannes, Festival del Nuevo Cine 
Latinoamericano de Havana, além do Museu Centre Pompidou, em Paris. Foi 
vencedor de prêmios como Melhor Direção, Fotografia e Montagem, no 46º 
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; Melhor Curta brasileiro, no 
Janela Internacional de Cinema do Recife; Melhor Curta Experimental, no 
Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, e Melhor Curta, 
Direção e Fotografia, no 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. 
Como editor, montou os longas “Pinta”, de Jorge Alencar, e “Avanti 
Popolo”, de Michael Wahrmann. Estreiou em março de 2013 seu primeiro 
trabalho como diretor teatral “Discurso do Coração Infartado”, 
contemplado com o prêmio Miryan Muniz da Funarte, realizando temporadas 
na cidade de Belo Horizonte, São Paulo e Brasília.  Realizou assistência
 de direção de Grace Passô no espetáculo “Contrações”. Atualmente se 
prepara para filmar “Elon Rabin não Acredita na Morte” contemplado pelo 
prêmio Hubert Bals Fund de desenvolvimento de roteiro, além de 
participar dos laboratórios Buenos Aires Lab (BAL), FIDlab- Plateforme 
Internationale de Soutien à la Coproduction e New Cinema Network – Rome 
Film Festival’s International Project Workshop.
Gustavo Werneck (João)
É
 ator desde 1981 e desenvolve trabalhos no teatro e no cinema. Dentre 
eles, os espetáculos Ricardo III, de W. Shakespeare (1999/2000), com 
direção de Yara de Novaes, Nossa Cidade (2010/2012), direção de Wilson 
Oliveira, O Coordenador (2003/2004), direção de Carlos Gradim, Sertão, 
sertões – Cantata Cênica (2002), direção de Carlos Rocha e Carmem 
Paternostro. No cinema participou de vários filmes como O Grande 
Mentecapto (1987), Samba Canção (2000), O Vestido (2003), Batismo de 
Sangue (2005) e Família (2011). Recebeu diversos prêmios, dentre eles: 
melhor ator coadjuvante por O Beijo no Asfalto – Prêmio SESC/SATED de 
1997 e melhor ator coadjuvante por Ricardo III – Prêmio BBS/AMPARC de 
1999.
Marina Viana (Karen)
Atriz,
 dramaturga e diretora teatral. Graduada no curso de Artes Cênicas da 
UFMG, com habilitações em Licenciatura e Bacharelado em Interpretação 
Teatral. Possui graduação em História, com habilitação em Licenciatura 
pelo Unicentro Newton Paiva. É integrante dos Grupos: Mayombe Grupo de 
Teatro, Teatro 171, Cia Primeira Campainha, além de colaborar com vários
 coletivos de Belo Horizonte. Integra o elenco dos espetáculos da 
Primeira Campainha: Elisabeth está Atrasada, Sobre Dinossauros Galinhas e
 Dragões, (prêmio Usiminas/Sinparc de Melhor texto inédito) e Isso é 
Para a Dor (Direção Byron O’neill). No Mayombe, atua em A Pequenina 
América e sua Avó $ifrada de escrúpulos, (premio SATED de melhor texto 
inédito e prêmio Usiminas/Sinparc de melhor atriz) e Klassico (com k).
Rita Clemente (Mariana)
Prêmio
 Questão de Crítica 2013/Rio de Janeiro de Melhor Direção pelo 
espetáculo “Dias Felizes: Suíte…” indicada ao Prêmio Shell SP e 
Qualidade Brasil SP 2008 pela direção de “Amores Surdos” (Grupo Espanca!
 ), a atriz e diretora Rita Clemente é formada pela Fundação Clóvis 
Salgado e graduada em Música pela Universidade Estadual de Minas Gerais.
 Em outubro de 2013, no Rio de Janeiro, como atriz e diretora, estreou o
 espetáculo FLUXORAMA (indicado ao APCA de Melhor texto para Jô Bilac), 
numa parceria entre atores/diretores locais. Rita Clemente também tem 
atuado na televisão, em seriados e novelas.
Rômulo Braga (Henrique)
Ator
 desde 1993, se integrou à Cia. Lúdica dos Atores de 2000 a 2005, sob a 
direção de Marcos Vogel, com os espetáculos Hamlet em 15 minutos e 
Trabalhos de Amor Perdidos e de 2007 a 2010 à Cia. de Teatro Luna Lunera
 com os espetáculos Aqueles Dois e Cortiços. Trabalhou em alguns filmes 
como Mutum, de Sandra Kogut, em 2006, As Horas Vulgares, de Rodrigo 
Oliveira e Vitor Graize, em 2010, O Que Se Move, de Caetano Gotardo, em 
2011, e O Sol Nos Meus Olhos, de Flora Dias e Juruna Malon, em 2012. 
Atualmente, integra a Capote Companhia com a proposta de desenvolver 
intervenções em outros segmentos além das artes cênicas.
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