Obra rara passa para o comando da Polícia Militar
Livro, de 1918, é de autoria de Ildefonso Juvenal, que foi também major da corporação
O secretário municipal de Educação de Florianópolis, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, transferiu para o comandante geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Nazáreno Marcineiro, a guarda da obra original “Painéis”, publicada em 1918 por Ildefonso Juvenal.
Negro, Ildefonso foi escritor, teatrólogo, jornalista e oficial da PM. O livro, que reúne poemas, versos, prosas e dramaturgia, terá como destino a Biblioteca da Academia de Letras da corporação. A Polícia Militar também ganhou uma cópia digitalizada, trabalho efetuado pelo Departamento de Tecnologia Educacional da Secretaria de Educação.
A obra rara foi publicada em tipografia no formato 18X13, com 130 páginas, papel jornal no miolo e capa em papel cartão. Com valor histórico, cultural e social, está organizada com três poemas, sete versos, oito prosas e duas dramaturgias, registrando a evolução urbana da Capital.
O livro foi encontrado no conjunto de doações destinadas ao Floripa Letrada, projeto que tem por objetivo incentivar a leitura dos usuários do sistema de transporte coletivo dos terminais de integração de Florianópolis.
A solenidade ocorreu na última segunda-feira na sede do Comando Geral. Participaram do ato também a secretária adjunta de Educação, Maria José Brandão, a coordenadora do Floripa Letrada, Rosania Tomaz, e a chefe do Centro de Comunicação Social da PM, tenente-coronel Claudete Lehmkuhl.
Negro de destaque
Ildefonso Juvenal nasceu em 10 de abril de 1894 em Florianópolis e morreu em 9 de março de 1957. É considerado em Santa Catarina como o primeiro negro a se formar num curso superior. No ano de 1924, no antigo Instituto Politécnico, graduou-se em Farmácia.
Desta forma iniciou, em 1926, a carreira na Polícia Militar do Estado, como segundo-tenente farmacêutico. No cargo, organizou a primeira farmácia da corporação. Em 1937, foi promovido a primeiro-tenente. Na PM ficou até 1947, chegando ao posto de major.
Como jornalista, escreveu para diversos jornais sobre fatos da história catarinense, registrando, por exemplo, a questão de limites entre Santa Catarina e Paraná, episódio ocorrido em 1916. Outro artigo de autoria dele, publicado em “A Gazeta”, foi sobre o Regimento de Infantaria de Linha da Ilha de Santa Catarina , conhecido como Regimento Barriga Verde.
Pelas suas pesquisas foi empossado como membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, em 1942.
Como escritor, marcou presença em movimentos literários ao lado do professor Barreiros Filho e da professora Antonieta de Barros. Além de “Contos Singelos” (1914) e “Painéis” (1918), tem um livro intitulado "Contos de Natal”.
Morador da região continental de Florianópolis, em 1973, Idelfonso Juvenal foi homenageado com um nome de rua no bairro Estreito.
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