CAS examinará regulamentação profissional de operadores de telemarketing e despachantes
Da Redação |
Quatro categorias profissionais poderão
ter a regulamentação de suas atividades discutidas pelos senadores na
retomada das atividades legislativas em fevereiro. Operadores de
telemarketing, despachantes documentalistas, modeladores de
vidro e agentes de segurança socioeducativa são abrangidos por projetos
de lei em análise na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
As propostas estão à espera de novos relatores, que devem ser definidos assim que a CAS voltar a se reunir.
Operador de telemarketing
O PLS 311/2014
regulamenta as operações de telemarketing e atividades de
teleatendimento, hoje disciplinadas apenas pela Portaria 9/2007, do
Ministério do Trabalho e Emprego.
A portaria, conforme explicou o autor do projeto,
ex-senador Vital do Rêgo (atualmente ministro do TCU), alcança os
operadores de telemarketing, tanto na modalidade ativo quanto na de
receptivo, e de centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de
relacionamento com clientes (call centers) para prestação de serviços,
informações e comercialização de produtos. Pela norma, por exemplo, a
jornada máxima de trabalho desses profissionais é de seis horas diárias.
Entretanto, por não ter força de lei, o direito não é
plenamente reconhecido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde
ainda há divergências sobre o tema.
“A urgência da regulamentação da matéria é para que se
evite uma discussão judicial sem fim, em prejuízo de milhares de
trabalhadores vinculados a esse ramo de atividade. Além disso, os
trabalhadores estão expostos a atividade estafante e que traz sérios
riscos a sua saúde”, defende Vital do Rêgo, na justificação da proposta.
Despachantes
Também está na pauta da CAS o PLS 292/2014,
que regulamenta a profissão de despachante documentalista. A proposta,
de iniciativa do senador Walter Pinheiro (PT-BA), disciplina a atividade
e lista responsabilidades e direitos.
O texto determina que o profissional terá de ressarcir
clientes e o poder público por danos e prejuízos provocados por sua ação
ou omissão, ou de seus funcionários. O projeto também prevê que para
exercer a profissão é preciso ser graduado em nível tecnológico como
despachante documentalista e estar inscrito no conselho regional de
despachantes documentalistas.
“Os despachantes manipulam documentos públicos e
particulares, sendo necessário um rigoroso controle do desempenho das
suas funções. O mau desempenho de seu trabalho pode resultar em
prejuízos para os clientes e cidadãos, se não chegar a trazer prejuízos
até para o funcionamento da máquina estatal”, defende Walter Pinheiro.
Agentes de segurança
Os agentes de segurança socioeducativa — profissionais
responsáveis pela segurança nas unidades de internação de jovens
infratores — também estão contemplados no Projeto de Lei do Senado 278/2014,
de autoria do ex-senador Antonio Carlos Rodrigues, atual ministro dos
Transportes. A proposta, afirma o autor, tem objetivo de qualificar e
valorizar esses profissionais que lidam diretamente com os jovens
infratores.
Além de especificar as funções compatíveis com o
trabalho de segurança socioeducativa, a regulamentação prevê também
carga horária de trabalho reduzida de 40 horas semanais e piso salarial
de R$ 1,2 mil. O texto exige ainda que o agente tenha concluído o ensino
médio e passado por curso preparatório para o cargo de, no mínimo, 120
horas de carga horária.
“Suas atividades não se limitam à mera manutenção da
ordem, mediante medidas coercitivas. Eles interagem de forma permanente
com os adolescentes e participam ativamente da vida do interno e, por
essa razão, precisam estar capacitados para participar ativamente do
processo socioeducativo”, argumenta o autor da proposta.
Vidros
Já o PLS 300/2014,
da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), regulamenta as atividades de
soprador, moldador e modelador de vidro. A intenção da proposta, afirma
a senadora, é garantir que o profissional, responsável pela manipulação
do vidro incandescente, seja reconhecido no mercado de trabalho e tenha
seus direitos e deveres definidos.
Segundo a autora do projeto, os modeladores e sopradores
são essenciais para a produção de diversos itens de vidro e cristal,
desde esculturas e produtos decorativos até objetos de uso médico e
laboratorial.
A principal mudança prevista na regulamentação é a
exigência, para exercício da profissão, de formação em nível técnico ou
em curso específico da área, com pelo menos 200 horas/aula. Artesões que
trabalham com vidro não precisam de curso técnico, já que, como explica
Vanessa, “a produção artística se baliza, fundamentalmente, por
critérios estéticos”.
As matérias serão votadas em decisão terminativa
na CAS. Se aprovadas e não houver recurso para votação em Plenário,
seguem para análise da Câmara dos Deputados.
Agência Senado
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